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Seus filhos estão aos cuidados de Deus

Da edição de novembro de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Adaptado de uma conferência sobre a Ciência Cristã, com o mesmo título, proferida

Quando Um Casal está esperando um bebê, há um clima de alegre expectativa. Os avós, as tias, os tios, todos na família, de ambos os lados, ficam felizes com a novidade.

À medida que a notícia se espalha entre parentes e amigos, os pais começam a receber muitos conselhos. Todos querem compartilhar os resultados da própria experiência. Quando se trata de uma experiência boa, pode tranqüilizar e fortalecer a futura mamãe. Mas se alguém teve uma gravidez difícil ou, mais tarde, teve problemas com o bebê e o acontecimento é descrito com detalhes, a gestante pode ficar com medo e cheia de dúvidas. Será que ela ou a criança também vão passar por algo assim? Algumas vezes esses temores são expressos e outras vezes apenas reprimidos, apesar de ainda estarem presentes no fundo do pensamento. Será que existe algo que possamos fazer para que o período de espera pelo bebê seja alegre, livre de ansiedades, repleto de expectativa do bem?

Uma jovem que eu conheço havia se interessado em saber mais sobre Deus. Uma amiga lhe havia dado o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, da Sra. Eddy e, ao lê-lo, ficou encantada por descobrir a maravilhosa verdade acerca da bondade absoluta de Deus e do fato de que Deus é Vida, a única fonte de vida.

Algumas semanas mais tarde, descobriu que estava grávida. Durante os primeiros meses ela não passou bem. Teve hemorragias e, mais tarde, febre. Queria se volver só a Deus para obter a cura, mas o marido, a mãe e o restante da família, que estavam muito amedrontados, insistiram no tratamento médico. Como ela mesma era novata no estudo, cedeu à vontade deles. Foi aconselhada a permanecer na cama e a tomar algumas pílulas diariamente, durante o resto da gravidez. Após tomar os remédios por quase um mês, ainda não estava curada. Nesse ponto, ela parou de tomar os medicamentos, porque não sentia nenhum benefício. Decidiu recorrer completamente a Deus, através do estudo da Ciência Cristã. Foi curada rapidamente.

O que foi que lhe transmitiu a convicção de que Deus a curaria? Durante os meses anteriores ao nascimento do filho, estudou diariamente para compreender com maior clareza o verdadeiro conceito de criação. Na realidade, nenhum ser humano tem a capacidade de criar a vida. A Bíblia começa com as palavras: “No princípio criou Deus os céus e a terra.” Gênesis 1:1.

O que é que Deus cria? Será que Ele cria identidades materiais com corpos físicos? Deus não é físico; Ele é Espírito. Ele cria identidades espirituais, como Ele mesmo. Essa jovem compreendeu que ela não era a criadora da identidade real, espiritual, da criança. Seu pensamento mudou: em vez de ver a criação como sendo material, passou a compreender seu fundamento espiritual. O bem-estar da identidade espiritual da criança não dependia de nenhuma circunstância ou ocorrência humanas. Dependia apenas do amor e dos cuidados de Deus. Os temores expressos por sua família, os quais ela havia aceito em seu próprio pensamento, simplesmente desapareceram.

Na época em que tivera hemorragias, o médico havia pedido uma ultra-sonografia. O exame mostrou que a placenta não estava na posição correta, o que poderia pôr em risco a vida do bebê e possivelmente a dela, durante o parto. Ela não se assustou com esse veredicto. Sabia que, assim como Deus cria todas as identidades, assim Ele também cria toda a lei e, portanto, havia uma lei de Deus em ação, que os protegeria.

A alimentação do bebê e sua capacidade de viver não dependiam da natureza da placenta ou de sua posição. Havia lido em Ciência e Saúde: “O Espírito alimenta e veste devidamente todos os objetos, à medida que aparecem na ordem da criação espiritual, exprimindo assim ternamente a paternidade e maternidade de Deus.” Ciência Saúde, p. 507. A nutrição do bebê, sua fonte de vida, não poderia ser cortada ou deslocada. O sangue e o oxigênio não tinham absolutamente nada a ver com a existência da idéia espiritual de Deus. O amor de Deus estava fluindo para o bebê, ininterrupta e vigorosamente.

Depois de ela ter orado dessa maneira, o médico pediu outra ultra-sonografia. O novo exame mostrou que tudo estava normal. No devido tempo, ela deu à luz uma saudável menininha, sem dificuldades.

O significado da palavra concepção, no dicionário, inclui “imagem; idéia; pensamento; percepção”.

O homem é a criação de Deus; é concebido por Ele. Deus, a Mente divina, concebe o homem como idéia, que incorpora todas as qualidades divinas de vitalidade, inteligência, alegria e assim por diante. As idéias de Deus não são concebidas hoje, ontem ou nove meses atrás. Existem eternamente, como parte de sua criação perfeita, espiritual. Quando nasce um bebê, parece que estamos vendo um frágil e pequeno ser humano. Mas quando empregamos o sentido espiritual, o sentido que está consciente da presença daquilo que é puro e santo, então percebemos a descendência de Deus como sendo a expressão da Vida, a manifestação da inteligência, do Amor e da inocência. Essa idéia tem sua origem em Deus; ela não começa num óvulo. Por isso não precisa passar por nenhum desenvolvimento físico ou evolução material.

Deus formou Suas idéias espiritualmente, à Sua própria imagem, conforme relatado no primeiro capítulo da Bíblia. Os filhos de Deus não podem ter defeitos congênitos, porque não são o produto de duas correntes sanguíneas que podem estar carregando genes defeituosos. Deus é um, Pai-Mãe, não um pai de um lado e uma mãe do outro.

Quando Cristo Jesus viu um homem cego de nascença, seus discípulos quiseram saber se essa era uma punição por algum pecado cometido por aquele homem ou por seus pais. Jesus rejeitou completamente tal teoria. Imediatamente, curou o homem e lhe restaurou a visão. Ver João 9:1—7. Jesus estava sempre consciente de sua própria origem puramente espiritual, do fato de que era verdadeiramente o Filho de Deus. Sabia que todos os homens são igualmente filhos de Deus. A pureza fazia parte tanto da verdadeira origem deles, quanto da sua própria.

Quando uma criança nasce com problemas, os pais muitas vezes se perguntam se a causa foi alguma falha deles. Existem tantas teorias para explicar os defeitos de nascença. Mas todas se originam na crença de que o homem começa num óvulo. Compreender os fatos espirituais pode prevenir problemas ou pode nos ajudar a curá-los, se for essa a questão.

A Sra. Eddy viveu nos Estados Unidos no século XIX e início do século XX. Durante toda sua infância e juventude, ela ficava doente com freqüência. Nenhum tipo de medicamento a tornou forte e sadia. Havia se criado numa família que lia a Bíblia regularmente. Em 1866, ao sofrer um acidente considerado muito grave pelo médico, ela pediu que lhe trouxessem a Bíblia. Foi curada instantaneamente, ao ler o relato de uma das curas de Jesus. Ela começou, então, uma profunda pesquisa da Bíblia. Chegou à conclusão de que Gênesis, capítulo 1, o primeiro capítulo da Bíblia, era o relato verdadeiro da criação. Compreendeu que o homem espiritual, real, é literalmente a imagem e semelhança de Deus. Em seu livro, Ciência e Saúde, ela incluiu uma bela exegese desse capítulo. Diz: “Há um só criador e uma só criação. Essa criação consiste no desdobramento de idéias espirituais e suas identidades, que estão abrangidas na Mente infinita e são para sempre refletidas. Essas idéias se estendem desde o infinitésimo até o infinito, e as idéias mais elevadas são os filhos e as filhas de Deus.” Ciência e Saúde, pp. 502—503.

Não é maravilhoso saber isso? Tira-nos o peso de todas as falsas influências hereditárias. Não precisamos mais dizer que uma criança é gorda ou magra, de maior ou menor inteligência, porque seus pais são assim; nem que uma criança está predestinada a ter uma determinada doença porque algum antepassado a teve.

Quando conheci a Ciência Cristã, eu era pediatra. Acreditava que a medicina alopática era o único meio de curar as doenças. Por outro lado, via muitos casos para os quais não havia solução médica e algumas vezes pensava em como os pais deveriam se sentir, nessas contingências. Como eu me sentiria se me dissessem que meu filho não vai viver mais do que alguns meses, ou que nunca vai andar ou que crescerá com uma lesão cerebral e nunca será capaz de estudar?

De início, li os livros e a literatura da Ciência Cristã, oferecidos por um amigo, apenas por interesse próprio. Na época, nem sonhava com a vastidão e o alcance da lei divina do Amor e sua aplicação em qualquer circunstância.

O despertar aconteceu de modo inesperado. Eu estava trabalhando numa maternidade pública. Havia sido montado um berçário para bebês prematuros. Certa manhã, a enfermeira de plantão parecia estar deprimida. Quando lhe perguntei o porquê, apontou para um pequeno bebê de apenas três dias de idade, nascido três meses antes do tempo. Seu peso ao nascer era de aproximadamente oitocentos gramas. As enfermeiras estavam fazendo o melhor que podiam, mas todos achavam que ele não iria sobreviver. Quando olhei para o bebezinho, meu primeiro pensamento foi de piedade humana: “Pobre bebê, eles estão todos aguardando que você morra.” Logo em seguida, sem nenhum esforço consciente de minha parte, declarei silenciosamente: “Isso não é verdade; você representa a Vida eterna e tem o vigor do Todo-poderoso como apoio.” Instintivamente, com convicção absoluta, senti que essa era a verdade. Apesar de nada haver mudado fisicamente, estava bem confiante de que ele se sairia bem. E se saiu bem. Permaneceu ali até poder ser alimentado normalmente. O único tratamento que recebeu foi o cuidado amoroso e carinhoso das enfermeiras.

Acompanhamos o progresso desse menino até ele completar um ano de idade. Seu crescimento e desenvolvimento foram perfeitamente normais, tanto mental como fisicamente. A base para aquele pensamento sanador foi o significado espiritual de filhos, dado em Ciência e Saúde: “Os pensamentos e representantes espirituais da Vida, da Verdade e do Amor.” Ibidem, p. 582.

Alguém poderia dizer que essa criança ficaria curada de qualquer modo. Talvez fosse apenas uma coincidência! No entanto, havia algo mais por trás dessa experiência, como acontece com toda cura por meio da Ciência Cristã. Fora necessário aprender algo sobre Deus. O que eu estava vendo com olhos humanos e julgando com a mente humana, não era a realidade das coisas como Deus as fez. Ali mesmo, a permanência da Vida divina e o vigor do Espírito divino estavam sendo silenciosamente expressos, como são expressos por toda a eternidade.

Muitas experiências parecidas ocorreram durante o restante de minha carreira no campo da medicina. Em muitas ocasiões tive de enfrentar situações tristes. Toda ajuda médica disponível havia sido dada e ainda assim a criança estava piorando. Parecia ser tão errado, tão injusto! Algo em mim se rebelava. Então eu me perguntava: “O que está realmente acontecendo aqui?” Quando eu afastava o olhar do quadro humano que apresentava uma criança material, pequena, frágil, para ver o filho de Deus — forte e completo, já perfeito — a criança se recuperava. Eu estava aprendendo a reconhecer a presença e a bondade mui tangíveis de Deus, estava vendo o efeito de tal pensamento espiritualizado. Finalmente, cheguei à conclusão de que Deus é o único sanador e tomei a decisão de deixar a prática médica completamente.

Jesus curava constantemente. Para ele, nada era incurável, porque sabia que para Deus tudo é possível. Aceitava o fato científico de que Deus está sempre presente e mantém todos os Seus filhos em seu estado perfeito. Será que podemos provar isso normalmente? Sim, podemos, porque é verdade e porque esse fato é lei. A Sra. Eddy descobriu essa verdade quando estudava a Bíblia. Muitas de suas curas foram instantâneas. Uma dessas curas foi a de uma criança com juntas ancilosadas. Os ossos do joelho pareciam haver se solidificado. O veredicto médico fora de que esse menino nunca mais seria capaz de andar. Após a Sra. Eddy ter orado por ele, no entanto, o menino pôde correr e brincar com outras crianças. Ver Irving C. Tomlinson, Twelve Years with Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1973), pp. 55—56.

A teoria médica é produto do pensamento humano. Todo seu raciocínio é do efeito para a causa. A doença é aceita como real e então presume-se que a causa provável produza tal efeito. Essa suposição é então aceita como lei. Quando a doença é aceita como realidade, surge muito medo. Mas quando afastamos o olhar do corpo físico e raciocinamos que um Deus perfeito só pode produzir perfeição, sentimos Sua presença e Seu poder. O efeito certo é a cura.

Esses fatos, compreendidos, ajudaram uma jovem que na época também era pediatra. Estava interessada em descobrir por que eu havia deixado a profissão médica por algo chamado Ciência Cristã. Ela nunca tinha ouvido falar dessa Ciência. Fez muitas perguntas e ficou contente ao receber alguns exemplares do Christian Science Sentinel. Leu-os e telefonou algumas vezes para fazer perguntas sobre a Ciência Cristã. Cerca de um ano mais tarde, seu filho, que não tinha ainda cinco anos de idade, na época, ficou doente. Por alguns dias esteve febril, rejeitava a comida e apresentava sintomas que a deixaram muito amedrontada. Com base na evidência física, fez um diagnóstico mental de meningite tuberculosa. Quando estudante, havia visto muitas crianças sofrendo dessa doença. Não sobreviviam ou então sobreviviam com sérias deficiências mentais e físicas. O exame de laboratório, que teria confirmado ou refutado o diagnóstico, era doloroso e não estava isento de riscos, por isso ela não queria submeter seu filho ao exame.

Nessa ocasião de muito medo, ela telefonou, pedindo ajuda em oração. Foi-lhe assegurado que Deus era verdadeiro Pai e Mãe do menino. Ele estava completamente a salvo, aos cuidados de seu Pai-Mãe. Não há nenhuma força destrutiva em todo o reino de Deus, e era ali que a criança existia. Deus é Amor. Ela, como mãe humana, faria tudo o que fosse possível para cuidar bem de seu filho. Quanto maior é o amor que Deus expressa, Seu infinito e poderoso amor para com toda Sua descendência! Esta é governada por leis espirituais que não admitem a doença.

Enquanto falava comigo, não mencionou o nome da doença, mas por sua descrição, a causa do medo era óbvia. Durante a conversa, as teorias relativas à infecção, à suscetibilidade à invasão de bactérias e à inevitável tendência aniquiladora da moléstia foram negadas, por não fazerem parte da ordem divina. A consciência é governada pela Mente; ela é sagrada, não é algo que existe num cérebro. Portanto, não pode ser perdida nem reduzida, mas tem de estar sempre clara e alerta. A atividade é uma expressão da Vida, alegre, vivaz e inesgotável. Não pode ser restringida por nenhuma lei física.

Ela sorveu essas verdades porque representavam uma bóia salva-vidas para a criança — uma ajuda que ela sabia ser impossível obter através de medicamentos. Volveu-se a Deus de todo o coração, sem reservas, confiando no Todo-poderoso. O pensamento em que se agarrou firmemente foi o de que Deus amava a criança e que nunca havia criado coisa alguma para prejudicá-la. Em menos de vinte e quatro horas o menino acordou, sorriu seu radiante sorriso costumeiro e pediu algo para comer. Daí em diante, seu comportamento foi completamente normal. A mãe estava profundamente grata e, claro, queria aprender como seu filho havia sido curado. Começou um sério estudo da Ciência Cristã. O menino cresceu e se tornou um rapazinho muito inteligente.

As crianças, vistas espiritualmente, não são fracas nem desamparadas. Não estão à mercê dos adultos que cuidam delas, nem à mercê de alguma autoridade institucional. Como Deus está presente em todo lugar, o único poder exercido é o poder do Amor, da bondade. A Bíblia diz no Apocalipse: “Reina o Senhor nosso Deus, o Todo-poderoso.” Apoc. 19:6. Temos a liberdade de pensar e agir a partir do conhecimento de que não existe outro poder, e de aceitar isso sem dúvidas ou reservas. Podemos saber que o único poder que está se manifestando é o poder de Deus, suave, pacífico, totalmente benevolente. Como descendentes do Espírito, as crianças herdam tudo que seu Pai-Mãe Deus tem, inclusive força, não fraqueza. A Bíblia é a autoridade que nos leva a reconhecer essas verdades.

O Pai-Mãe Deus não pode produzir algo diferente dEle mesmo. Sua criação tem de ser espiritual, perfeita e eterna como Ele. Por Deus ser infinito, Suas idéias estão contidas nEle. Nunca estão fora de Seu todo-poder, nunca podem se afastar de Seu cuidado protetor. São totalmente governadas por Suas leis, que sustentam a integridade e a pureza da individualidade.

Esse Deus único é o Pai-Mãe de todos nós, o supremo Genitor de cada criança, sem exceção. Portanto, todos estão completamente seguros. Podemos nos volver a Deus sem hesitar, para cuidarmos de nós e de nossos filhos.

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