Há Alguns Anos, quando eu era presidente da diretoria de nossa igreja filial, houve um membro que lançou o que me pareceu ser um ataque contundente à diretoria. De repente, a assembléia trimestral foi agitada por discussões inflamadas.
Fiquei perturbada pela tentativa de manipulação e pelo desejo de ganho pessoal que ficaram evidentes nesse episódio. Sabia, no entanto, que, para obter a cura, tinha de olhar para além do aspecto meramente pessoal. Tinha de escutar a Deus.
Portanto, perguntei a mim mesma: “Qual é a vontade do Pai neste caso?” E a resposta foi que tinha de amar esse querido membro, tal como o Pai o ama: enlaçado pelos braços do Amor, refletindo Sua graça.
Em preparação para essa reunião, eu tinha lido a seguinte passagem de Miscellaneous Writings, de autoria da Sra. Eddy: “Aconselho de coração a todo Cientista Cristão que deixe de obervar ou estudar o conceito pessoal de quem quer que seja, e que não fixe a atenção nem em sua própria corporalidade nem na dos outros, quer a considere boa, quer má.” Mis., pp. 308–309.
Não foi isso que Cristo Jesus nos ensinou? Ao invés de dominar pessoalmente as situações ou de empregar táticas manipuladoras, ele recorria constantemente a Deus em busca de orientação. Ele disse: “Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.” Mateus 12:50.
Vislumbrando essa união com a vontade de Deus, senti Seu amor por todas as pessoas que tinham estado presentes na reunião. Concluí que, uma vez que Deus é Mente infinita, o único Ego, então o homem, na qualidade de expressão de Deus, tem de refletir a vontade divina. Portanto, é a Mente divina que nos conduz com um motivo puro: o amor por sua idéia, o homem.
À medida que essas verdades eram claramente vistas como leis que regiam a situação em causa, o sentido pessoal foi subjugado. O desejo ardente de escutar e de seguir as diretivas do Amor desobstruiu o caminho rumo à cura. Conseqüentemente, as objeções pessoais ao plano foram retiradas e a pessoa que as tinha originalmente levantado e eu fomos capazes de trabalhar em conjunto.
Quando vemos claramente que as questões abordadas em nossas reuniões têm sua solução dentro das diretivas da Mente, então as idéias corretas fluem e ligam-se umas às outras. A cooperação em vez do confronto, a harmonia em vez da discórdia, a boa-vontade em vez da irredutibilidade, serão manifestas na proporção em que deixarmos o único Ego, a Mente perfeita, o Amor, ser o movente de todas as nossas ações. Identificar e amar cada um como reflexo do Pai, ajuda a separar dos membros a sugestão de opinião pessoal e permite que a vontade e a autoridade divinas da Mente, do Amor, governem a situação. A solução está no abrir do pensamento à Mente através da visão e da audição espirituais. O pensamento receptivo decerto ouvirá a Deus. Que grande alegria é amar a todos. O amor transmite calor a todo o conjunto de membros, tal como o sol aquece toda a terra. E que curas podem fluir dessa infinita irradiação do Amor que é manifesto!
Mas como podemos ter a certeza de que a decisão que tomamos é a vontade de Deus? A opinião e o ponto de vista materiais podem, algumas vezes, imitar a verdadeira autoridade, a saber, o Amor, a Mente, o Princípio divinos.
Antes das reuniões podemos nos perguntar: “Será que meu pensamento está disposto a receber as diretivas do Pai? Será que já coloquei de lado minha opinião pessoal de forma a poder escutar com o coração puro, aberto à Sua orientação?”
A Mente já tem as idéias necessárias dentro de sua natureza infinita. A Mente que tudo sabe fala permanentemente com seu filho, revelando sua ordem e orientação. E um coração puro reconhece e compreende a mensagem espiritual, independentemente da forma que esta possa tomar.
A natureza ecoa a ordem divina e expressa a inevitável obediência da criação à orientação da Mente. Da mesma forma, nossas ações podem representar naturalmente essa ordem divina. Quanto menos rigidez, vontade ou justificação própria permitirmos em nosso pensamento, mais moldável será nossa receptividade à orientação de Deus. E, em termos coletivos, isso manifesta-se em nossa igreja e entre os membros sob a forma de maior sintonia nas atitudes, objetivos e ações. A Sra. Eddy escreve, em Miscellaneous Writings: “Todo pensamento humano deve voltar-se instintivamente para a Mente divina como seu único centro e inteligência.” Mis., pp. 307–308.
A humildade semelhante à de Cristo prepara-nos para a direção divina. Quando nós, como membros nas reuniões, escutarmos a orientação da Mente, amarmo-nos uns aos outros como Ele nos ama e seguirmos em frente com atitudes inspiradas, então nossas igrejas filiais atrairão e curarão muitos corações dentro da comunidade.
Olhai para mim, e sede salvos, vós,
todos os termos da terra;
porque eu sou Deus, e não há outro.
Isaías 45:22
