O Crescimento Espiritual é um elemento natural na cura pela Ciência Cristã. É o resultado da ação purificadora do Cristo. Por isso, aqueles que foram curados de doenças freqüentemente se lembram da experiência como “a época em que eu deixei de me sentir um mortal desamparado” ou “a ocasião em que me libertei do ressentimento”.
Todavia, os Cientistas Cristãos não caracterizam os problemas físicos como psicossomáticos, não identificam certas falhas morais ou temores humanos como causa de determinadas doenças.
Quando nos deparamos com sintomas de doenças, é necessário reconhecer que Deus é a única causa verdadeira, que Ele criou o homem espiritual e perfeito, e o mantém nessa perfeição. O homem está sempre seguro sob o cuidado amoroso de Deus e essa verdade nos desperta das imagens assustadoras da crença de vida na matéria, para o reconhecimento de nossa atual união com Deus, em saúde e harmonia. As curas corpóreas evidenciam esse despertar espiritual.
Outras curas geralmente acompanham o restabelecimento do organismo. As aflições morais, tais como ressentimento, inveja, orgulho, egoísmo ou dureza de coração, são muitas vezes curadas simultaneamente. Mas, em vez de identificar uma determinada falha moral como a causa da doença, seria mais correto dizer que toda discórdia, de qualquer natureza, tem raiz na crença em um poder oposto a Deus. Deus não cria nem pecado nem discórdia. O desaparecimento deles é o resultado da revelação, advinda do Cristo, da totalidade de Deus, de Sua onipotência e completa bondade.
Quando Jesus se deparou com um homem que era cego de nascença, creram seus discípulos que a cegueira era devida a um pecado dele ou de seus pais. Jesus rejeitou completamente ambas as suposições, dizendo: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus.” João 9:3. Em vez de procurar a causa dessa deficiência visual, ele reconheceu a verdadeira natureza do homem como filho de Deus e isso trouxe a cura.
Não queremos estereotipar os sintomas físicos como sinais visíveis de falhas ou fraquezas morais. Seria incorreto, e até mesmo cruel, por exemplo, presumir que pelo fato de uma pessoa estar sofrendo de problemas intestinais (dificuldade de eliminar), ela precise eliminar os defeitos de caráter; ou então, que alguém com problemas no coração não seja amoroso. Não é cristãmente científico ligar certas características mentais e físicas numa relação de causa e efeito, visto que, na verdade, Deus é a única causa real.
O homem não é uma combinação de matéria e mente, agindo como se fosse uma entidade separada de Deus. O homem é a expressão ativa do próprio Deus e é completamente espiritual. Deus governa todos os aspectos da existência do homem. Tornar-se consciente disso traz harmonia, paz e atividade correta no plano humano. A cura provém do discernimento da semelhança divina do homem, e não de uma análise de seu caráter como mortal pecador.
Os pensamentos pecaminosos parecem ocultar a Deus e Sua bondade. Entretanto, assim como o sol brilha constantemente, a influência benéfica do Cristo, a Verdade, está sempre atuando e é capaz de destruir o pecado. Assim como uma nuvem não pode distanciar de nós o sol, nenhum pensamento nebuloso pode distanciar a Deus de nós.
É impossível, contudo, estar totalmente ciente da totalidade de Deus, enquanto mantivermos no pensamento a noção de que uma parte de Sua criação é má. Certamente, devemos estar alertas para negar toda sugestão contrária a Deus.
Quem dentre nós é capaz de dizer, honestamente, que todos os seus pensamentos e ações são puros e sagrados? Os cristãos sinceros estão sempre se esforçando para refletir melhor o Cristo. Mesmo quando houver uma questão moral a ser resolvida, exigindo uma purificação mais profunda do pensamento e da ação, nosso remédio ainda é o mesmo: compreender que Deus é a única causa verdadeira e que Ele nunca criou o mal, sob forma alguma. Como reflexo de Deus, o homem expressa perfeição. Ele nunca merece sofrer.
Há alguns anos, acordei certa manhã, sentindo-me tão mal que não podia me levantar da cama. Ali, deitada, comecei a recordar alguns comentários críticos que eu fizera no dia anterior, durante uma conversa. Logo comecei a perguntar-me se eu estava doente por ter feito tais comentários. Aí senti-me ainda pior, como se merecesse estar enferma!
Em seguida, porém, entendi o erro que eu estava cometendo e rejeitei essa teoria de causa e efeito, baseando-me no fato de que Deus é a única causa e, por isso, Sua criação é harmoniosa e sem pecado. Recusei-me a me considerar uma mortal pecadora ou um ser material capaz de ofender a mim e a outros. Não refutei a necessidade de ser mais amável e, do fundo do coração, decidi melhorar. Depositando minha confiança em Deus como a única fonte de poder, fui curada.
A psicologia humana e a Ciência Cristã não se misturam, porque estão baseadas em perspectivas opostas a respeito do homem. A psicologia descreve o homem como um ser material, com características boas e más. A Ciência Cristã afirma que o homem é completamente espiritual, a imagem do seu Criador e, por isso, totalmente bom e completo.
“Não deveremos atribuir cada vez mais inteligência à matéria”, escreve a Sra. Eddy em Ciência e Saúde, “porém cada vez menos, se quisermos ser sábios e sadios. A Mente divina, que forma o botão e a flor, cuidará do corpo humano, assim como veste os lírios; não interfira, porém, nenhum mortal no governo de Deus, interpondo as leis dos falíveis conceitos humanos.” Ciência e Saúde, p. 62.
Se houver alguma falha moral de que precisamos tomar consciência, a oração que compreende a natureza de Deus como o puro bem, a única causa verdadeira, irá revelar-nos isso da maneira mais apropriada, para que ocorra a cura. Não precisamos atolar-nos com a pergunta contínua: “Deus, o que estou fazendo de errado?” Ou: “O que é que meu próximo está fazendo de errado?” Em vez disso, devemos perguntar: “Deus, como me vês? Como vês a meu próximo? Qual é nossa verdadeira natureza?” Esse ponto de vista traz o progresso.
Deus é a causa única. Podemos regozijar-nos nessa verdade, julgando assim “pela reta justiça”, sabendo que “o Senhor é Deus; nenhum outro há senão ele”. Deuter. 4:35.
Pois quem é Deus senão o Senhor?
E quem é rochedo senão o nosso Deus?
O Deus que me revestiu de força,
e aperfeiçoou o meu caminho,
ele deu a meus pés a ligeireza das corças,
e me firmou nas minhas alturas.
Salmos 18:31–33
