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Oração silenciosa

Da edição de janeiro de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma Amiga Minha, sentindo muita dor, pediu ajuda a um praticista da Ciência Cristã durante certa madrugada. Ela é Cientista Cristã e a ajuda que buscava era a oração.

Ela disse que o praticista imediatamente procurou acalmar seu medo, falando-lhe sobre o fundamento espiritual que a Ciência Cristã oferece, não somente para vencer a dor, mas para provar nossa isenção real de toda a discórdia, por sermos a descendência do Criador perfeito e único, Deus.

A despeito de tudo o que o praticista disse ao longo da conversa, ela ainda estava com medo e em prantos. O desejo mais profundo do praticista era saber o que mais poderia dizer para ajudá-la. O pensamento que lhe ocorreu imediatamente foi o de que ela não precisava de mais palavras. Precisava, sim, de oração silenciosa.

Com isso em mente, o praticista sugeriu-lhe que ambos ficassem em silêncio e orassem. Pela primeira vez durante a conversa, os soluços pararam e ela ficou calma e tranqüila. Depois de alguns minutos orando silenciosamente, o praticista perguntou-lhe se gostaria de desligar o telefone e continuar a orar, com o que ela concordou. Mais tarde, naquele dia, ela ligou para o praticista dizendo-lhe que se sentia muito, muito melhor. Anos depois, ao recordar a experiência, ela disse: “Comecei realmente a melhorar enquanto orávamos em silêncio.”

A oração silenciosa é justamente um momento de comunhão com Deus, de discernimento e crescimento espirituais e de cura. Podemos nos perguntar: “Será que eu tenho negligenciado o potencial da oração silenciosa? Acaso sinto que minha oração silenciosa é muito menos produtiva do que deveria ser?”

Quando dirigimos toda a nossa atenção ao Espírito, Deus, perdemos de vista os conceitos rotineiros sobre o excesso de atividade física. Contudo, essa exclusão do que está se passando à nossa volta não significa que ficamos no silêncio vazio. Pode parecer assim, porque os sentidos físicos indicam que não está acontecendo muita coisa. Isso, porém, se deve à incapacidade desses sentidos para perceber a atividade espiritual.

O silêncio que acompanha a comunhão com a única Mente divina está cheio de atividade e realização espirituais. É uma ocasião para nos afastarmos da sensação carnal, a fim de ouvir e obedecer à direção infalível da Mente e sentir o cuidado de Deus.

Cristo Jesus descreveu a oração como sendo uma ocasião para entrar em nosso quarto, o que sugere uma experiência tranqüila e muito íntima. Todavia, ele não disse que fizéssemos isso e depois ficássemos inquietos ou deixássemos simplesmente nossa mente divagar. Ele disse: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará.” Mateus 6:6.

No capítulo “A Oração", em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy explica: “Para orar com acerto, temos de entrar no quarto e fechar a porta. Temos de cerrar os lábios e impor silêncio aos sentidos materiais. No tranqüilo santuário das aspirações sinceras, precisamos negar o pecado e afirmar que Deus é Tudo. Temos de nos resolver a tomar a cruz sobre nós, e prosseguir de coração honesto a trabalhar e vigiar para conseguirmos a sabedoria, a Verdade e o Amor. Precisamos orar ‘sem cessar’.” Ciência e Saúde, p. 15. Essa é, sem dúvida, uma programação intensa!

Considere o que significa, por exemplo, afirmar que Deus é Tudo. Não significa implorar que o Espírito, Deus, seja Tudo. Temos de compreender que Ele já é Tudo. O Espírito é infinito. Freqüentemente, é necessário ter argumentos convincentes para fazer com que as concepções arraigadas e materialistas da mente humana cedam lugar a uma perspectiva mais espiritual.

Por exemplo, é possível que sintamos que Deus, o Amor divino, é verdadeiramente ilimitado, é Tudo, e mesmo assim talvez não estejamos convencidos de que esse Amor é todo-poderoso, ou sempre presente. Portanto, em nossa oração silenciosa, talvez precisemos argumentar convincentemente a favor da onipotência e onipresença do Amor. Devemos fazer isso até que nosso conceito limitado e humano sobre o Amor ceda lugar a um sentido mais verdadeiro do Amor divino como o único poder e até vermos que o próprio Amor efetua a cura. Nosso ponto de partida poderia ser que o Amor divino é perfeito Amor e que, portanto, não é mutável nem decrescente, mas constante, incondicional e onipotente. Ou poderíamos nos lembrar de que, como um escritor do Novo Testamento diz: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo.” 1 João 4:18.

A oração silenciosa não é uma ocasião para se ter medo ou para indagar se nossos desejos mais profundos serão atendidos. Aliás, afirmar a totalidade de Deus, o bem, é a atividade que justamente eleva nosso pensamento acima de dúvidas e temores até uma calma confiança no cuidado perfeito e eterno de Deus pelo homem, até a compreensão da realidade espiritual.

Disposição para obedecer à direção de Deus é outro elemento essencial da oração eficaz. Deus é inteiramente sábio e bom, portanto, a direção que Ele nos dá é infalível; somente pode ser a melhor para nós, nunca algo insensato ou menos do que o melhor de tudo. Obediência a Deus implica a disposição de pôr em prática nossas orações e as respostas que recebermos de Deus; a disposição de seguir o impulso divino de crescer espiritualmente, de vencer o pecado em nós mesmos, de fazer o bem a outros da maneira que Jesus nos mostrou, de dedicar nossa vida cada vez mais à cura cristã. A Sra. Eddy escreve: “A verdadeira oração não é pedir amor a Deus; é aprender a amar e a incluir todo o gênero humano em uma só afeição.” Não e Sim, p. 39.

Evidentemente, isso não se alcança sem luta. É possível que sejam necessários esforços corajosos para superar o medo, a resistência, até mesmo o ódio. Contudo, podemos confiar no fato de que a direção de Deus é sempre correta e de que nunca estamos destituídos da inteligência, do poder ou da provisão que vêm da Mente divina, que é capaz de atender a todas as nossas necessidades.

A oração pode e deve ser um grandioso acontecimento, mas não algo verboso. Estar em comunhão com Deus, conseguir realmente que nosso mais íntimo anseio pelo desvelo divino seja ouvido e respondido por Ele, é uma experiência profundamente tocante, transformadora e tranqüila. Em termos ideais, é uma experiência constante. Não deveria cessar quando começamos a falar, ou quando saímos do quarto ou participamos de um encontro.

Não faz parte da natureza do Amor divino parar de cuidar de nós em momento algum. Portanto, aproveitemos a grande oportunidade que temos agora mesmo e sempre, de entrar em nosso quarto e ficar em comunhão com Deus. É uma ocasião de silêncio e realização.

A mados, agora somos filhos de Deus,
e ainda não se manifestou
o que havemos de ser.
Sabemos que, quando ele se manifestar,
seremos semelhantes a ele,
porque havemos de vê-lo como ele é.

1 João 3:2

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