Muito já se falou sobre a situação das “crianças de rua”. Segundo levantamento publicado pela UNICEF, há cerca de 100 milhões de crianças vivendo na rua, em cidades de todo o mundo, aproximadamente metade delas na América Latina e no Caribe.
Viver em meio a tanta hostilidade faz com que muitas vezes as crianças sejam atraídas para uma vida de crimes, o que leva muitos cidadãos comuns a ter medo delas. A experiência narrada nesta entrevista, originalmente transmitida em ondas curtas pelo programa de rádio em português O Arauto da Ciência Cristã, apresenta uma perspectiva diferente desses “moleques de rua”.
É uma satisfação reproduzir aqui alguns trechos da conversa entre a apresentadora, e sua convidada, Cientista Cristã que mora em São Paulo, no Brasil.
Heloísa Rivas: Alessandra, você me contou que, uma vez, faz algum tempo, teve uma experiência bastante assustadora. Você havia se preparado em oração, e por isso se salvou de um grande problema, e não só você foi protegida, mas também as outras pessoas envolvidas. Quer nos contar o que aconteceu?
Alessandra Colombini: Sim, claro. Aliás, posso dizer que, devido à oração, a experiência nem chegou a ser assustadora. Eu estava de plantão na Sala de Leitura da Ciência Cristã. Gostaria de explicar que todas as igrejas da Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai' ennss) mantêm uma Sala de Leitura. É um lugar onde qualquer pessoa pode entrar, estudar ou pedir emprestadas as publicações da Ciência Cristã. A Sala de Leitura geralmente fica aberta durante a semana.
Então, era meu plantão num dia de semana e eu estava sozinha. De repente, entraram quatro meninos, entre dez e quinze anos de idade. Dava para ver que eram meninos de rua, o tipo de meninos que estamos acostumados a ver nas ruas e costumamos ter um pouco de medo deles. Mas eu havia orado e me preparado espiritualmente para receber bem qualquer pessoa que entrasse, para ver cada visitante como um filho de Deus, para reconhecer a natureza espiritual que todo filho de Deus tem. Por isso eu estava espiritualmente preparada, não para ver agressores, mas para ver entrar filhos de Deus. E foi realmente o que eu vi, não me assustei.
Eu os recebi com um sorriso e pus a Sala de Leitura à disposição, para eles olharem os livros e as publicações. Fiquei contente de vê-los, realmente feliz de ver quatro pessoas entrando na Sala de Leitura. Eu percebi a reação deles, vi que ficaram desconcertados, sem saber o que fazer, só parados e olhando. Foi aí que eu me dei conta de que eles haviam entrado com intenções agressivas, mas haviam ficado completamente desarmados por minha atitude. Imediatamente, senti-me grata por isso. Realmente não cheguei a ter medo, porque vi que o perigo já fora eliminado pela oração que eu havia feito antes de ir para a Sala de Leitura, pela disposição que eu tivera de ver o filho de Deus.
Heloísa: Você os acolheu como crianças, não como moleques de rua, certo?
Alessandra: Exatamente. Mostrei a eles os artigos para crianças no O Arauto da Ciência Cristã, que é nossa revista mensal, e outras publicações que temos para crianças e jovens. Foi uma coisa espontânea, natural, não foi forçada. Foi o fruto da oração que eu havia feito antes. Conversaram comigo uns dez ou quinze minutos. Fizeram perguntas, eu falei da Escola Dominical. Acho que eles viram que não havia lugar para nenhuma agressão ali, e me agradeceram. Dei um exemplar do Arauto para cada um. Foram gentis comigo e saíram em paz, levando o Arauto que eu dera a cada um. Eu nunca mais soube nada deles, mas sei que naquele momento um ato agressivo, um crime, foi impedido.
Heloísa: Eu tenho a impressão de que o que aconteceu ali foi algo que está escrito em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras e que você comprovou pelo fato de ter se preparado antes. Ciência e Saúde é o livro-texto da Ciência Cristã e foi escrito por Mary Baker Eddy, a Fundadora desta Igreja. Ela escreve: “Quando o homem é governado por Deus, a Mente sempre presente que compreende todas as coisas, o homem sabe que para Deus tudo é possível.” Ciência e Saúde, p. 180. Eu creio que você pôs em prática plenamente essa verdade.
Alessandra: Realmente, e se você pensa: “para Deus tudo é possível”, o que é que é possível para Deus, o que é esse “tudo”? Só é bem, só é algo bom, e foi realmente o que aconteceu, algo bom.
