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Qual é seu motivo para orar?

Da edição de janeiro de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Durante vários meses alguns amigos e eu nos preparamos para participar de uma corrida de doze quilômetros, um evento anual e muito popular em nossa cidade. Dois dias antes da corrida, porém, encontrei-me numa situação problemática. Meu pé inchara e doía havia já alguns dias e ainda não estava curado, apesar de minhas orações sinceras. Decidi telefonar a uma praticista da Ciência Cristã para me ajudar por meio de oração.

Ela me perguntou: "Qual é seu motivo para orar? é para estar curada no sábado, ou é para glorificar a Deus?" Suas perguntas intuitivas sacudiram meu pensamento. Eu estivera tão concentrada em obter uma mudança nas condições físicas do pé, que meu motivo tinha pouco a ver com conhecer melhor a Deus. Contudo, eu aprendera, em meu estudo da Ciência Cristã, que compreender a Deus e aprender mais acerca de nosso relacionamento com Ele são a própria base da cura. À medida que compreendemos melhor a Deus, o Espírito, e percebemos nossa verdadeira identidade como filhos de Deus, em vez de vermos um mortal em dificuldades, começamos a compreender que nunca podemos estar separados da fonte divina de todo o bem: Deus. E isso, por sua vez, mostra-nos como a doença e o sofrimento podem ser vencidos por nos voltarmos a Deus em oração.

Cristo Jesus compreendeu que Deus é Espírito e que o homem, a própria expressão de Deus, tem de ser, portanto, espiritual. Ele provou que a identidade do homem é a de filho espiritual de Deus, quando curou pessoas acometidas de doenças, enfermidades, pecado e morte. É claro que seu trabalho de cura não era motivado por autoglorificação, mas pelo desejo de evidenciar e louvar o amor e o poder divinos, isto é, de glorificar a Deus. Jesus disse: "Brilhe ... a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus." Mateus 5:16. Foi para glorificar a Deus que Jesus deixou sua luz brilhar. Quando ele curou a mulher que estivera encurvada dezoito anos, ela deu "glória a Deus". Tendo Jesus ressuscitado o filho da viúva, todas as pessoas de Naim "glorificavam a Deus" Ver Lucas 13:10—17; 7:11—16..

Ao nos encontrarmos diante de dificuldades na vida, também nós podemos orar com o intuito de glorificar a Deus, como Jesus o fez. Podemos começar a compreender e a provar, por meio da cura cristã, o que S. Paulo quiz dizer, quando afirmou: "Glorificai a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, que são de Deus." 1 Cor. 6:20 (conforme a versão King James).

Uma pergunta lógica nessa altura seria: "como podemos fazê-lo?" Bem, em primeiro lugar, Jesus identificou o homem de um ponto de vista espiritual, ao invés de identificá-lo materialmente. Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy, escreve: "Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes." Ciência e Saúde, pp. 476—477.

Talvez estejamos enredados num conceito de que somos seres físicos doentes, machucados ou enfermos. Então, ficamos absortos a pensar em por que estamos doentes ou sentindo dor, qual é o nome da doença e o que ela vai fazer ou talvez faça. Se essa doença parece muito grave, ou até mesmo sem esperança de recuperação, ainda assim temos uma opção. Podemos optar por assentar nossas orações e nossa vida numa base espiritual, ao invés de numa base material.

Se consideramos o corpo material como causa ou condição controladora de nosso bem-estar, acaso não estaremos negando a totalidade de Deus, o bem onipresente? Estaríamos, com efeito, aceitando a realidade e o poder de algo em acréscimo a Deus ou separado d'Ele. Como indicam as Escrituras, Deus é Espírito, e o homem é a semelhança de Deus, Seu reflexo. O reflexo é a representação exata do original. O semelhante produz seu semelhante. Portanto, é impossível para Deus, o Espírito, criar um homem material. Não importa qual seja a sugestão apresentada pela evidência material, não temos de aceitá-la como final, pois a matéria é uma crença errônea acerca da realidade. A criação é espiritual.

Assim, ao invés de considerar um ferimento, doença ou enfermidade como sendo simplesmente uma situação que precisa ser mudada, melhorada ou eliminada, podemos compreender que é um conceito errôneo acerca de nossa identidade perfeita e espiritual, um conceito errôneo que precisa ser corrigido por meio de progresso espiritual. A cura na Ciência Cristã, em verdade, não visa realmente a mudar o homem, mas revela o que o homem realmente é, o descendente espiritual e perfeito de Deus. Na primeira epístola de João, lemos: "Amados, agora somos filhos de Deus." 1 João 3:2. O texto diz que agora somos, não que vamos ser.

Por meio do estudo da Bíblia e dos escritos de Mary Baker Eddy, alcançamos maior compreensão espiritual de que o homem é, neste momento, a expressão plena de Deus. E quanto mais apoiarmos nossas orações nesse ponto de vista espiritual e não num ponto de vista material sempre cambiante, tanto menos vacilaremos entre o perfeito e o imperfeito, o verdadeiro e o falso. Isso prepara o caminho para a cura.

A Sra. Eddy escreve: "Não podemos sondar a natureza e a qualidade da criação de Deus, mergulhando nos baixios das crenças dos mortais. Temos de inverter o rumo dos nossos fracos adejos — nossos esforços por achar vida e verdade na matéria — e elevar-nos acima do testemunho dos sentidos materiais, acima do mortal, até a idéia imortal de Deus. Esses modos de ver mais claros, mais elevados, inspiram o homem divinal a que alcance o centro e a circunferência absolutos de seu ser." Ciência e Saúde, p. 262.

Considerando minha situação, percebi que os primeiros passos a dar seriam os de compreender mais adequadamente minha identidade espiritual. Voltei-me a Deus em oração e reconheci Sua totalidade e minha inseparável união com Ele. Esforcei-me para compreender que, em verdade, eu não era um ser mortal sofredor, mas sim a filha de Deus, o objeto de Seu cuidado constante; e que eu era para sempre o reflexo espiritual do criador perfeito, independentemente de qualquer evidência física.

Parei de examinar o pé. Em vez disso, passei a orar para refletir mais adequadamente qualidades espirituais tais como imortalidade, perfeição, harmonia, força, imutabilidade e inteireza. À medida que eu alcançava um conceito mais claro do que é verdadeiro, da realidade espiritual perfeita, comecei a compreender que Deus é, para sempre, o Princípio divino de toda existência. Eu não estava, e nunca poderia estar, separada da bondade, porque sou inseparável de Deus, sou Sua expressão muito amada.

Acordei bem cedo no dia da corrida. Enquanto ainda me achava deitada, senti um ajustamento no pé. Cessou a dor. Estava curada. Pareceu tão natural agradecer e louvar a Deus! Enquanto prendia na camiseta o número de inscrição na corrida, pensei mais uma coisa que também havia aprendido. A cura é a oportunidade de glorificar a Deus, dando testemunho de Sua bondade, amor e poder imutáveis.

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