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A linguagem universal do Amor

Da edição de novembro de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Há Muitos Séculos os povos sonham com uma linguagem universal — um idioma que qualquer pessoa, em qualquer lugar, possa falar. Acreditam que, se houvesse tal idioma, seria possível visitar qualquer país do mundo e imediatamente se sentir em casa. Seria possível conversar normalmente com a população local, ler sua literatura, trocar idéias. Se quisesse, poderia até se tornar uma espécie de diplomata voluntário, com a missão de promover a paz e a amizade internacionais.

Já houve diversas tentativas de se impor uma linguagem universal. Alexandre Magno esforçou-se para que todos os cidadãos de seu vasto império falassem grego no século IV A.C. Mais tarde, os imperadores romanos fizeram do latim a língua oficial. Em épocas mais recentes, o francês tornou-se o idioma “internacional”. Nos dias de hoje, muita gente considera o inglês a língua do comércio mundial e da diplomacia.

Nenhum desses idiomas, porém, jamais se transformou na verdadeira língua universal, aquela que todos falassem, escrevessem e na qual pensassem. Ademais, nenhuma delas chegou a trazer ao mundo a paz permanente.

A linguagem dos homens, ainda que seja constituída por um sistema de palavras e gestos comum a todos os habitantes do mundo, tem suas limitações. A linguagem humana, por si só, não pode fabricar o entendimento universal. As palavras, sozinhas, não podem curar. E por certo não podem trazer o reino dos céus à terra. Talvez tenha sido por isso que, quando Cristo Jesus enviou seus discípulos ao mundo a pregar “o evangelho a toda criatura”, disse que aqueles que tivessem fé iriam falar uma linguagem nova: falariam “novas línguas”. Marcos 16:15, 17.

Jesus falava como Deus o instruía, expressando-se na linguagem pura do Espírito. Ele disse a seus discípulos: “Falo como o Pai me ensinou.” João 8:28. Ao falar como o Pai lhe ensinava, Jesus se comunicava de maneira que o povo pudesse entendê-lo facilmente. Por vezes, isso significava expressar-se através de parábolas (histórias com profundo significado espiritual), como aquela do jovem impetuoso que exigiu sua herança e a esbanjou, “vivendo dissolutamente.” Falar como o Pai o instruía significava também utilizar palavras tão simples que o significado de sua mensagem ia direto ao coração de seus ouvintes. Podemos citar algumas dessas mensagens: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”, “Vós sois a luz do mundo” e “Não julgueis, para que não sejais julgados.” Mateus 5:5, 14; 7:1.

Todavia, às vezes Jesus não dizia nada às multidões que o seguiam. Apenas as curava e redimia. E, acima de tudo, ele as amava.

Esse é o ponto principal. Em tudo o que fazia ou dizia, Jesus valia-se da linguagem do Amor, a linguagem universal do Espírito universal. Ele demonstrava o amor de seu Pai de uma forma tão concreta, que todas as pessoas conseguiam entender. Ele utilizava uma linguagem sanadora, que curava moléstias morais, mentais e físicas de qualquer natureza. Jesus restaurou a audição a surdos e a visão a cegos; curou doentes de lepra, uma das doenças mais temidas da época; restaurou a dignidade moral a pessoas degeneradas; fez reviver um homem que morrera havia quatro dias.

A verdadeira “linguagem” que Jesus utilizava era a linguagem inteiramente espiritual de Deus. Era sua maneira especial de manifestar a perfeição e a glória de seu Pai. Exprimia a unidade e a pura espiritualidade de Deus e de Sua família universal, constituída por todos os Seus filhos. Não importava o momento nem o local: sempre que Jesus falava, sua linguagem tinha um efeito curativo. Mary Baker Eddy explica em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Jamais ouvido algum ouviu, nem lábio algum falou, a linguagem pura do Espírito. Nosso Mestre ensinava a espiritualidade por símiles e parábolas. Como estudante do que é divino, revelava Deus ao homem, ilustrando e demonstrando a Vida e a Verdade nele mesmo, e por seu poder sobre os doentes e pecadores.” Ciência e Saúde, p. 117.

Como discípulos modernos de Cristo Jesus, você e eu também podemos deixar que nossa vida se expresse em “novas línguas”. Podemos fazer isso da mesma forma como Jesus o fez: deixar que, em primeiro lugar, nosso Pai-Mãe Deus fale conosco, ficando atentos à voz do Espírito, e então deixar que essa voz se expresse em nossos pensamentos, palavras e ações.

Quando em nossa vida deixamos que Deus fale a todo instante, podemos nos surpreender com os resultados. Perceberemos que as pessoas sentem-se melhor em nossa companhia. Elas se sentem mais próximas de sua verdadeira identidade divinal, além de mais saudáveis, mais amadas e “ajustadas” em todos os sentidos. Podemos mesmo notar que as pessoas começam a pedir que oremos por elas, e nossas orações resultam em cura.

Essa oração desprendida e sanadora faz parte do que realmente significa ser Cientista Cristão e falar a língua do Cientista Cristão. Como a Sra. Eddy escreve: “A Christian Science implica uma linguagem nova, e uma demonstração mais alta da medicina e da religião. É a ‘nova língua’ da Verdade, tendo sua melhor interpretação no poder que o cristianismo tem de curar.” Não e Sim, p. 44.

Lembro-me de quando começava a conhecer as alegrias e os efeitos, por vezes surpreendentes, da linguagem do Amor. Nossa filha de três anos, como a maioria das crianças do quarteirão onde morávamos, teve caxumba. Os filhos dos vizinhos foram colocados sob tratamento médico, mas meu marido e eu preferimos o tratamento pela Ciência Cristã. Pedimos então a uma praticista da Ciência Cristã que desse esse tratamento.

Durante algum tempo, porém, nossa filha continuou se sentindo mal. Enquanto cuidava dela com carinho, eu tentava, de todas as maneiras imagináveis, assegurar-lhe que Deus a amava e que Ele cuidaria dela. Mas, por mais que eu tentasse confortá-la com ações ou palavras, nada parecia ajudar. “Se Deus me ama,” ela dizia, “por que Ele não faz com que eu me sinta melhor agora?” E aparentemente eu não tinha resposta satisfatória para essa pergunta.

Seu irmão de seis anos (que também queria ajudar a irmã), sugeriu que eu lesse para ela a Lição Bíblica daquela semana. A princípio não pensei que isso pudesse ajudá-la. Disse a ele que havia muitas palavras difíceis na Lição. Mas. como àquela altura eu estava disposta a tentar o que quer que fosse, sentei-me no sofá junto a eles para ler.

Assim que o menino e eu começamos a ler os trechos da Bíblia e de Ciência e Saúde, a garotinha se acalmou. Deitou a cabeça no meu colo e ficou escutando. Dentro em pouco dormiu o primeiro sono tranqüilo em dois dias. Ao acordar, sentia-se muito melhor e disse que queria comer. Conclusão: ela foi uma das primeiras crianças da vizinhança a se restabelecer completamente e voltar para a escola.

A linguagem que curou nossa filha foi o Verbo de Deus, a linguagem universal do Amor. E sua cura ensinou-me a não subestimar o poder dessa linguagem. Tudo o que eu havia tentado fazer humanamente não tinha dado resultado. Porém, a verdade pura do Verbo, extraída da Bíblia e de Ciência e Saúde, alcançou-a imediatamente. A comunicação humana não era tão necessária. O que realmente precisávamos era simplesmente ceder ao poder do Amor divino, à linguagem do Espírito.

A linguagem do Espírito se manifesta de uma maneira que ultrapassa os limites da “comunicação” humana. Todos podemos expressar a Palavra de Deus, e ouvi-la, quando nos entregamos ao cuidado infinito do Amor divino. Tal linguagem transcende nacionalidades, divisões, tempo e espaço. Ela é realmente universal, e os filhos de Deus falam e escutam essa linguagem em todos os lugares.

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