A Ciência Cristã tem sido minha religião desde que nasci, pois ela chegara ao nosso lar cerca de dois anos antes. Meus pais conheceram a Ciência Cristã por intermédio de um casal que havia deixado seu país natal na Europa para vir morar no Brasil e que divulgava seu conhecimento da Ciência Cristã para os novos amigos.
Minha família, na ocasião, morava no interior do estado, num pequeno povoado onde as condições para os agricultores eram um tanto precárias, principalmente quanto ao transporte e às comunicações. Nesse ambiente simples de gente sincera a Ciência Cristã floresceu, e esse foi o início das atividades da Ciência Cristã em todo o estado.
As dificuldades familiares sempre foram enfrentadas com o auxílio desta Ciência, e os resultados colhidos, cura de doenças, cura de peste entre os animais, solução de problemas financeiros e de relacionamento, atestam a eficácia desse método espiritual de cura.
Depois de mudarmos para a capital do estado, eu passava parte das férias escolares junto aos parentes nesse pequeno povoado. Certa ocasião, meu irmão e eu andávamos a cavalo sem sela, em um animal muito manso. Ao passarmos sob uma árvore com galhos baixos fomos lançados ao solo, tendo eu na queda fraturado a clavícula, afetando os movimentos de um dos braços. Minha mãe orou por mim. Onde estávamos, não era possível contatar um praticista da Ciência Cristã para solicitar ajuda, mas fui rapidamente curado. Depois disso, o uso do braço sempre foi livre.
A Ciência Cristã foi uma ajuda constante durante meu tempo de estudante, principalmente quando cursava a universidade. O reconhecimento de que o homem verdadeiro reflete a Deus, a Mente infinita, em inteligência, sabedoria, memória, capacidade de apreensão, foi o melhor instrumento acadêmico de que pude lançar mão. As experiências e demonstrações de Ciência Cristã quando eu era estudante fortificaram minha convicção da Verdade divina, o que apoiou mais tarde a atividade profissional.
Certa feita fui convidado a realizar um trabalho técnico na capital do país. O trabalho tinha certo caráter pioneiro no ramo e era baseado em estudos feitos por mim havia alguns meses. Após duas semanas de trabalho preparei-me para voltar para casa, por alguns dias, a fim de atender a compromissos particulares e escrever o relatório da fase inicial do trabalho. Havia uma certa pressão de tempo para a conclusão da tarefa, e o pensamento ocorreu-me: “E se alguma coisa me acontecer, como vai ficar o trabalho?”
Durante a viagem de avião comecei a sentir-me mal, com muita dor de cabeça. Chegando em casa, logo me recolhi ao leito. Nos dois dias que se seguiram, pouca melhora apareceu. Enquanto isso, diminuía o prazo disponível para a confecção do relatório e aumentava a pressão que eu mesmo me impunha. Mas as orações de minha família e as minhas foram eficazes, pois ao terceiro dia senti-me melhor. Já podia alimentar-me e estudar a Lição bíblica delineada no Livrete Trimestral da Ciência Cristã. Nossas orações apoiavam-se no reconhecimento da perfeição do homem como imagem e semelhança de Deus.
Durante o estudo da Bíblia e de Ciência e Saúde com Chave das Escrituras, de autoria da Mary Baker Eddy, ficou-me mais claro que a raiz do problema era o sentimento de responsabilidade humana, uma atitude que é frágil e sujeita a perturbações. Tão logo isso me ficou claro, comecei a orar para corrigir esse falso senso de responsabilidade, partindo da base de que o homem expressa as qualidades divinas de inteligência e força. Eu sabia que o Espírito é a força onipotente e que o homem verdadeiro manifesta essa força. Percebi com clareza este dito de Cristo Jesus: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai.”
Com essa mudança no pensamento, o quadro mudou. Voltou a disposição de trabalhar e em três dias o relatório estava completo. A lição de que temos de vigiar nosso pensamento contra as ciladas do mal, e de que temos de sempre buscar em Deus os atributos ou talentos necessários para nossas tarefas, foi o melhor saldo dessa experiência.
Tenho para mim que Deus atende ao desejo honesto e sem pecado. É aqui que a Ciência Cristã tem um papel importante, pois ela ensina os homens a levarem uma vida voltada ao reconhecimento da presença e do poder de Deus, a fonte de todo o bem.
Minha gratidão eleva-se a Deus pelas bênçãos que dá à humanidade. Posso sinceramente dizer com o Salmista: “O que a mim me concerne o Senhor levará a bom termo.”
Porto Alegre, RS, Brasil
