Há Dezesseis Anos, eu estava viajando pelo país com uma amiga, em busca da “verdade”. Eu havia sentido dúvidas profundas sobre a vida e o amor e, com o objetivo de encontrar respostas, fugira de casa, onde me sentia incompreendida e perseguida pelo fato de levantar questões que pareciam exigir respostas espirituais.
Durante toda a minha juventude, eu pesquisara várias correntes de pensamento com o fito de alcançar o chamado autoconhecimento. Para isso, assistia a palestras sobre metafísica e filosofia, discussões sobre interpretações artísticas, conferências sobre autoconhecimento e aulas de expressão musical. Todavia, acabei também sendo dominada por certos hábitos, como os de usar drogas, beber socialmente e fumar cigarros e maconha. (Aos dezoito anos, fumava até um maço e meio de cigarros por dia.)
A resistência que eu enfrentava em casa fez-me desenvolver um gênio muito forte. Em minha maneira de agir, eu era abrutalhada e mordaz e também me magoava facilmente. Contudo, era bastante humilde para admitir (até mesmo publicamente) que desejava e precisava mudar. Percebi que precisava deixar o ambiente de minha casa para me libertar suficientemente e encontrar minhas respostas. Ao viajar pelo país, comecei a sentir cada vez mais que deveria visitar igrejas e estudar a Bíblia.
Após ter viajado quase cinco mil quilômetros, visitado igrejas, ouvido a respeito de muitas filosofias diferentes e lido um pouco a Bíblia, tive a certeza de que precisava de Deus. Num dos trechos da viagem, pouco depois de chegarmos a nosso destino, adoeci e não pude mais continuar. Minha companheira de viagem teve então de assumir todas as tarefas, além de cuidar de mim. Certo dia, ao sair para comprar mantimentos, minha amiga virou-se para mim e disse: “Se alguém me perguntar a razão de eu estar passando por esta cidade, vou dizer que nós estamos em busca da verdade.” (Eu esperava que essa afirmação corajosa tivesse boa acolhida.)
Por incrível que pareça, um homem que ela conheceu naquele dia realmente lhe perguntou por que ela estava naquela cidade e minha amiga respondeu que nós estávamos “em busca da verdade”! Ele lhe disse que eu poderia ser curada com o auxílio da Ciência Cristã. Eles trocaram endereços, porém ela hesitava em procurá-lo, já que ele era para nós um desconhecido. Passados dois dias, esse cavalheiro veio visitar-nos.
Ele era muito educado e tinha o que me pareceu ser um ar incontestável de equilíbrio e alegria espirituais. Eu estava muito ansiosa para descobrir o que havia por trás daquela força espiritual. Ele explicou alguma coisa sobre a Ciência Cristã e ofereceu-se para orar por mim. Concordei imediatamente. Após tê-lo ouvido ressaltar que a Ciência Cristã ensina que não se pode misturar o sistema de cura por meios materiais com a cura totalmente espiritual, alegremente joguei fora, sem hesitar, todos os medicamentos que eu tinha, pois eles sempre me pareceram reforçar a idéia de que não podemos nos apoiar inteiramente em Deus, quando confrontados com alguma doença. Essa parecia ser a oportunidade ideal para confiar em Deus como eu tanto desejava, ou seja, “de todo o meu coração”.
Nosso novo amigo deu-me o livro Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy e uma Bíblia, dizendo que retornaria dentro de alguns dias. Nossa conversa, bem como sua conduta de um modo geral, conquistaram minha confiança em sua integridade como cristão.
Comecei a ler Ciência e Saúde. Durante alguns dias, li e reli as mesmas frases pois, conforme ia lendo, parecia-me que cada frase era uma afirmação de minha própria bondade; “bondade inerente” me soava como um conceito distante, que eu precisava ir assimilando aos poucos. Quando jovem, não era apenas por ser diferente que eu havia sido perseguida. Diziam-me constantemente que, por fazer perguntas profundas e espirituais, eu devia ser mentalmente doente e instável. Naquele ambiente, acabara por considerar-me uma pessoa má, com tendências ruins, embora silenciosamente, durante todo o tempo, eu acalentasse o desejo de obter pureza, inocência e esperança espirituais. Mais tarde, aprendi que essa “esperança” era o ideal-Cristo em mim, falando-me de minha união com o Pai.
Antes de chegar à metade do capítulo “A Oração”, eu estava completamente curada da doença debilitante que me acometera, da necessidade de usar óculos, de beber em reuniões sociais, de traços negativos de caráter, bem como dos vícios mencionados anteriormente neste testemunho. Tornei-me uma mulher completamente diferente em apenas alguns dias e compreendi, sem sombra de dúvida, que essa era a verdade que eu havia procurado durante toda a minha vida! É desnecessário dizer que me tornei uma fervorosa estudante da Ciência Cristã.
Nos anos subseqüentes meu marido, meus filhos e eu tivemos curas de todos os tipos. Fui curada de resfriados e gripe, de uma excrescência na parte traseira de minha cabeça e de dores de estômago. Nosso filhinho foi curado das chamadas doenças da infância, bem como de resfriados e de uma obstrução intestinal. Todas essas curas e muitas outras foram totais.
A Ciência Cristã foi e continua sendo a luz de minha existência! Ela me proporciona paz, uma compreensão mais completa não só de Deus, que é Vida e Amor divinos, mas também do significado espiritual das palavras e das ações abnegadas de Cristo Jesus. Sou muito grata à Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, a Sra. Eddy, por seu estudo persistente da Bíblia e pela abnegação que esse empreendimento exigiu. Sua percepção espiritual da verdade contida na Bíblia me ajuda a reconhecer que as respostas que eu procurava estarão sempre à minha disposição, porque agora eu compreendo que “Deus é. .. socorro bem presente nas tribulações” (Salmos).
Sinto-me humilde diante da transformação dramática que se processou em meu caráter e na perspectiva que eu tinha da Vida. Espero que outras pessoas possam sentir a inspiração e o amor sanadores que me levaram a narrar esse testemunho.
