Uma Belíssima Frase do Hino Nacional brasileiro diz: “Dos filhos deste solo és mãe gentil” Hino Nacional Brasileiro, de Joaquim Osório Duque Estrada.. Contudo, os cidadãos que cantam esse hino, bem como muitos de outros países, às vezes se defrontam com o triste quadro de crianças abandonadas, simplesmente largadas nas ruas das grandes cidades. Muitas vezes, devido à pobreza e à falta de instrução, essas crianças se associam com quadrilhas de delinqüentes juvenis. Parece que são vítimas das próprias condições em que vivem. O resultado é uma constante ameaça de crime nas ruas, além da possibilidade de as crianças serem executadas por esquadrões da morte. Geralmente, a sensação de pena que esse panorama desperta vem acompanhada de grande medo.
O que podemos fazer sobre essa situação? Onde quer que estejamos, podemos orar pelas crianças. Pela oração obtemos uma perspectiva mais elevada sobre a criação de Deus. E em vez de relacionar essas crianças ao abandono, à pobreza, ao crime, podemos relacioná-las com Deus, o único Criador do homem e do universo. A oração é um recurso eficaz, tem poder curativo, à disposição de todos. Ela nos conduz a soluções, pois eleva nosso pensamento a Deus, o Pai-Mãe de todos nós. Não há filhos que não sejam queridos no reino de Deus, e a Bíblia nos dá vários exemplos desse fato.
A história de Hagar, a serva Ver Gênesis 21:8—21., mostra como Deus nos cuida. Hagar tem um filho de seu amo, Abraão. Mais tarde, a mulher de Abraão o induz a expulsar a serva com o filho, e estes são mandados para o deserto, onde seu suprimento de água se acaba e eles podem vir a perecer.
Desesperada, nada tendo para dar ao menino, Hagar o coloca um pouco afastado de onde ela estava, para não vê-lo morrer. A história mostra o cuidado que Deus lhes dispensa, diante de uma situação que parece não oferecer esperanças.
Hagar eleva a voz a Deus, ela se volta a Deus. Ela recorre ao amor de Deus. E Deus responde, enviando-lhe um anjo, uma idéia correta que a guia, levando-a a dar o passo humano correto. O anjo lhe diz: “... não temas; porque Deus ouviu a voz do menino ...” E o anjo lhe diz o que deve fazer: “Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo.” Hagar ouve a mensagem de Deus e a obedece. Estende a seu filho a mão de ajuda da “mãe gentil” e Deus lhe mostra “um poço de água”. Estão salvos os dois. Mais tarde o menino, Ismael, se torna o líder de um grande povo. Encontra uma ocupação útil, a de flecheiro. Já não é a criança desprivilegiada e abandonada.
Muitos perguntarão: e aqueles que nem sequer têm mãe, os Ismaéis de hoje, que não têm uma Hagar que os cuide e os guie? Eles podem encontrar em Deus a “mãe gentil”, Deus, que é o Amor divino, sempre presente, o verdadeiro Pai-Mãe, amoroso, solícito.
A Ciência Cristã demonstra que a verdadeira vida dos filhos de Deus não é temporária, não inclui servidão. Ao contrário, inclui suprimento, proteção, orientação, moralidade. Por que? porque Deus é Vida, Deus a todos dá vida eterna, e nada menos.
A criação de Deus não consiste de mortais. Deus é o Pai de todos os Seus filhos, e eles todos são espirituais. Os filhos de Deus não são o produto de um impulso sensual. À medida que você e eu aprendermos a discernir esse fato espiritual, mesmo que seja em pequeno grau, poderemos elevar nosso próprio conceito sobre quem são os filhos de Deus e sobre como Ele cuida de cada um deles. Quanto mais entendermos e insistirmos nessa realidade divina, tanto mais nossa oração será eficaz para promover a cura desse problema.
A verdadeira individualidade de cada um de nós jamais saiu do estado imutável de harmonia com Deus. Os ensinamentos de Cristo Jesus revelam a verdade sobre o homem. Referindo-se às crianças, Jesus disse numa ocasião: “... não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos.” Mateus 18:14.
Aceitamos a autoridade das palavras de Jesus, porque estão baseadas em sua profunda compreensão de Deus. O que Jesus dizia era sempre possível de se pôr em prática. Suas palavras não foram ditas em vão, e se aplicam a todas as épocas. A vontade de Deus significa proteção e cuidado para com Seus filhos. Portanto, você e eu podemos saber que sempre existe uma solução para todas as situações e que pode-se chegar a saber qual é a solução e levá-la a cabo.
O amor materno e paterno são sentimentos naturais, situam-se entre as mais puras formas de amor humano. A ternura de um abraço materno e o apoio de um pai amoroso são sumamente desejáveis para que haja segurança e felicidade no lar. Essa forma de amor provém de Deus, a fonte de todo amor. Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, diz: “O afeto de uma mãe pelo filho não lhe pode ser alienado, porque o amor materno inclui pureza e constância, ambas imortais.” Ciência e Saúde, p. 60.
Nos dias de hoje, se uma mulher se encontrar no deserto da pobreza ou da rejeição, e descobrir que vai ter um filho, ela pode elevar a voz a Deus, como Hagar o fez. E o mesmo Deus que ouviu o pranto de Hagar no deserto não a abandonará, nem abandonará seu filho. Na consciência de todas as pessoas podem brotar o desejo de agir corretamente e a capacidade de encontrar soluções acertadas. Os pensamentos que você e eu abrigamos a esse respeito pesam na balança. Não somos meros espectadores de uma trágica peça teatral. Nossa oração, aquilo que mantemos em nosso pensamento acerca das crianças, tem uma influência que chega ao fundo do coração humano e ajuda a abrir o caminho rumo à liberdade, onde não há pobreza nem desespero.
Essa ação de orar, com base na verdade sobre o ser do homem, leva ao progresso e conduz a um senso mais elevado, de maior dignidade na maneira de expressar amor, na maneira de agir e na honestidade. São essas as qualidades que contribuem para a formação do caráter de um povo, de uma nação que protege seus filhos. Em Miscellaneous Writings a Sra. Eddy diz: “Na desolação da compreensão humana, o Amor divino ouve o pedido humano de ajuda e o atende; e a voz da Verdade expressa as verdades divinas do ser, que libertam os mortais, tirando-os das profundezas da ignorância e do vício.” Miscellaneous Writings., p.81.
Podemos fazer uma contribuição generosa em prol das crianças do mundo, sabendo que cada uma delas é espiritual, tem uma identidade espiritual. E Deus ama cada uma dessas crianças. Esse discernimento ilumina nossos pensamentos e destrói a sensação de tristeza e pena, transformando-a em esperança e amor. E conduz cada um de nós a fazer aquilo que é apropriado, em prol da humanidade.
O Hino Nacional cujas linhas dizem: “Dos filhos deste solo és mãe gentil” refere-se ao amor da pátria-mãe. Ao relacionar cada uma das crianças a Deus, sabendo que é Ele a verdadeira “mãe gentil” de todos, faremos uma rica contribuição ao bem-estar da sociedade. Deus é o único Pai-Mãe, o único criador do universo. Essa maneira de pensar, esse discernimento espiritual, constitui uma poderosa forma de oração.
