Na Família, Na escola, no trabalho ou na comunidade, sempre encontramos oportunidades de aprender mais sobre o trabalho em conjunto. Descobrimos que trabalhar harmoniosamente com outras pessoas é agradável; mas não só isso: se o trabalho envolve amor sincero a Deus e ao homem, fortalece e traz progresso.
O mesmo se dá com o trabalho na igreja. Á medida que os membros da igreja amam a Deus e nutrem genuíno amor e apreço uns pelos outros, trabalhando juntos em alegria e cooperação, a igreja como um todo é fortalecida. É uma igreja vigorosa, progressista e sanadora.
Cada filial da Igreja de Cristo, Cientista, foi estabelecida com o propósito de trazer cura à comunidade onde está inserida. Quando os membros trabalham juntos, dedicados integralmente ao verdadeiro propósito da Igreja, a igreja filial é uma força curativa na comunidade.
Às vezes, no entanto, pode surgir divisão ou falta de amor entre os membros. Tal desunião pode ter origem no ponto de vista equivocado de que a igreja está baseada em pessoas, talvez agradáveis, talvez não, que concordam ou discordam, que tomam decisões acertadas ou erradas, e assim por diante. Se formos enredados por essa maneira materialista de ver as coisas, que é oposta à visão real e espiritual do homem como expressão de Deus, a Vida divina, tal sentido pessoal tende a obstruir a prática da verdadeira cura espiritual.
Nós — e nossas igrejas — vamo-nos libertando dessa obstrução ao progresso, à medida que compreendemos melhor o fundamento espiritual da Igreja. Esse fundamento nada tem a ver com pessoas. A Igreja está fundada no Cristo impessoal, a Verdade sanadora, como nos foi revelada na Bíblia.
O grande Mestre, Cristo Jesus, definiu o verdadeiro fundamento da Igreja numa conversa com seus discípulos, registrada no Evangelho de Mateus. Ele lhes perguntou: "Quem diz o povo ser o Filho do homem?" Os discípulos mencionaram João Batista, Elias e Jeremias, indicando que muitas pessoas acreditavam que Jesus era um médium, encarnando o espírito de algum profeta já morto. Elas não compreendiam que o Cristo, o espírito da Verdade e do Amor — e não uma personalidade humana — era o poder que estava por trás das extraordinárias obras do Mestre.
Jesus então indagou de seus discípulos quem eles pensavam que ele era. Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." Ele discernira a natureza espiritual do Cristo. Em sua resposta a Simão, Jesus definiu o fundamento de sua igreja: "Bemaventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." Mateus 16:13–18.
A Sra. Eddy entendia o fundamento espiritual da verdadeira Igreja. Em Ciência e Saúde ela diz: "Jesus estabeleceu sua igreja e manteve sua missão sobre o fundamento espiritual da cura-pelo-Cristo."Ciência e Saúde, p. 136. E continua, referindo-se à passagem bíblica mencionada: "Em outras palavras, Jesus tencionava fundar sua sociedade, não no Pedro pessoal que era mortal, mas no poder de Deus, que amparava a confissão de Pedro acerca do Messias verdadeiro.
"Tornara-se agora evidente a Pedro que a Vida, a Verdade e o Amor divinos, e não uma personalidade humana, eram o sanador dos doentes, e constituíam uma rocha, um fundamento firme no reino da harmonia."Ibidem, p. 138.
A Sra. Eddy sabia que para sua Igreja ter um impacto sanador na humanidade, tinha de estar fundada no Cristo, a Verdade, e não em pessoas ou personalidades. Estabeleceu a Bíblia e o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, como pastor impessoal de sua Igreja, ao invés de ter pregações de caráter pessoal. Ordenou especificamente que não contássemos o número de membros de nossas igrejas e que deixássemos de numerar as pessoas. Ela escreveu o Manual de A Igreja Mãe para governo de sua Igreja, protegendoa, assim, da influência de opiniões pessoais. E, ao mesmo tempo em que deixava claro que ela era — e sempre será — a Líder da Igreja de Cristo, Cientista, afastava continuamente do pensamento o senso pessoal de si mesma, voltando-se para Deus. Escreveu: “Ao fundar um sistema patológico de cristianismo, a autora se esforçou por explicar o Princípio divino, e não por exaltar a personalidade. As armas da intolerância, da ignorância e da inveja tombam ante um coração sincero.”Ibidem, p. 464.
Quando servimos a Deus, o Princípio divino, em nosso trabalho na igreja, e não nos deixamos enganar, pensando que ela é governada por pessoas ou personalidades, sentimos uma unidade de espírito que fomenta o amor e o apreço mútuos, e um desejo de trabalhar em conjunto em direção ao objetivo comum de ter uma igreja sanadora. Isso significa que nos auxiliamos e nos fortalecemos uns aos outros. A Bíblia dá bons exemplos de como fazer isso — e de como não fazê-lo!
Deus deu a Moisés uma tarefa enorme, sem dúvida, e ele inicialmente não tinha a certeza de ser capaz de realizá-la. Moisés, porém, amava a Deus, estava disposto a servir em qualquer coisa que Ele lhe pedisse, e era humilde. Não se vangloriava nem confiava no sentido pessoal de suas habilidades; em vez disso, volvia-se a Deus em busca de sabedoria e orientação para realizar a tarefa que lhe havia sido atribuída. Com total confiança em Deus, teve êxito em levar seu povo para longe da escravidão do Egito. Dos que estavam ao seu redor, alguns o ajudaram, outros o perturbaram nessa tarefa.
O relato no livro de Números, capítulo 12, mostra a nós, membros de igrejas filiais, o que não fazer. Miriã e Arão criticaram Moisés usando como pretexto o fato de ele ter desposado uma mulher etíope, mas é provável que, em realidade, estivessem com inveja de Moisés por sua posição de autoridade. Em vez de apoiá-lo no trabalho que ele tinha a realizar, permitiram que o sentido pessoal controlasse seus pensamentos na forma de rivalidade, presunção e crítica. Na tentativa de derrubá-lo, eles é que caíram. Miriã ficou leprosa, e Deus a curou após Moisés haver intercedido por ela, que fora banida do acampamento por sete dias. O relato nos diz que o povo não prosseguiu enquanto Miriã não foi trazida de volta. Em outras palavras, o progresso de todo o grupo foi barrado temporariamente por esse incidente.
Já em Êxodo, capítulo 17, encontramos como deveríamos agir. Quando Israel foi atacado por Amaleque, Josué foi enviado a combatê-lo, e Moisés subiu ao cume de um outeiro, levando consigo a vara de Deus. Lemos que “quando Moisés levantava a mão, Israel prevalecia; quando, porém, ele abaixava a mão, prevalecia Amaleque.” O relato bíblico diz que as mãos de Moisés tornaram-se “Pesadas” ao realizar a tarefa. Recebeu ajuda de Arão e Hur, que haviam subido com ele. Deram a Moisés uma pedra para assentarse e permaneceram um de cada lado, sustentando-lhe as mãos“até ao pôr do sol.” Assim Josué e os israelitas derrotaram Amaleque.
O tocante quadro de dois leais colaboradores firmes ao lado de Moisés, sustentando-lhe as mãos, fortalecendo-o pelo tempo que fosse necessário, até derrotar Amaleque, pode ser um exemplo para nós, membros da igreja. Nesses dois relatos bíblicos, é óbvio que “derrubar” e “sustentar” trazem resultados opostos para todo o grupo: progresso interrompido ou vitória assegurada. Para que nossas igrejas filiais cumpram sua missão sanadora, nós, seus membros, temos de sustentar as mãos uns dos outros.
Muitos de nós são, às vezes, eleitos ou nomeados para algum cargo na igreja, tal como Leitor, secretário, membro da diretoria ou coordenador de alguma comissão. Quando isso ocorre, talvez nos sintamos tímidos ou relutantes em aceitar o cargo, ou até despreparados para atender às responsabilidades. Afinal de contas, nem Moisés saiu saltando de alegria, logo que recebeu a incumbência!
Talvez as mãos de alguém fiquem pesadas, cansadas com o trabalho constante, durante seu mandato. Talvez, sem que o saibamos, esse membro esteja enfrentando desânimo ou falta de inspiração, doença, dificuldades financeiras, ou problemas no lar ou no trabalho. Como nos sentiríamos fortalecidos e reanimados, se nós estivéssemos nessa situação e soubéssemos que nossos companheiros da igreja estão orando conosco, bem ao nosso lado. Quando é a vez de outro membro ocupar o cargo, nós também deveríamos estar ao lado da pessoa, amando-a apoiando-a, sustentando suas mãos. É imprescindível que a Regra Áurea seja vivida pelos membros para que uma igreja seja forte e os membros curem com suas orações.
Certamente, se algo em nossa igreja precisar ser corrigido, estaremos atentos a isso e cuidaremos do assunto em oração. Mas a crítica destrutiva, a rivalidade, a animosidade ou a falta de apreço mútuo só acumulam pesadas cargas nos ombros dos membros. Também não faremos o trabalho de “sustentação”, se ficarmos de largo, inativos, devido à apatia ou por desinteresse em servir na igreja.
De onde provém essa tendência de "derrubar" ou a recusa de ficar ao lado de alguém em oração e amor? Esse é um elemento do que a Bíblia denomina "mente carnal", a suposta mentalidade materialista separada de Deus, que é a única Mente verdadeira. E também uma forma de sentido pessoal, que diz haver muitas pessoas ou mentes pessoais, trabalhando na igreja, que podem estar em conflito. Esse falso conceito de mente tenta envenenar e dividir, pois é mortal, limitado, limitador, acredita na realidade do mal e opõe-se à totalidade e bondade de Deus.
Permanece, no entanto, o maravilhoso fato espiritual de que essa mente é irreal e desprovida de poder porque é oposta à divina Mente infinita, Deus. Quando compreendemos que, em realidade, essa Mente é a única Mente de cada um de nós e que nosso ser real é a própria expressão da Mente divina, então os elementos divisionistas do pensamento não encontrarão abrigo em nós. Dessa maneira, contribuímos para também eliminar a divisão dentro de nossa igreja.
Sustentar a mão de alguém não é um trabalho insignificante, se pensarmos seriamente a esse respeito. Significa orar ativamente por nossa igreja e dar-lhe nosso apoio irrestrito, expressando as qualidades provenientes de Deus, o Amor divino, que fortalecem, abençoam e unem. Esse trabalho também requer paciência e dedicação, mas é natural para nós, pois a verdadeira natureza do homem é a de imagem do Amor.
O amor e o fortalecimento mútuos trazem como resultado a união espiritual e esta é poder que cura. Quando virmos que abundância de bênçãos recai sobre nós e sobre nossa igreja, por meio do amor abnegado e da oração totalmente livre do sentido pessoal, aceitaremos com júbilo esse trabalho cheio de alegria e não mais manteremos a igreja à distância nem ficaremos passivos.
Sem dúvida, os amalequitas atacaram os filhos de Israel, mas a vitória destes últimos foi alcançada porque Moisés persistiu em manter suas mãos erguidas, com ajuda. Que lição para nossas igrejas filiais! Os amalequitas de hoje poderiam ser tudo o que perturba nossas igrejas: apatia ou antipatia na comunidade, a difusão do materialismo, a resistência à cura espiritual. Nós, como Moisés, temos de ser firmes no combate espiritual àquelas coisas que impedem o progresso de nossa igreja, no cumprimento de sua missão sanadora. À medida que todos trabalharmos em conjunto, deixando que a oração nos oriente e fortaleça, a vitória é certa.
