Quando Eu Era ainda jovem estudante da Ciência Cristã, no início de um novo negócio, tive de enfrentar algumas situações alarmantes e difíceis. Acabara de mudar com a família para outra cidade e tinha de começar literalmente do nada. As despesas se acumulavam mais depressa do que o dinheiro que eu tinha esperança de ganhar. À medida que as faturas chegavam, eu as metia numa gaveta especial de minha velha escrivaninha, com o propósito de pagá–las no vencimento. De alguma forma, conseguia pagá–las, mas cada vez que eu preenchia um cheque para cobrir alguma despesa, minha assinatura parecia confirmar uma permanente diminuição de minhas limitadas reservas. Logo ficou patente que toda minha maneira de pensar tinha de tomar uma direção diferente.
Eu já tinha alcançado muitas curas físicas através da Ciência Cristã e estava confiante em que os problemas financeiros também poderiam ser resolvidos mediante a oração e a compreensão mais profunda de Deus. A Bíblia e os escritos da Sra. Eddy já tinham se tornado meus guias para orar corretamente e, assim, foi natural para mim volver–me a esses livros naquela situação.
O primeiro capítulo do Gênesis fez–me lembrar de que o homem, sendo a imagem de Deus, expressa o bem infinito. Depois encontrei a seguinte afirmação da Sra. Eddy, em Ciência e Saúde: “Pensa menos nas condições materiais e mais nas espirituais.” Ciência e Saúde, p. 419. Eu não entendia como essa mensagem poderia resolver meus problemas financeiros. Mas ela me vinha à mente com constância, por isso copiei–a e colei–a dentro da “gaveta de contas a pagar”, onde não poderia passar despercebida.
Continuando a estudar e a orar, fui levado à página 591 de Ciência e Saúde onde a Sra. Eddy descreve o homem como “a idéia composta que expressa o Espírito infinito; a imagem e semelhança espiritual de Deus; a representação completa da Mente”. Minha atenção fixou–se na palavra completa. Ela é empregada para descrever a natureza espiritual, verdadeira do homem. Procurando perceber melhor a razão de ter sido escolhida justamente essa palavra, peguei um dicionário e encontrei a seguinte definição: “Completo: contendo tudo o que é possível; inteiro; tendo alcançado o maior desenvolvimento ou o mais alto posto; rico ou tendo em abundância.”
Eu pensei: “Se isso é verdade com relação ao homem criado por Deus, então, deve ser verdade também com relação a mim.” Percebi ter sido induzido hipnoticamente a pensar muito mais nas falsas condições materiais do que nos fatos espirituais da existência. Coisas temporais como talões de cheques, saldos bancários e contas a receber não são as coisas que o homem espiritual de Deus tem em abundância. Elas não constituem o verdadeiro suprimento nem são sua medida, pois ele consiste de idéias vindas de Deus.
Compreendi que a minha verdadeira atividade era ser o representante produtivo e objetivo da Mente onipresente e sempre atuante. Reconheci o fato de que, por ser eu rico de idéias ilimitadas da Mente, estava sendo suprido com o que precisava especificamente, a cada instante. E, como Deus me havia feito completo, isso poderia ser demonstrado em meu novo ambiente.
Mas, o que teria eu de fazer para demonstrar, de maneira concreta, essas verdades? Lembrei–me da bomba d'água, na pia da cozinha de minha avó, quando eu era criança. Cada vez que eu queria um copo d'água e a bomba estivera sem uso havia algum tempo, vovó costumava dizer: “Você deve dar algumas bombeadas para que fique molhada.” Sempre funcionou de acordo com as instruções da vovó.
Quando me lembrei do que era necessário para fazer fluir a água na velha bomba, pensei no que Elias disse à viúva pobre. Ela só tinha um punhado de farinha e um pouco de azeite; ia preparar isso para o filho e para ela e achava que depois morreriam. Entretanto, Elias lhe disse: “Não temas; vai, e faze o que disseste; mas primeiro faze dele para mim um bolo pequeno”. 1 Reis 17:13. Pela primeira vez, eu compreendi que, pela insistência em ser servido primeiro, Elias a obrigou a “dar algumas bombeadas” ou seja, a preparar–se para o fluxo sempre abundante do suprimento do bem que vem diretamente de Deus — o que, de fato, aconteceu.
Ninguém demonstrou melhor essa lei divina de suprimento abundante, do que Cristo Jesus. O seu conselho a toda a humanidade é: “Dai, e dar–se–vos–á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.” Lucas 6:38. À medida que reconhecermos e expressarmos a bondade da criação de Deus, demonstraremos essa mesma bondade em nossa vida.
Isso deu–me um sentido inteiramente novo do que significa realmente cumprir nossas obrigações humanas. Da mesma forma como cada fatura representa algum bem específico recebido, cada cheque dado em pagamento deve ser uma dádiva de gratidão. Minha conta de luz, por exemplo, faz–me lembrar do calor e da luz desfrutados por toda a minha família. Mais importante, porém, do que o conforto material é o fato de que o calor e a luz, considerados do ponto de vista espiritual, são atributos do Amor divino. Todo o bem tem sua fonte em Deus.
Comecei a considerar minha assinatura num cheque como a confirmação de minha gratidão, não somente pelos bens materiais recebidos, mas também pelo amor e cuidado ininterruptos de Deus para com Seus filhos. Também descobri que o ato de dar com gratidão, ao contrário do ato de dar com ressentimento, não empobrece. Tenho certeza de que cada ocasião em que damos com gratidão, aciona a multiplicação do fluxo de idéias divinas na consciência humana e faz com que elas encham a terra com a graça curativa e com a bondade, safisfazendo assim a todas as nossas necessidades.
Estava acontecendo uma transformação mental dentro de mim. Como eu estava avaliando as coisas espirituais de Deus, comecei a perder de vista as limitações e temores da visão material da existência. Não foi surpresa o fato de que novos clientes começaram a aparecer.
Para mim, é de grande importância o fato de que, a partir dessa época, através da oração científica e do raciocínio espiritual, eu fui capaz de atender a todas as obrigações financeiras sem as velhas preocupações e frustrações. Mas estou muito mais grato pela compreensão espiritual obtida, que perdura e me inspira a conhecer a Deus cada dia melhor.
O Espírito e a matéria são opostos e é bom aprender que, na proporção em que reconhecemos a totalidade do Espírito, deixamos de ser vítimas das falsas limitações da matéria.
Orai sem cessar. ...
Julgai todas as cousas, retende o que é bom. ...
O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo.
1 Tessalonicenses 5:17, 21, 23
