Qualquer Pessoa Que esteja se deparando com problemas sérios tem o direito de encontrar conforto e mais satisfação na vida. Todos certamente merecem livrar-se da escravidão da doença mental. A cura espiritual que faz parte do verdadeiro cristianismo que Cristo Jesus ensinou e praticou, soluciona eficazmente todos os problemas humanos, tanto mentais quanto físicos.
Jesus curou todo tipo de mal, inclusive pesar, sentimento de culpa e desespero. Essas curas ocorreram de forma rápida e eficaz. Ele não considerava nenhuma condição humana fora do alcance do amor de Deus, que cura instantaneamente. Certa vez, Jesus encontrou um homem atormentado por problemas mentais num processo avançado de autodestruição. Ver Marcos 5:1—15. Esse homem correu até Jesus e, como relata a Bíblia, o adorou. Entretanto, em seguida ele voltou-se decididamente contra Jesus. Para mim, era como se o endemoninhado estivesse resistindo à própria ajuda de que necessitava, talvez por acreditar que seu problema não tivesse cura ou mesmo que ele não merecesse a cura. Jesus recusou-se a encarar a situação dessa forma trágica e o curou. As pessoas que se aproximavam para ver o que estava acontecendo encontraram-no em perfeito juízo.
Será que nós também podemos esperar que o mesmo poder divino que Jesus demonstrou nos liberte de dificuldades que podem parecer sérias e incuráveis? É claro que sim, desde que estejamos dispostos a aceitar e seguir o ensinamento de Cristo Jesus: que Deus é Espírito e o Pai de todos. Raciocinando a partir dessa base de pensamento, concluímos que eu, você, e todos os outros somos, na verdade, a expressão espiritual de Deus. Somente a partir desse ponto de vista puro e espiritual, conseguimos desfrutar de nossa liberdade e vivenciar a paz que vem de Deus — a qual é um direito inato do homem e o caminho seguro para a satisfação.
À medida que reconhecemos o Espírito como criador do homem, podemos começar a compreender suas características espirituais, ou seja, sua identidade. A identidade que Deus dá ao homem não é composta de reações nervosas, fobias, traços emocionais destrutivos, resultantes de influências genéticas ou ambientais. Quando damos o passo vital, que é reconhecer a Deus como nossa única origem real, constatamos que o verdadeiro homem e a verdadeira mulher não podem nascer da carne nem carregar cargas hereditárias destrutivas.
Começar a abandonar a crença de que nossa origem real é o nascimento mortal, acompanhado de todos os seus rótulos restritivos e limitações, é começar a desfrutar mais da liberdade inerente à nossa identidade espiritual verdadeira. Sendo a expressão exata e perfeita de Deus, o homem reflete eternamente qualidades como inocência, pureza, prazer, vigor e ausência de medo. Todas essas qualidades saudáveis são naturais a cada um de nós, pois o Espírito é nosso único Pai. Referindo-se a Deus, o salmista diz: “Foi ele quem nos fez e dele somos”. Salmos 100:3.
Todos nós temos uma única razão para existir: cumprir nosso propósito divino de refletir a Deus. Como a idéia preciosa e completa de Deus, o homem não pode ser identificado por raça, idade, circunstâncias humanas ou históricas. Em realidade, sempre somos aceitos e amados pelo nosso Pai-Mãe Deus — motivados por Ele e governados por Ele. Por isso, você e eu podemos, cada vez mais, expressar as qualidades de Deus em nossa vida diária.
A atividade do Cristo, a Verdade, ao revelar à consciência humana o fato de que Deus é a única Mente, prepara-nos para entender e desafiar a mentira de que a capacidade mental do homem seja mortal. O Cristo fortalece-nos para que possamos compreender e reivindicar nossa habilidade de nos elevar acima de características mortais tais como depressão, frustração e desespero. Com esse novo discernimento e grande humildade, podemos observar a sabedoria da mensagem de Paulo em 1 Coríntios: “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e, sim, o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.” 1 Cor. 2:12.
Se a conclusão de Paulo nos parece difícil de aceitar, precisamos abrir nosso pensamento para a verdade de que Deus nos dá, não o “espírito do mundo”, mas a consciência espiritual que é sempre livre, saudável e serena. A consciência espiritual inclui cada qualidade que faz parte da natureza gloriosa e completa de Deus. Podemos mesmo dizer que o homem “espelha” ou reflete o ser divino — de forma completa, constante e natural.
Para expressar mais de nossa natureza verdadeira, precisamos conhecê-Lo mais intimamente, para poder sentir a união que caracteriza a relação entre Deus e o homem. Só então Deus, o bem, torna-se realmente Tudo-em-tudo para nós e Sua totalidade, espiritualmente compreendida, nega realidade a tudo aquilo que pretenda trazer perturbação à vida e ao nosso ser. Quando damos o primeiro passo para alcançar a satisfação que certamente nos pertence, só então é que as dificuldades começam a ser solucionadas. Esse início vital faz com que nosso esforço seja mais eficaz e nos traz a segurança de que estamos no caminho que conduz à libertação.
Conheço uma pessoa que decidiu volver-se a Deus em um momento de perturbação mental e aprendeu que quando nos apoiamos nEle, sentimos alegria e paz em abundância. Apesar de parecer que a causa do problema era uma decisão tomada por outra pessoa, que alterava toda uma situação e interferia com todos os seus planos para o futuro, ela percebeu que a solução viria somente por meio de compreensão espiritual.
Como estudante dedicada da Ciência Cristã, ela sabia, por experiência própria, que os métodos e opiniões humanas, apesar de muitas vezes demonstrarem boa intenção e serem às vezes úteis, não eram conclusivos nem satisfatórios. Só a confiança no amor de Deus podia acabar com a depressão que parecia oprimi-la. Primeiramente, orou para acalmar-se, para ficar totalmente receptiva a Deus e ao Seu amor que não tem nenhuma imperfeição. Gradualmente, essa submissão positiva a Deus, o bem, trouxe-lhe conforto e a certeza de que sua oração traria bons resultados. Ao orar e estudar diariamente para compreender mais a respeito da natureza de Deus e de Seu amor por ela, tornou-se cada vez mais consciente de dois fatos importantes: ela possuía uma paz inviolável, pois Deus, a Mente divina, era na verdade, a Mente única; por reflexo, essa era sua Mente. Além disso, ela poderia confiar nessa Mente divina perfeita para solucionar aquela situação desagradável.
Ela sabia que teria de enfrentar questões básicas: a felicidade e a satisfação são encontradas no meio material e dependem de pessoas? E o mais importante: estava ela encarando essa circunstância apenas a partir de um ângulo pessoal, ou teria essa situação um significado maior e mais profundo do que ela estava imaginando?
Aos poucos, começou a perceber que tolamente estava baseando a felicidade em valores e situações materiais. Aquilo que ela acreditava ser tão necessário para trazer realização à sua vida, de repente foi perdendo o interesse à medida que adquiria uma perspectiva mais verdadeira das coisas. Compreendeu que o estado mental real do homem não é um campo de batalha para as emoções. Percebeu que, honestamente, deveria enfrentar a verdade contida nas Escrituras e que diz que Deus, a Mente, faz com que o homem seja Sua idéia espiritual, realizada e completa. Dessa forma, uma vez que sua natureza real era a expressão individual da inteligência divina, ou Mente, ela não era escrava da emotividade; tinha o direito de expressar todos os maravilhosos atributos de Deus. Na verdade, ela começou a ver mais claramente que só as qualidades poderosas, mas meigas, de Deus, constituíam sua identidade real e sua verdadeira consciência.
Essa pessoa ficou muito grata pelas lições aprendidas enquanto a cura se manifestava. Enquanto se empenhava em aceitar a vontade da Mente todo-amorosa, ela decidiu que seus pensamentos deveriam, a cada instante, estar de acordo com essa Mente que, em realidade, era seu único e verdadeiro estado mental. À medida que fazia isso com fé, percebeu que seu ambiente legítimo não era material, mas sim espiritual, porque seu único lar real era Deus.
Quando damos prioridade em nossa vida à totalidade de Deus, recebemos calmamente Seu Cristo e compreendemos que nada pode interromper nossa expressão da serenidade cristã.
Ela bem sabia que a tranqüilidade interior por si só não é suficiente. Somente a tranqüilidade em conjunto com a receptividade espiritual poderiam eliminar de seus pensamentos o egocentrismo, o ressentimento, a inquietação e o desespero, que são características da vontade humana. Ela compreendeu que a perturbação mental era mentira flagrante a respeito da vida que Deus conhece e mantém.
À medida que reivindicava e expressava a sanidade da Mente divina, isto é, a verdadeira consciência que ela refletia, passou a ter uma noção muito mais nítida sobre o meio ambiente. Acompanhando essa nova noção, vieram-lhe novas oportunidades para alcançar seus objetivos. Foi como se ela tivesse acabado de receber uma grande herança, que lhe trazia novas atividades, cheias de propósito e que passaram a lhe dar muita satisfação — a recompensa inevitável do pensamento sensível às coisas do Espírito. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy explica: “O sentido material expressa a crença de que a mente esteja na matéria. Essa crença humana, oscilando entre o sentido de prazer e de dor, de esperança e de medo, de vida e de morte, nunca passa além dos limites do mortal ou do irreal.” Em seguida ela continua: “Quando se conseguir o real que é anunciado pela Ciência, a alegria não mais tremerá e a esperança não mais enganará.” Ciência e Saúde, p. 298.
A qualquer momento na experiência humana, quando alguém discerne e acalenta a presença sanadora do Cristo, a Verdade, e a recebe de coração aberto, os desejos egoístas e a vontade humana cedem ao Consolador, “o Espírito da verdade” que, segundo a promessa de Jesus, estaria conosco para sempre. Esse suave “Espírito da verdade” põe fim ao desespero, restaurando nossa paz mental por meio do poder sempre presente de Deus, poder esse que Jesus demonstrou na cura do demente. Quando damos prioridade em nossa vida à totalidade de Deus, recebemos calmamente Seu Cristo e compreendemos que nada pode interromper nossa expressão da serenidade cristã. Naturalmente passamos a demonstrar, cada vez mais, a inteireza de nossa verdadeira identidade. Assim, as emoções param de causar danos.
Tal como um viajante que faz uma pausa para admirar e deleitar-se com uma paisagem majestosa, alegramo-nos muito ao descobrir e identificar o que faz Deus ser tão maravilhoso! Passamos a observar a existência a partir de um novo ângulo, que não somente estabiliza e suaviza nossa perspectiva de vida, mas também faz com que passemos a ter um propósito mais puro e mais cristão, o que não seria possível se ficássemos presos a desejos egoístas.
Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz
aquele cujo propósito é firme;
porque ele confia em ti.
Confiai no Senhor perpetuamente,
porque o Senhor Deus é uma rocha eterna.
Isaías 26:3, 4
