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O corpo e você

Da edição de setembro de 1995 dO Arauto da Ciência Cristã


Não Precisamos Ter excessiva preocupação com o corpo humano, porque Deus cuida dele. Surpreendente?

Não tanto, pois é natural ao Ser Supremo ser Amor, e o Amor sempre nos ama de variadíssimas formas, que podemos chegar a compreender. Ciência e Saúde, de autoria de Mary Baker Eddy, diz-nos: “A Mente divina, que forma o botão e a flor, cuidará do corpo humano, assim como veste os lírios; não interfira, porém, nenhum mortal no governo de Deus, interpondo as leis dos falíveis conceitos humanos.” Ciência e Saúde, p. 62.

Que perspectiva prática! Pois quando aceitamos que Deus está cuidando do corpo, e não permitimos a intromissão de conceitos errôneos, ficamos menos preocupados com o corpo e, conseqüentemente, temos mais saúde.

Essa maneira espiritualizada de pensar nos traz tranqüilidade. É um bom ponto de partida, que tende a produzir a cura.

Mas haverá uma metafísica referente ao corpo? Haverá uma identidade para além da matéria e fora dela, invisível aos cinco sentidos, mas claramente visível para o sentido espiritual? Será que somos algo mais do que o corpo físico, que vemos, banhamos, vestimos e alimentamos diariamente? Essas questões só podem permanecer difíceis de responder enquanto não compreendermos alguns conceitos básicos sobre o ser verdadeiro e eterno, incluindo nossa identidade. O corpo, na realidade, é completamente espiritual, e essa é a genuína natureza de nossa identidade.

Como resultado da educação que recebemos dos sentidos materiais, confundimos prontamente o corpo físico com nossa identidade, sendo essa a forma de pensar geralmente aceita. As conseqüências podem não ser muito boas. Se acreditamos que o corpo físico é o real e único “nós”, se acreditamos que ele é possivelmente a soma total do nosso ser, e que existe muito pouco, ou mesmo nada mais, a nosso respeito, talvez procuremos todos os métodos para manter nosso físico em forma, usando meios materiais. Tudo isso é natural, dada a premissa de que carne, sangue e ossos são tudo aquilo que forma nossa identidade. Acreditamos que estamos cuidando de nosso ser. No entanto, Deus é que é o preservador do homem, preservador de Seu reflexo perfeito, mantendo-o eterno, completo, incorruptível e livre da doença. O homem não se preserva a si mesmo, ele é preservado por Deus. E em última análise, nosso bem-estar está relacionado com nossa capacidade de reconhecer cada vez mais claramente esse fato.

Se um corpo material não é realmente nossa identidade, o que é então o corpo carnal?

A Sra. Eddy não só escreveu o que segue, mas comprovou sua verdade em muitas curas que ela própria efetuou: “Um corpo mortal e material não é a individualidade real do homem, feito à imagem divina e espiritual de Deus. O corpo material não é a semelhança do Espírito; por conseguinte não é a verdade do ser, mas a semelhança do erro — a crendice humana que diz haver mais de um Deus, — haver mais de uma Vida e de uma Mente.” Rudimentos da Ciência Divina, p. 13.

Talvez tenhamos a plena convicção de que o corpo carnal é nossa identidade! Contudo, como Cristo Jesus mostrou, mediante suas obras de cura, e como a Ciência Cristã demonstra hoje em dia, ao efetuar curas, esse corpo físico não constitui nossa identidade. O homem tem uma identidade espiritual. Ele é tão incorpóreo quanto Deus, sua origem e Criador, ele é composto de idéias espirituais e não de uma estrutura de células. Mas isso não significa que ele é insubstancial. Pelo contrário, nosso genuíno ser reflete a substância perfeita e indestrutível do Espírito, tão tangível para o sentido espiritual quanto o corpo físico parece tangível ao sentido finito e material das coisas.

À medida que compreendemos melhor o corpo, descobrimos uma base mais forte para a cura espiritual. O corpo físico é a manifestação de um senso equivocado sobre o ser. Pela Ciência Cristã entendemos que a identidade perfeita, espiritual, a qual reflete Deus, é a verdade sobre o corpo, e essa compreensão capacita-nos a destruir, mediante o poder divino, a evidência da doença.

É importante compreender bem o conceito de corpo. Caso contrário, não nos vemos a nós mesmos de modo correto, não podemos compreender e demonstrar a saúde na Ciência Cristã nem tampouco encontrar respostas para as complicadas questões sobre a vida e a morte. Precisamos ir além da concepção equivocada de quem somos e encontrar o homem como ele realmente é.

Quando se aproxima o verão, talvez queiramos tomar banho de sol numa linda praia de areia branca e fina, para bronzear o corpo material. Ou talvez correr no parque todos os dias para emagrecer ou tornar o corpo mais bonito. Por que fazemos tudo isso? Claro, não há nada errado em fazer exercício e gostar de apanhar sol na praia. No entanto, talvez seja bom considerar se estamos fazendo tais coisas, pelo menos em parte, devido a não termos ainda despertado o suficiente para reconhecer nossa identidade espiritual. Deixamos o pensamento concentrar-se inquestionavelmente num assim chamado eu pessoal. Temos a tendência de pensar que aquilo que bronzeamos, emagrecemos ou embelezamos é nossa identidade, pensamos que é isso o que somos. Aceitamos de antemão que os músculos, as fibras e os órgãos somos nós. Mas uma entidade física nunca é a identidade espiritual, nunca é o nosso ser real, criado por Deus e feito à Sua imagem, o homem invulnerável.

Suponhamos que nossa aparência se torne pálida. Talvez sejamos levados a pensar que não estamos muito bem. Mas a aparência dum indivíduo pálido não faz parte do nosso verdadeiro ser. Não é nossa identidade manifestada por Deus, a qual, em verdade, não é capaz de estar doente. Percebendo isso dessa maneira, tomando consciência disso na oração, sentimo-nos muito melhor por dentro e por fora. Passamos a estar realmente melhor.

A distinção entre um corpo carnal e nosso verdadeiro eu à semelhança incorpórea de Deus está perfeitamente expressa naquilo que o Salmista disse: “Que me pode fazer um mortal?”  Salmos 56:4. Na Bíblia inglesa, versão King James, esse versículo diz: “Não temerei o que a carne possa fazer comigo.” O Salmista distingue entre um mortal, ou a carne, por um lado, e sua identidade (eu ou “me”), por outro. Um mortal, ou a carne, e nossa verdadeira identidade são duas coisas totalmente diferentes. Isso não significa que fazemos desaparecer o conceito humano a nosso respeito, mas sim que pouco a pouco deixamos de lado o pensamento carnal que constitui o corpo mortal e demonstramos o ser perfeito e imortal.

Isso ajuda-nos a ver que a corporalidade é um engano, e assim podemos adquirir domínio progressivo sobre ela, classificando-a como um conjunto de falsas crenças mortais. Se não abrigássemos no pensamento nenhuma falsa crença, e o conseguíssemos pelo crescimento espiritual, fazendo com que o humano cedesse ao divino, não pareceria que temos uma estrutura corpórea.

Também nos pode ser útil imaginar o corpo como uma espécie de tela, sobre a qual são projetadas as crenças do pensamento mortal. A doença é uma imagem do pensamento delineada e impressa sobre o corpo, sendo este também uma imagem subjetiva na consciência mortal.

Se nós descrevemos alguém pela altura, peso, aspecto, idade, cor do cabelo e assim por diante, talvez pensemos que conseguimos retratar essa pessoa. Mas apenas captamos o sentido mortal desse indivíduo, não o seu verdadeiro ser como expressão de Deus. A menos que caracterizemos alguém (inclusive nós mesmos) como idéia espiritual, identificando-o com atributos divinos, infinitos e eternos, não o descrevemos, cientificamente falando, da forma certa. Apenas o descrevemos de forma errada. Uma entidade carnal nunca é uma identidade eterna. O homem tem uma entidade que não é feita de matéria, mas é sólida. Ele não é, apesar da crença geral, uma entidade molecular.

Para ser razoável e prático (como o é a Ciência Cristã), nada do que foi dito acima significa que você tenha de abandonar os aspectos normais e inofensivos da vida humana. Não quer dizer, por exemplo, que você não deva saborear uma refeição bem feita ou um delicioso bolo de chocolate, ou mesmo desfrutar o prazer de uma corrida ao ar livre. Nem significa que você precisa, com desespero, forçar aquilo que não compreende, ou que no momento presente não está alcançando, espiritualmente.

O que importa é ser o dono, não o escravo ou vítima, do corpo, ou seja, de um falso conceito de corpo. É uma questão de se compreender o que o corpo é, e perceber o que ele não é. Nunca há nada de mal com o “corpo” como individualidade espiritual, embora possa haver algo de errado com o conceito que temos dele. Uma noção errada acerca de alguma coisa é um estado mental, e podemos sempre lidar com o pensamento de modo correto, e fazer vir à tona, através da oração na Ciência Cristã, quaisquer ajustes mentais necessários.

E, à base de tudo isso, sempre permanece esta verdade absoluta: todos nós, através da eternidade, continuamos a ser a idéia espiritual do Espírito, sem nehum elemento carnal ou ósseo, sem identidade física. Do ponto de vista da metafísica cristã, e na realidade, nunca houve, nem haverá, outro tipo de homem, a não ser o incorpóreo. E esse homem verdadeiro, sua verdadeira individualidade, não é nenhuma abstração, mas é bem definido, reconhecível e indestrutível, como o sentido espiritual nos mostra.

A Ciência Cristã dá-nos uma larga variedade de perspectivas para considerar o corpo a partir de um ponto de vista espiritual. Mostra-nos como pensar de modo curativo e saudável acerca do corpo, como lidar com ele, como fazê-lo funcionar da melhor maneira possível.

Por exemplo, não deixe que seu corpo lhe faça imposições. Não precisa esperar que ele lhe diga como você está. Você pode dizer-lhe como ele se deve sentir e agir. Através da compreensão espiritual, você pode tê-lo como seu servo e não como seu amo. Ciência e Saúde dá-nos esta diretiva sadia: “Toma posse de teu corpo e governa-lhe a sensação e a ação.” Ciência e Saúde, p. 393.

Não precisamos continuar à espera de que o corpo nos informe se nos encontramos bem de saúde ou não. Deve ficar bem claro que a Ciência não procura eliminar o corpo. Na fase transitória antes de nossa própria ascensão, na qual o sentido de identidade física é deixado para trás, o que se extingue não é o corpo. Tudo aquilo que não é expressão do bem se extingue, progressivamente, na cura.

A individualidade do homem criado por Deus não é física, mas sempre espiritual, e isso é o que você realmente é, agora.

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