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A única mentira é o mesmerismo

Da edição de fevereiro de 1995 dO Arauto da Ciência Cristã


Certo Dia, Ao entardecer, minha esposa e eu estávamos viajando por uma região selvagem para observar a vida animal naquela área. Decidimos estacionar a camionete sob umas árvores altas, de copas muito densas. Ficamos ali observando raposas, veados e outros animais, que desfilavam pelo campo, diante de nossos olhos. De repente minha esposa viu um peru selvagem, parado ao lado da camionete, a poucos metros de onde estávamos. Ficamos quietos para não alarmar o animal, sentindo-nos honrados por tê-lo tão próximo de nós. Estávamos extasiados com sua atitude, pertinho, imóvel, tão quieto que nem sequer piscava.

Depois de alguns momentos, começamos a nos perguntar como havia chegado tão perto sem que o percebêssemos. Ou seria que já estava ali quando chegamos? Mas por que não teria fugido? Alguma coisa, no entanto, não estava certa e comecei a ficar preocupado. Será que ele estaria doente, ou ferido? Por mais que tentasse, eu não conseguia entender o que se passava. Ao olhar mais atentamente para o peru, senti um alívio e caí na risada. Minha esposa logo começou a rir também, pois onde deveriam estar duas patas havia apenas uma haste de metal que ia do corpo até o chão. Era um peru de mentira que servia de armadilha para atrair perus selvagens a serem transferidos para outras áreas! Na fraca luminosidade do anoitecer, ele parecera tão real, que nem sequer duvidamos de sua autenticidade. Por que duvidar? Nossos sentidos haviam nos informado tudo o que precisávamos saber para confirmar essa realidade. Será que os sentidos nos informaram corretamente?

Talvez a maioria das pessoas já tenha passado por uma experiência semelhante. O fato de os sentidos geralmente nos enganarem em tais circunstâncias leva-nos a uma questão fundamental. Podemos confiar nos sentidos materiais, quando precisamos identificar a natureza da realidade propriamente dita?

Ao referir-se a esse assunto a Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “O universo, tal qual o homem, deve ser interpretado pela Ciência segundo seu Princípio divino, Deus, e então pode ser compreendido; quando, porém, explicado com base no sentido físico e representado como sujeito a crescimento, madureza e decadência, o universo, tal qual o homem, é, e há de continuar a ser, um enigma.” Ciência e Saúde, p. 124. Ver o homem e o universo como verdadeiramente o são é vê-los criados pelo Espírito e refletindo o Espírito, não a matéria. No entanto, só podemos identificar a realidade espiritual com os sentidos espirituais, concedidos por Deus.

Um bom exemplo sobre essa necessidade de expressarmos o sentido espiritual aparece na Bíblia, na experiência de Moisés. Deus disse-lhe que jogasse no chão a vara que trazia à mão. Moisés viu a vara transformar-se em serpente. Com medo, afastou-se dela. Ver Êxodo 4:1–4. No entanto, quando seu pensamento foi iluminado por Deus, deixou de sentir medo. E quando pôs a mão no que parecia ser uma serpente, viu que se transformara novamente numa vara. Sua percepção mudara. Ciência e Saúde explica: “A ilusão de Moisés perdeu o poder de alarmá-lo, quando ele descobriu que aquilo que aparentemente via, era em realidade apenas uma fase da crença mortal.” Ciência e Saúde, p. 321. Por mais real que a “fase da crença mortal” às vezes pareça ser, ela é sempre uma crença, não a realidade. No ano que passou tive a oportunidade de reforçar esse conceito.

Acordei, certo dia, com muita dor e mal conseguia me arrastar pela casa. Tentei orar, afirmando a perfeição do homem como filho de Deus; neguei a realidade do que estava sentindo, mas à medida que o dia passava as coisas pioravam. Dediquei várias horas ao estudo prazeroso da Bíblia e dos escritos de Mary Baker Eddy; aprendi valiosas lições nos dias que se seguiram. A dor, no entanto, persistiu e acabei faltando ao trabalho por uma semana. De repente, enquanto falava com um praticista da Ciência Cristã, meu pensamento abriu-se. O praticista apresentou-me uma nova perspectiva para a situação, dando o seguinte exemplo: se alguém me pedisse ajuda pela oração, pois acabara de saber que a terra era plana e estava muito abalado com a notícia, eu não iria orar para compreender que a terra era redonda. A terra é mesmo redonda! Eu iria orar para compreender que essa pessoa não podia ser mesmerizada a acreditar que a terra é plana.

Que maravilha! Apenas precisava compreender melhor que eu não podia ser mesmerizado pelo que parecia ser uma doença. Minha identidade era, na verdade, totalmente espiritual e sã. A ilusão da mente mortal parecia real e até atemorizadora. No entanto, ela era apenas isso, uma ilusão e eu poderia encará-la como uma crença errônea, tal como Moisés fizera com a serpente!

À noite orei para compreender melhor que, como expressão de Deus, eu refletia a inteligência perfeita, a Mente onipotente, Deus. Eu não podia ser enganado por nenhuma ilusão material. Neguei a sugestão de que o mesmerismo, ou o hipnotismo, tivessem poder para induzir-me a acreditar que minha identidade fosse constituída de órgãos físicos ou quaisquer outros elementos materiais. Apeguei-me a essa Verdade por um bom tempo.

Apesar de não ocorrer nenhuma mudança imediata no meu estado, não me senti desanimado. Parei de procurar por mudanças físicas, pois os sentidos físicos, que aliás sugerem discórdia, não merecem confiança quando se busca a verdade. Esse caso era semelhante ao engano provocado pelo peru empalhado. Pelo fato de o “peru” comportar-se de uma maneira um tanto estranha, eu ficara preocupado e até um pouco alarmado. Foi só quando percebi realmente do que se tratava, ou seja, de uma falsidade, que parei de procurar entender o que estava acontecendo, e aí minha preocupação dasapareceu. Da mesma forma, naquela noite eu precisava neutralizar o sentido material enganoso e apenas ouvir a Deus e Seu infinito suprimento de idéias espirituais. Precisava ouvir a Verdade e sua perfeita harmonia. Recusei-me firmemente a ser mesmerizado.

Durante a noite não consegui dormir e revirei-me na cama muito tempo. Resolvi, então, levantarme e reafirmar as verdades que estudara no início da noite. Eu sabia que a oração baseada na Ciência do Cristo é eficaz. Uma vez mais, recusei-me a ser mesmerizado. Em pouco tempo peguei no sono e acordei várias horas depois. Reconheci que dormira tranqüilamente o resto da noite. Não me virara na cama uma única vez. Levantei-me e andei pela casa toda sentindo apenas um resquício da dor que antes quase me deixara incapaz de andar. Por volta da hora do almoço eu já estava em plena atividade e, ao entardecer, peguei o cortador de grama e aparei a grama de todo o jardim.

Tal como o peru de mentira, que parecera tão real, ou como a serpente que enganara Moisés, eu pensara que precisava tratar de uma doença que me parecia verdadeira. No entanto, percebi claramente que precisava compreender que eu era espiritual, completo e intacto, apesar daquilo que os não confiáveis sentidos materiais me informavam. Essa nova percepção mudou meu objetivo: deixei de tentar desesperadamente mudar a matéria ou eliminar a dor. Apenas compreendi que o mesmerismo não é real, nem tampouco é poder, porque Deus é todo-poderoso. Cristo Jesus disse: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” João 8:32. O fato é que o homem sempre refletiu e sempre refletirá a Deus, a Alma. Qualquer outra suposta evidência contrária é um engodo, que procura desviar-nos de nosso objetivo, ou seja, o de sujeitar e vencer a mentira básica, o mesmerismo.

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