As Guerras Continuam em muitos lugares do mundo. Culturas em choque, por toda a parte! Ouvimos falar de esforços para eliminar nações inteiras através de “limpeza étnica”, tudo justificado pelo pretexto do nacionalismo, das tradições religiosas e dos laços de sangue. Mesmo em países onde não há guerra aberta, existem famílias e jovens muitas vezes empolgados pela violência.
O que podemos fazer? Como podemos estabelecer a harmonia entre as diversas culturas e dentro das famílias, e ajudar a dar um basta a esse sofrimento enorme?
A oração pode ajudar. E isso nos conduz a Deus. A Ciência Cristã nos mostra que Ele é o Princípio criativo, o Espírito infinito, a origem e essência de nosso ser, não uma força mecanicista, mas sim a Mente divina sempre presente, com quem podemos falar como a um amigo querido, a um guia. Deus é o divino Pai-Mãe de cada um de nós! Como Ele é inteligência absoluta, por ser a Mente divina, não destrutiva mas construtiva, nós O conhecemos como Amor. Ele não produziu elementos opostos programados para combater e destruir um ao outro.
Ora, se Deus é bom, de onde vêm todos os conflitos e catástrofes? Eles são a manifestação de todo o sistema monstruoso da falsa crença do mundo, consciente ou latente, que se baseia na premissa errônea de que a matéria seja inteligente e tenha o poder de constituir e regular o universo. Essa premissa está acompanhada de todo o potencial de dor e pandemônio.
Se acreditamos que estamos nesse contexto materialista, ficamos propensos a começar cada dia com rígidas imagens mortais a nosso próprio respeito, definidas em termos de raça, cor, hereditariedade, bagagem étnica e pessoal. O sentido mortal pode nos classificar como brancos ou negros, sérvios ou croatas, israelenses ou palestinos, hispânicos ou orientais, pertencente a esta ou aquela tribo africana, proveniente desta ou daquela parte da Irlanda. Mas há um modo de ver mais elevado. Mais cedo ou mais tarde, teremos de ver a nós mesmos e aos outros, cada vez mais, como Deus nos vê, como a evidência de Sua natureza, membros honrados da família universal da Mente, em união com Ele e, portanto, em união uns com os outros!
A Mente divina atua como uma lei de ação e relacionamento harmonioso com suas próprias idéias. Como o efeito sempre reflete sua causa, o homem, proveniente de Deus, reflete a Deus. O homem não é um objeto de matéria sujeito a todos os riscos da existência material. Nossa substância não é a matéria, mas a consciência refletida; nós somos em realidade idéias espirituais, não seres físicos. Cada um de nós é a expressão individualizada da Mente infinita, é amado pela Mente, é inteiro e livre.
Quando despertamos e percebemos que nossa vida emana de Deus, o Amor divino, toda dureza de coração se esvai, já não podemos odiar, os ressentimentos latentes ficam extintos. Uma perspectiva mais ampla toma conta de nosso pensamento e cresce o apreço mútuo. Um de nossos hinos diz:
Deus te curou,
Seu afeto governa,
Sua promessa de amor cumprirá.
Ele te mostra ternura superna;
Quem for clemente, clemência achará.Hinário da Ciência Cristã, n° 278.
A Ciência Cristã é um poder espiritual, que eleva. Não nos ensina a desprezar ninguém. Nenhuma idéia de Deus é inútil ou desprezível. A aparência de naturezas mortais se desvanece ante essa visão autêntica do homem espiritual, nobre, harmonioso, em paz. “Vós todos sois filhos da luz, e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas”, diz o apóstolo Paulo. 1 Tess. 5:5. Por isso, evitemos cometer o erro de amar apenas aqueles que pertencem ao nosso povo, ou à nossa religião. Ao contrário, olhemos para todos os lados para ver a bondade inata do homem que Deus fez. Isso ajuda a abrir caminho para que os indivíduos e as culturas não entrem em choque, para que todos possamos enriquecer-nos uns aos outros, e para que a caridade vença.
E se o problema for grande demais e nós estivermos duvidando da eficácia de nossas orações? Quando Moisés duvidou de sua capacidade de liderar os filhos de Israel na saída do Egito, a mensagem de Deus lhe veio da seguinte forma: “Eu Sou o que Sou.. .. Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros.” Êxodo 3:14. Essa mensagem é para nós também. O Eu Sou da onipotência divina pode nos levar para as verdades curativas que precisamos compreender e manter em mente, assim como nos mostrará os passos que devemos dar para que as soluções certas apareçam. Esse Eu Sou é o poder que sustenta a verdade espiritual em favor da humanidade. Ele separará o joio das opiniões errôneas e conservará o trigo em cada uma das situações que o mundo enfrenta, a fim de que esse trigo seja usado adequadamente.
Cada vitória espiritual que você e eu obtemos em nossa própria experiência, através do Amor, cada impulso de raiva que é silenciado, podem causar reverberações de amor na consciência humana, com um alcance cada vez maior, abençoando a todos. Dessa forma, não estaremos endossando o mal no pensamento humano, nem fazendo vista grossa para ele, mas estaremos conscientemente substituindo o sentido falso e mau pela verdade do homem como Deus o vê. Essa correção do pensamento ilustra a ação do poder do Cristo, que Jesus exemplificou, e cura o que precisar ser curado.
Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy explica: “Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes.”Ciência e Saúde, pp. 476–477. Aqui estamos falando de uma Ciência, a Ciência do ser, infalível. O efeito sanador da Verdade e do Amor, a governar meu pensamento, foi-me provado de muitas maneiras na prática, trazendo harmonia a ambientes hostis, por exemplo, assim como anulando os efeitos de um acidente grave, curando doenças e proporcionando suprimento. Todavia, a experiência de uma amiga minha tem particular relevância, a esse respeito. Após a Segunda Guerra Mundial, ela servia no setor americano de Berlim, e uniu-se um pequeno grupo de Cientistas Cristãos que incluía refugiados da Europa Oriental e integrantes das forças de ocupação: ingleses, russos, franceses e americanos. Havia pessoas de diversas raças, diferentes graus hierárquicos dentro das Forças Armadas e variadas condições sociais. Todas elas estavam demonstrando a irmandade universal do homem como filho de Deus.
As classificações mortais foram deixadas de lado. Todos se esforçavam sem parcialidades para se ajudarem mutuamente de todas as maneiras, às vezes até remexendo juntos nos monturos de lixo, a fim de encontrar alimento para compartilhar, enquanto suas necessidades não fossem atendidas de forma mais adequada. A verdade a que eles se apegaram era a de que Deus era o Pai-Mãe de todos e atendia à necessidade de todos os Seus filhos. O amor fraterno, como reflexo de Deus, era o elo que os unia, a linguagem universal. Naquelas circunstâncias extremas, esse amor trouxe à tona a família universal do homem, sob os cuidados do único Pai-Mãe, Deus!
Durante as atuais crises da história humana, precisamos compreender com convicção, que por todo o infinito da realidade divina, os motivos e atos maus são inexistentes, não têm valor real. Sabendo que o Amor é todo-poder e nunca falha, podemos nos recusar a ser usados pelo sentido material, quer como agentes, quer como vítimas do ódio. As falsas pretensões do erro só podem se autodenunciar e autodestruir. Nós podemos nos firmar na verdade de que o homem está sempre escudado na onipresença do Amor. Inevitavelmente, o Eu Sou, o Amor, a Verdade, confere a vitória final ao bem.
Ciência e Saúde afirma: “Revestido com a panóplia do Amor, estás ao abrigo do ódio humano. O cimento de uma humanidade mais elevada unirá todos os interesses na única divindade.” Ibidem, p. 571. E Cristo Jesus nos diz: “Ao começarem estas cousas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças; porque a vossa redenção se aproxima.” Lucas 21:28. Podemos tomar posição, solidamente, com base nessas promessas, mesmo diante de todas as evidências falsas com que o mundo nos bombardeia. O fato é que Deus, o Amor divino, tem o mundo todo nas mãos, inclusive você e eu, vendo todos nós à sua imagem abençoada, unidos no Amor, para sempre. Essa espécie de oração derruba o muro mental de separação com que o sentido material procura nos dividir.
Que enormidade de cura poderá ocorrer, quando um exército de indivíduos como você e eu estiverem reconhecendo, com firmeza, em oração, o poder do Cristo, a manifestação de Deus Todo-Poderoso, como Jesus o demonstrou ao curar os doentes, ressuscitar os mortos, e acalmar a tempestade! Vivendo o amor do Cristo em seu sentido todo-abrangente, e sentindo o amor do Pai cuidando de nós a cada volta do caminho, estaremos nos revestindo “do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; onde não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão,. .. escravo, livre; porém Cristo é tudo e em todos.” Coloss. 3:10, 11.
