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Vencer o medo

Da edição de maio de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma Das Primeiras recordações de minha infância está ligada às cobrinhas verdes que certa vez nasceram na casinhola onde guardávamos os apetrechos do jardim. Desconhecendo a existência delas, abri a porta daquele abrigo e vi uma dúzia ou mais de cobrinhas verdes a deslizar pelo chão. Eram totalmente inofensivas, claro, mas assim mesmo fui tomada de um pavor irracional. Embora eu pudesse aceitar, num certo nível, a explicação de que eram inofensivas, mesmo assim eu tremia de medo e estava em prantos, como que defrontando-me com grande perigo.

Alguns anos depois dessa experiência com as cobras, quando era já aluna da Escola Dominical da Ciência Cristã, aprendi sobre o amor de Deus que envolve a todos nós e entendi um pouco esta poderosa verdade de que jamais podemos estar fora da proteção e do cuidado de Deus porque, em realidade, somos Seus filhos amados, governados por Sua lei do bem. Recordo que li na Bíblia, no livro do Êxodo, a história de Moisés, o grande líder hebreu.

Moisés, no deserto do Sinai, tinha se dado conta da presença e do poder de Deus, o grande Eu Sou. Aprendeu muitas lições de confiança e coragem que o prepararam para guiar os filhos de Israel para fora da escravidão no Egito. Mas, como tinha medo e julgava não estar pessoalmente preparado, Moisés pediu um sinal especial que convencesse o povo de que, de fato, Deus lhe tinha aparecido.

Foi-lhe ordenado que lançasse ao solo sua vara de pastor. Quando a vara se transformou em serpente, Moisés, aterrorizado, fugiu dela. Para ele, a própria vara que simbolizava sua missão pareceu-lhe uma ameaça, não uma promessa. Contudo, obedeceu à ordem de pegar a serpente pela cauda e então a cobra ficou sendo novamente uma vara. Ao exercer a autoridade que lhe foi outorgada por Deus, Moisés fortaleceu sua fé.

Com essa história, tive meus primeiros vislumbres do verdadeiro poder de Deus e da natureza mental e ilusória do mal, muito embora àquela altura eu não soubesse expressá-lo nessas palavras. Vi que na realidade não temos nada a temer, pois Deus está sempre governando totalmente Sua criação espiritual. Gosto muito da continuação dessa história. Quando Moisés e o irmão, Arão, se defrontaram com o Faraó, rei do Egito, Arão valeu-se do mesmo sinal de autoridade divina. Faraó chamou então seus feiticeiros e mágicos e estes jogaram no chão suas próprias varas. Estas também se tornaram serpentes, mas a vara de Arão as engoliu!

Não é todos os dias que encontramos cobras e serpentes, mas ainda há, nos dias de hoje, inúmeras situações e modos de pensar que infundem medo às pessoas: ocultismo, hipnotismo, feitiçaria, para só citar alguns.

A Sra. Eddy achou resposta na Bíblia para muitas das interrogações que angustiam as pessoas, como por exemplo, qual a origem do mal. Por meio de sua pesquisa e profunda comunhão com Deus, bem como pelo efeito prático de suas orações na cura de doenças, evidenciou-se à Sra. Eddy que Deus é Princípio, o único legislador. Compreendeu que é impossível haver outro poder para opor-se ao infinito que é Tudo.

Em sua obra principal, Ciência e Saúde, a Sra. Eddy comenta a experiência de Moisés e diz: “Quando, induzido pela sabedoria, Moisés lançou sua vara ao chão e a viu transformar-se em cobra, fugiu dela; mas a sabedoria ordenou-lhe que voltasse e pegasse a cobra, e então o medo de Moisés desapareceu. Nesse incidente viu-se a realidade da Ciência. Ficou demonstrado que a matéria é apenas uma crença. Por ordem da sabedoria, a cobra, ou seja, o mal, foi destruída pela compreensão da Ciência divina, e essa prova tornou-se para ele um bastão no qual podia apoiar-se.”

Nós também podemos compreender a natureza mental das circunstâncias humanas à medida que captamos mais completamente a realidade de Deus, o Espírito, e da Sua criação espiritual. Quanto mais magnificarmos o bem, cuja fonte é Deus, tanto menos teremos medo da ilusão de que o mal é real e tem a capacidade de causar dano.

Cristo Jesus compreendia a natureza mental do mal. Jamais associava o diabo com Deus nem identificava o mal como um oponente à altura de Deus. Ao contrário, denunciava o mal como uma mentira, desprovido de causa ou realidade. Jesus não tinha medo, e tal destemor o habilitava a curar.

Pelo poder divino do qual constantemente dava provas, o Mestre curava muitas pessoas de doenças, deformidades e pecados. Provou serem o ódio, a dor, a morte completamente irreais. Sua natureza divina, o Cristo, sendo una com o Pai, dava a Jesus autoridade para quebrar o “feitiço” do mal, seja qual fosse sua forma. Jesus provou que a liberdade e o domínio são direitos inatos dos filhos e filhas de Deus.

O mal talvez pareça muito real para a pessoa que se encontra lutando com o sofrimento ou o medo. No entanto, com a oração persistente e o desejo constante de conhecer melhor a Deus e confiar nEle totalmente, podemos despertar dessa ilusão e progressivamente livrarnos do que quiser nos apavorar. O Cristo, ativo na consciência humana, desperta-nos para a compreensão de que nenhuma pessoa é um mortal a viver num mundo mau, onde o perigo está à espreita de todos os lados. Na verdade, somos os filhos de Deus e habitamos com Ele no âmbito de Seu amor.

Quanto mais orarmos com base no ponto de vista radical de que Deus, o bem, é Tudo e o mal nada é, tanto mais nos libertaremos do medo. Então, estaremos capacitados a ajudar realmente nosso mundo a dissipar a ilusão de que possa haver outro poder além de Deus, o grande Eu Sou.

Porque Deus não nos tem
dado espírito de covardia,
mas de poder,
de amor e de moderação.

2 Timóteo 1:7

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