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Onde vivemos : no caos ou no cosmos?

Da edição de abril de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


O “Caos” Tem se tornado ultimamente tema de intenso estudo científico. Como resultado, algumas crenças estabelecidas há muito tempo estão se invertendo.

Por exemplo, durante séculos os astrônomos estudaram a misteriosa “grande mancha vermelha” na atmosfera de Júpiter e sempre pensaram que fosse a ação de forças estáveis e ordenadas. Atualmente, modelos no computador sugerem que ela seja uma expressão do caos sob a aparência de ordem, mas nunca ordem verdadeira. Em outra pesquisa, os cientistas, estudando modelos de movimentos no computador, há muito tidos como uma mistura desordenada e indecifrável, repentinamente descobrem nas telas de seus computadores uma infinidade de padrões derivados cheios de simplicidade e beleza, entremeados com explosões ocasionais de turbulência. Caos na estabilidade, ordem na turbulência!

Essas novas teorias do “caos”, descritas aos leigos em livros tais como Chaos: Making a New Science (Caos — A criação de uma nova ciência), de James Gleick, talvez se mostrem úteis para esclarecer algumas questões científicas e de engenharia. Em última análise, porém, a teoria do caos mostra que a humanidade continua como sempre entrincheirada nas estruturas materiais discordantes, forças materiais incontroláveis e acontecimentos catastróficos. Na verdade, a teoria do caos sugere que a matéria está, por sua própria natureza, sujeita ao caos. E se você e eu estivéssemos sujeitos à matéria, como geralmente se acredita, você e eu estaríamos inevitavelmente sujeitos ao caos. Tal pensamento não é nem um pouco confortador!

Ao terminar de ler o livro de James Gleick, lembrei-me do relato bíblico sobre Jó e as calamidades que o assolaram. Essas certamente retrataram a suposta propensão da humanidade de sofrer devido a forças e acontecimentos imprevisíveis, incontroláveis, destruidores, com as mesmas características dos fenômenos sobre os quais eu estivera lendo. No final, entretanto, a experiência de Jó mostrou que Deus e a harmonia de Seu cosmos podiam se manifestar exatamente onde os acontecimentos caóticos pareciam ter causado danos irremediáveis.

Em Unity of Good a Sra. Eddy escreve: “O caos da mente mortal se converte no degrau que conduz ao cosmos da Mente imortal.” Un., p. 56. Depois de trinta e tantos capítulos de caos e controvérsia, a história de Jó vai do caos ao cosmos: Deus revela Seu pleno poder e majestade, abatendo o senso sofredor de Jó. Este exclama: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.” Jó 42:5. E seu bem-estar humano é restaurado abundantemente. Comentando sobre isso em Unity of Good, a Sra. Eddy escreve: “A fé e a esperança de Jó deram-lhe a certeza de que os chamados sofrimentos da carne são irreais.” Un., p. 55.

De onde vêm as forças e acontecimentos caóticos, tais como os que inicialmente se desencadearam sobre Jó? Na história bíblica são atribuídos a Satanás, um suposto poder separado de Deus e oposto ao bem. A Ciência Cristã define o diabo, ou mal, como mente mortal, a falsa consciência que diz ser a matéria uma realidade objetiva e que afirma sermos dominados por forças materiais originadas na matéria caótica. A Ciência Cristã contradiz e nega totalmente essa premissa.

Você e eu não temos evidência nenhuma da realidade da matéria, a não ser aquela que nos é transmitida pelos sentidos físicos. Em outras palavras, a matéria existe na mentalidade que a percebe e a descreve. Essa mentalidade, ou mente mortal, se auto-afirma, pretendendo ter existência no produto da matéria. Mas a Ciência divina mostra por que a existência material é ilusória. Os seguintes postulados descrevem a verdadeira natureza de Deus e de Seu cosmos: Deus é Tudo, infinito; nada existe fora de Sua totalidade e nada dessemelhante dEle existe dentro de Sua totalidade. Deus é Mente; como só há um Deus, só há uma Mente, uma inteligência. E qualquer outra mentalidade que pretenda existir ou ser inteligente é uma impossibilidade. Deus é o único criador e Ele é Espírito; Ele fez tudo o que está feito e tudo o que Ele fez é espiritual e bom. Suas forças são as forças da Alma e do Amor. Aqui vemos a realidade do cosmos de Deus; nele não há nenhum vestígio de caos.

De um ponto de vista espiritualmente científico, o homem existe nesse cosmos de Deus como o próprio reflexo, ou idéia, de Deus. Você e eu podemos reconhecer a realidade desse cosmos aqui mesmo, na nossa experiência humana. Esse é o único meio que você, eu e o restante da humanidade temos para nos livrar de viver ao acaso — em relativa harmonia, segurança e saúde, ou em desordem, destruição e doença, conforme o capricho de forças materiais cegas, ou seja, a mente mortal.

É prático para nós aceitar isso? Consideremos uma analogia.

A disponibilidade de luz depende da escuridão estar ausente? Não. Todos sabemos que a luz elimina a escuridão. Semelhantemente, a estabilidade e a saúde não dependem da ausência de discórdia e de doença. A ordem, a estabilidade e a saúde têm uma força afirmativa, derivada de sua origem no cosmos da Mente divina. Em sua presença, a desordem, o caos, se dissolve, tal como a escuridão se dissolve na presença da luz.

Sem dúvida, Cristo Jesus proporciona o exemplo supremo desse poder divino para destruir o caos com a harmonia divina. Consideremos a cura do menino epiléptico. A criança estava sujeita a ataques imprevisíveis. Como disse seu pai: “.. . muitas vezes cai no fogo, e outras muitas, na água.” Imprevisibilidade é sinal de caos. Em seguida, Mateus relata: “E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e desde aquela hora ficou o menino curado.” Mateus 17:15, 18.

Tal como foi explicado anteriormente, a Ciência Cristã iguala o diabo à mente mortal e considera a doença, independentemente do nome com que se apresenta, como uma desordem imposta à consciência humana pela atividade desarmoniosa da mente mortal. Sempre que se nos apresentam as tendências caóticas dessa mente hipotética, podemos perceber que a identidade espiritual do homem está para sempre abrigada no cosmos de Deus, a Mente divina. Portanto, é governada ininterruptamente pela estabilidade da Mente. Quando nossa oração se eleva a partir de verdades tais como essas, o Cristo, a Verdade, prepara a consciência humana para refletir a invariável estabilidade e harmonia do cosmos da Mente, seguindo-se então a cura.

Pode ser que o caos mostre sua imprevisibilidade sob a forma de perigo repentino, confusão crônica ou órgãos e tecidos agindo fora de controle. Mas nós não estamos aprisionados em tal encenação. Podemos perceber o fato espiritual de que cada um de nós está indissoluvelmente unido à Mente, refletindo a harmonia da Mente. À medida que essa verdade invade a consciência humana, destruindo o medo, nosso corpo e nossa experiência retomam visivelmente suas funções normais e ordenadas. Nossos pensamentos e corpos não podem ser usados para manifestar o caos do erro. A ordem do cosmos da Mente está expressada irrevogavelmente em toda a criação e essa verdade harmonizará tudo o que percebemos como substância e vida.

Poderá a mera crença em tais declarações elevar a humanidade acima das complexidades do caos e de todos os outros erros e males? Não. A crença não o fará. Você e eu devemos entender espiritualmente as leis específicas do cosmos de Deus e aplicá-las para impedir ou eliminar os efeitos do caos em nossa experiência individual. As leis do cosmos de Deus, na medida em que são conhecidas universalmente, reduzirão os efeitos do caos sobre a humanidade como um todo. Entretanto, os acontecimentos caóticos continuarão, até que, em conjunto, a humanidade inverta sua atual tendência de atribuir mais e mais poder à matéria e de compreender mal, ou menosprezar, o poder do Espírito.

O caos, expresso na “fúria da natureza” ou acontecimentos políticos e econômicos “fora de nosso controle”, parece interromper a harmonia natural do ser. À medida que a humanidade avançar rumo ao Espírito, chegaremos a compreender a interrelação entre o pensamento mortal coletivo e acontecimentos caóticos que afligem grandes segmentos da humanidade. Porém, a maior compreensão a respeito do controle absoluto que a Mente divina tem sobre o universo, provará finalmente a verdade desta declaração da Sra. Eddy em Ciência e Saúde: “Não existe fúria vã da mente mortal — expressa por terremotos, ventos, ondas, raios, fogo, ferocidade bestial — e essa assim chamada mente se destrói por si mesma.” Ciência e Saúde, p. 293.

Todos nós podemos aprender a olhar para além do caos e ver que este não existe, enxergar a segurança do cosmos de Deus, isto é, aprender a ver a presença efetiva do reino de Deus aqui na terra. Passo a passo, podemos demonstrar que estamos constantemente em segurança na estabilidade do cosmos da Mente divina, onde a fúria ilusória da matéria e das forças materiais, ou seja, a mente mortal, não pode nos alcançar. Através da demonstração da Ciência divina, o caos da mente mortal pode verdadeiramente se converter “no degrau que conduz ao cosmos da Mente imortal.”

O amado do Senhor habitará seguro
com ele: todo o dia o Senhor o protegerá,
e ele descansará nos seus braços.

Deuteronômio 33:12

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