“O Senhor Te guardará de todo mal; guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre” (Salmos). Essas palavras confortadoras da Bíblia me ajudaram muito, em 1989, quando fui transferida para uma outra cidade. Eu iria assumir uma nova função na empresa para a qual trabalhava.
Na hora de embarcar senti uma dor muito forte nos olhos, que começaram a lacrimejar. Telefonei para um praticista da Ciência Cristã, pedindo ajuda pela oração. O praticista me fez lembrar que a visão não era realmente física, mas espiritual, e que eu, na minha verdadeira natureza como a expressão de Deus, jamais poderia ser privada de visão perfeita.
Durante toda a viagem eu não conseguia ler, apenas orava em silêncio o Pai Nosso, com sua interpretação espiritual dada pela Sra. Eddy em seu livro Ciência e Saúde. Destacou-se-me a parte que diz:
“E não nos deixes cair em tentação;
mas livra-nos do mal;
E Deus não nos deixa cair
em tentação, mas livranos
do pecado, da doença
e da morte.
Pois Teu é o reino, o poder e a
glória para sempre.
Pois Deus é infinito, todo
poder, todo Vida, Verdade,
Amor; está acima de tudo,
e é Tudo.”
Ao chegar ao meu destino, pensei que ainda fosse noite, pois estava tudo escuro. Dei-me conta, então, de que já era dia havia várias horas, mas que eu estava impossibilitada de ver a luz. Alguém da empresa na qual eu trabalhava entrou no ônibus e me guiou para fora. Como dois dos diretores da empresa estivessem presentes, um deles, com muito amor e atenção, enviou-me ao seu médico, para que fosse examinada a situação dos meus olhos. Em atenção à delicadeza dessa pessoa, aceitei, mas a informei de que eu confiava em Deus e que não tomaria remédios, pois já havia solicitado ajuda por meio de oração a um praticista da Ciência Cristã.
O médico disse-me: “Você está com uma ferida na córnea, que posso ver a olho nu. Você terá de ser operada imediatamente e não garanto a recuperação total da sua visão.” Agradeci-lhe por sua atenção, mas expliquei que eu não consentiria em ser operada, pois sou Cientista Cristã e me apóio somente na oração.
Segui da clínica para o hotel que me havia sido reservado. Telefonei ao praticista para informá-lo da situação difícil em que me encontrava. Este me animou com palavras da Bíblia e de Ciência e Saúde e citou para mim um hino do Hinário da Ciência Cristã. Isso me deu muito conforto e paz.
À noite fui jantar com os dois diretores, o que me foi muito difícil, pois não conseguia ver nada e acabei derramando a comida. Quando retornei ao hotel, para minha surpresa, uma Cientista Cristã encontrava-se à minha espera. Ela fora contactada pelo praticista para que fosse me ver e gentilmente leu para mim as passagens recomendadas pelo praticista. Também leu a Lição Bíblica da semana (contida no Livrete Trimestral da Ciência Cristã). Nos dias seguintes essa jovem voltou para ver-me e apoioume a cada momento disponível, já que a empresa onde trabalhava ficava próxima.
No terceiro dia desde minha chegada, um domingo, levaram-me ao culto numa Sociedade de Ciência Cristã, onde fui recebida com muito amor. Um dos membros dessa Sociedade convidou-me para almoçar e eu, apesar de sentir-me triste, aceitei. No restaurante, enquanto esperava que o almoço fosse servido, sentia-me muito deprimida. Estava orando sem cessar o Pai Nosso. De repente, pensei: “Deus me ama,” e a prova desse amor está refletida nessa senhora que me convidou para almoçar, na jovem que gentilmente me tratou com carinho durante tantas horas e na ternura e amor desprendidos (porque mal me conheciam) que expressaram; e também no praticista que me deu ajuda em oração, nas pessoas da minha Empresa, que me deram tanta atenção. Nesse momento senti tamanha gratidão, um amor tão imenso, que imediatamente passei a ver o garção que colocava a refeição no meu prato.
Na segunda-feira havia feito muito progresso em minha cura, pois já enxergava com mais clareza e dirigi-me ao local de trabalho, onde tive um dia normal de atividades. Na terça-feira eu estava completamente curada. Voltei naquele dia ao médico, que, ao ver-me, exclamou: “É inacreditável! Parece um milagre! E eu que queria operá-la e até declarei que nunca mais você teria visão normal.”
A cura foi permanente. Aliás, após essa cura minha visão ficou melhor do que antes. Minha carta de motorista precisava ser renovada a cada dois anos. Agora o examinador estendeu o prazo a cinco anos, dizendo-me que minha visão melhora cada vez mais. Atribuo tudo isso a minha visão espiritual, que tem aumentado, e assim passo a ver o mundo de outra forma, com pleno amor.
Sou muito grata pelo que aprendi na Ciência Cristã, ou seja, que a vida não é material e que a visão verdadeira não é física, mas espiritual.
São Paulo, SP, Brasil
