Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Adolescência nos anos noventas

Vejo-me agora sob uma luz inteiramente nova

Da edição de abril de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Durante Uma Boa parte daquele ano, senti-me totalmente fora de controle parecia que estava sendo jogada de um problema a outro e, ao mesmo tempo, eu sentia uma enorme insegurança e falta de confiança em mim mesma. Como conseqüência, tornei-me extremamente preocupada com minha aparência física e com aquilo que os outros pensavam de mim. Procurei várias maneiras de manipular minha aparência exterior, pensando que de algum modo chegaria a me convencer de que era uma pessoa capaz e poderia mostrar aos outros que eu era “senhora de mim”. Depois de seis meses em que me permiti comer apenas o necessário para sobreviver, troquei essa prática por outra que, a meu ver, também não enfrentava a verdadeira questão — exercícios diários extenuantes.

Pela primeira vez em minha vida eu estava bem magra e meu corpo parecia “em forma” — duas coisas muito importantes pelos padrões culturais dos anos 90. As pessoas amiúde me perguntavam como é que eu estava conseguindo isso, reforçando meu sentimento de grande “realização”. A parte irônica nisso tudo era que, quanto mais me entusiasmava com esse novo controle superficial, mais me sentia oprimida e aprisionada pelas leis humanas.

Além de fazer o esforço consciente para manter um peso que obviamente não me era natural, eu estava ficando cada vez mais perturbada por perceber o quanto a minha vida estava se orientando por práticas médicas. As compras dos alimentos eram receitadas pelas indicações nutricionais dos rótulos e a freqüência e dosagem dos exercícios físicos eram determinadas pela quantidade de comida ingerida naquele dia ou pela rapidez com que diminuía o tamanho de minhas roupas, e assim por diante. Aos poucos, estava sendo forçada a reconhecer que, embora estivesse conseguindo obedecer, mediante força de vontade, às exigências ditadas pelo mundo, estava contudo enganando a mim mesma. Por certo eu não estava seguindo o ensinamento de Cristo Jesus de pôr a Deus em primeiro lugar e de não me inquietar com o corpo.

Esse foi realmente o ponto decisivo. Bem no meu íntimo, sabia que uma compreensão espiritual da verdadeira liberdade, era o que eu desejava acima de tudo. De fato, olhando agora para trás, percebo como esse desejo, embora muitas vezes entremeado com lágrimas de desânimo, era, em verdade, o início humilde da oração e da disposição de ouvir a Deus.

Depois de ler durante meses qualquer coisa que me viesse às mãos referente a regimes, exercícios e saúde, li esta afirmação em Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy: “Partindo de um ponto de vista mais alto, elevamo-nos espontaneamente, assim como a luz emite luz sem esforço; pois 'onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração'.” Ciência e Saúde, p. 262. Aquelas palavras, sem esforço, saltaramme à vista como se fossem luzes cintilantes dizendo: “Esta é a verdade!” Eu estivera absorta nas alegações dos métodos materiais o suficiente para perceber pessoalmente que, embora pareçam produzir resultados, eles nunca satisfazem plenamente.

Ao começar, contudo, pelo ponto de vista da realidade espiritual, qual seja, conhecer-me como essencial à expressão completamente boa que Deus tem de Si mesmo — comecei a perceber melhor onde minha individualidade se encaixava no Seu “grande quadro” de perfeição, harmonia e equilíbrio, totalmente separada da fraude da mortalidade. Pude perceber que, na criação espiritual de Deus, a única criação real e permanente, minha identidade natural como idéia amada de Deus não podia manifestar nem excesso nem falta. Em outras palavras, não há como, na verdade, ser muito gorda ou muito magra. Orando a partir desse ponto de vista, percebi que meu nível de atividade física não poderia ter por base recomendações ou exigências humanas. Compreendi que, sendo uma expressão amada e essencial de Deus, eu preenchia naturalmente um nicho que era a perfeita manifestação da ordem divina, sem esforço — sem ter de fazer pessoalmente alguma coisa para que isso fosse assim.

Ao começar a vislumbrar, realmente, a verdade a respeito dessa liberdade inata, lembrei-me de outra afirmação da Sra. Eddy em Ciência e Saúde: “Não podemos sondar a natureza e a qualidade da criação de Deus, mergulhando nos baixios das crenças dos mortais. Temos de inverter o rumo dos nossos fracos adejos — nossos esforços por achar vida e verdade na matéria — e elevarnos acima do testemunho dos sentidos materiais, acima do mortal, até a idéia imortal de Deus. Esses modos de ver mais claros, mais elevados, inspiram o homem divinal a que alcance o centro e a circunferência absolutos de seu ser.” Ibidem.

De repente, percebi que estava rindo em voz alta com a imagem mental de estar “mergulhando nos baixios das crenças dos mortais”. Senti alegre gratidão por ter sido guiada a uma profundidade tão maior. Compreendi também que estava ganhando uma confiança bem alicerçada, baseada naquilo que estava aprendendo sobre minha natureza verdadeira como idéia de Deus. De fato, nem fiquei surpresa quando as pessoas deixaram de fazer comentários sobre meu corpo e, em vez disso, mencionavam como eu parecia feliz e genuinamente comunicativa. Podia também aceitar alegremente tais elogios, pois sabia serem eles maravilhosos reconhecimentos do Cristo em nossa vida.

O fato de meus hábitos alimentares, meu peso e atividade física terem se mantido equilibrados, num nível confortável e natural, parece realmente a parte menos importante dessa cura. Sou muito grata por aquilo que a crescente dedicação à prática da Ciência Cristã está trazendo à minha vida. É como se estivesse vendo não só a mim mesma, mas também ao mundo todo sob uma luz inteiramente nova. Em conseqüência, estou aprendendo a amar-me de verdade — não de maneira pessoal, egoísta, mas simplesmente por pertencer a Deus, por ser uma expressão integral de Sua perfeição.

Das profundezas clamo a ti, Senhor.. . .
espere Israel no Senhor, pois no Senhor há
misericórdia, nele, copiosa redenção.

Salmos 130:1, 7

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / abril de 1994

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.