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Podemos aprender a ser nós mesmos?

Da edição de abril de 1995 dO Arauto da Ciência Cristã


Muitas Pessoas Conhecem estas palavras da peça Hamlet, de Shakespeare: “Isto acima de tudo: sê fiel a ti mesmo ....” Contudo, até mesmo descobrir quem somos pode ser difícil. É tão fácil ficar atado a imagens pré–fabricadas! Talvez façamos algo porque todos estão fazendo o mesmo ou porque determinados fatores deixam supor uma determinada coisa. “Estudei direito oito anos, portanto, tenho de ser advogado.” “Sempre me comportei dessa maneira, portanto, acho que é assim que eu sou.”

Chega a hora, entretanto, em que essa maneira de encarar a vida nos deixa inquietos. Aos poucos, ou repentinamente, reparamos que alguma coisa está faltando. Sentimo-nos insatisfeitos, frustrados, mal sucedidos. Talvez estejamos nos portando com os outros de maneira que não nos agrada. Perguntamo-nos se, no decorrer da existência, falhamos em captar quem somos, em realidade, e por que realmente estamos aqui. É possível que já estejamos cansados das respostas que o mundo dá. Aliás, provavelmente descobrimos que essas respostas, afinal de contas, não responderam absolutamente nada. Talvez estejamos começando a perceber que somente a descoberta de algum fato mais profundo acerca de nós mesmos poderá nos trazer de volta o ardor de um ideal, o envolvimento total e o amor em nossa vida. Mas, existe realmente algo mais que devamos saber sobre nós mesmos?

A boa nova é que algo mais a conhecer. A Ciência Cristã ensina que não temos de nos resignar à maneira como o mundo nos vê, pois esta nos arrasta para baixo. A Ciência Cristã nos mostra como aprender a nos conhecer realmente, partindo daquilo que Cristo Jesus ensinou. Por exemplo, Jesus disse: “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” Mateus 5:48. É evidente que ele sabia algo mais acerca de quem somos, porque não disse: “Sede vós temperamentais, frustrados, desonestos, obstinados, fracassados, em uma palavra, mortais.” Ao exigir não menos que a perfeição, não estava ele indicando uma espécie de identidade bem diferente daquela que o mundo reconhece como homem? Através desse contraste marcante, podemos começar a ver a diferença entre o homem como Deus o conhece e a noção de um mortal imperfeito que tende a ser confundido com o homem. Para descobrir mais acerca de nós mesmos como Deus nos conhece, precisamos abandonar o conceito de que somos mortais e começar a identificar–nos como o homem de Deus.

Alguns fatos notáveis sobre o homem — sobre cada um de nós como Deus nos conhece — podem ser encontrados em Ciência e Saúde, da Sra. Eddy. Aqui dou apenas alguns deles: “O homem é o reflexo de Deus e não necessita de aprimoramento, mas é sempre belo e completo.” Ciência e Saúde, p. 527. “O homem é idéia, a imagem, do Amor; não é físico.” Ibidem, p. 475. “Na Ciência o homem é o descendente do Espírito. O belo, o bom e o puro constituem sua ascendência.”Ibidem, p. 63.

Será que essas frases podem se referir a mim? talvez você pergunte. Sim, podem e, de fato, se referem a você. Essas declarações descrevem como você e eu somos aos olhos de Deus, agora mesmo, e elas são completamente incompatíveis com a noção de homem como sendo insatisfeito, infeliz ou incompleto. Ao abrir nosso pensamento e nossa vida apenas ao ponto de vista espiritual sobre o homem, verificamos que ocorre uma transformação. Essa visão verdadeira dá–nos a perspectiva, a inspiração e o desejo de reavaliar quem pensamos ser e pôr de lado tudo que for dessemelhante de Deus.

Deus não está se esforçando para ser Amor; Ele é Amor. Isso significa que, no sentido mais elevado, não estamos nos esforçando para vencer a frustração, a irritação, ou a falta de rumo, a fim de que possamos ser a imagem do Amor divino. Somos em realidade essa imagem, neste exato momento. Deus é e sempre foi Espírito; por isso, não estamos tentando ser espirituais, nós somos espirituais — e sempre o fomos. No exato momento em que lê isto, você é, em realidade, o reflexo de Deus, inteiramente bom, incapaz de fazer o mal, você é completo, belo e puro. Em verdade, você não pode ser nada menos do que isso.

Quanto mais admitimos essas verdades, tanto mais somos espiritualmente transformados por elas. Isso leva–nos naturalmente ao próximo passo vital: o exame de nossa vida diária. Podemos perguntar–nos: estou vivendo de modo a atestar para a consciência humana a validade dessas verdades divinas? Não adianta nada afirmar que somos a imagem do Amor agora, e logo depois expressar rudeza e ódio! Ao passo que oferecer ajuda ou perdoar aquilo que não perdoamos antes, dá evidência tangível da presença transformadora do Amor divino. Semelhantemente, o conceito de que somos espirituais porque Deus é Espírito, não significa muito se, depois de afirmarmos isso, ainda estamos envolvidos em atividades e estilos de vida que indicam propostas e afetos fundamentalmente materiais.

À medida que nos dispomos a abrigar em nossa consciência e em nossa vida o fato da espiritualidade do homem e a importância desse fato para nós, exatamente onde estamos, começamos a encontrar coragem e força para sobrepor–nos à atração entorpecente do materialismo. Passamos a sentir as bênçãos da espiritualidade. Essas bênçãos concretizam–se de forma muito perceptível, fazen–do–nos sentir que devemos ser, com certeza, “o descendente do Espírito”! Essa é a redenção do Cristo que se derrama em nossos corações e dá–nos a força e a disposição para fazer o que verdadeiramente nos eleva.

O arrependimento por erros passados, a busca de meios para abençoar outros, um amor expansivo que dá mais de si mesmo, a humildade vencendo a arrogância — esses são alguns dos sinais que mostram, da forma mais prática possível, que estamos nos encontrando. Descobrimos a alegria de sermos fiéis a nós mesmos, como Deus nos criou; encontramos renovado propósito, satisfação e paz.

A medida que oramos constantemente para que nossa vida diária e cada uma de nossas obras atestem o fato de que somos verdadeiramente o reflexo de Deus, “belo e completo”, começamos a ver que essa é nossa verdadeira razão de ser. A resistência ao trabalho real que temos a fazer começa a desvanecer–se. E nosso trabalho verdadeiro não é, porventura, sermos fiéis ao nosso mais elevado senso espiritual de nós mesmos?

Jesus comprovou que a demonstração da perfeição espiritual é possível, aqui mesmo. Ele nunca tinha dúvidas sobre quem era ou para que estava aqui, mas era fiel à sua identidade espiritual. Ele sabia que era a completa expressão de seu Pai, Deus. Por isso, ele pôde dizer: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.” João 5:19.

Podemos ir adiante, agora, seguindo o exemplo de Jesus. Podemos viver, neste momento, conscientes de como Deus nos criou e quer que sejamos. Temos o privilégio de mostrar cada vez mais evidências diárias da perfeição atual. E com tais evidências, cada vez mais expressamos o Amor que transforma corações, regenera e cura. Isso é aprender a ser nós mesmos.

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