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O poder transformador das Escrituras

Esta série de artigos ilustrados, apresentada no Arauto, dá um apanhado da impressionante história do desenvolvimento dos escritos sagrados no mundo, através de milhares de anos. Salienta a atuação dos grandes homens que escreveram e traduziram a Bíblia. Muitos deles deram a vida para que a influência transformadora das Escrituras chegasse a toda a humanidade. Este artigo é continuação da série.

A Bíblia quebrando barreiras: da imprensa ao vídeo e ao espaço sideral

Segunda parte

Da edição de maio de 1996 dO Arauto da Ciência Cristã


AS BÍBLIAS DA METADE DESTE SÉCULO

Tomem um vocabulário de 850 palavras, adicionem 50 termos bíblicos e 100 palavras que auxiliem na aglutinação dos versículos e terão o conteúdo da The Basic Bible in English (Bíblia Básica em inglês), publicada em 1949. Esse trabalho, lançado pela Imprensa Universitária de Cambridge, limita o vocabulário geral a 1000 palavras. A tradução é de estudiosos da Universidade de Londres.

Charles Kingsley Williams, da Inglaterra, outro tradutor da Bíblia preocupado com o vocabulário, foi por muitos anos missionário e professor na Índia e na África. Muitas pessoas dessas culturas ficavam confusas com o linguajar da versão King James, por isso ele muitas vezes traduzia para elas trechos da Bíblia, diretamente do grego.

Quando se aposentou e voltou para a Inglaterra, Williams passou quinze anos coletando os trechos de sua tradução e compilando o The New Testament. A New Translation in Plain English (O Novo Testamento. Nova tradução em inglês simples), publicado em 1952. Ele manteve no texto cerca de 1500 palavras inglesas comuns, além de aproximadamente 160 termos doutrinários.

Diferentemente de Williams, Kenneth Wuest, professor de grego no Instituto Bíblico Moody, de Chicago, não era um defensor do vocabulário limitado na Bíblia. Ao contrário, o objetivo dele era superar o que ele chamava de "camisa de força lingüística" presente nessas Bíblias e lançar uma "versão ampliada" usando tantos termos quantos ele achasse necessários para transmitir a verdade bíblica. A Wuest's Expanded Translation of the Greek New Testament (Tradução ampliada do Novo Testamento grego, por Wuest) foi publicada em 1956.

Dois anos depois, J. B. Phillips publicou seu New Testament in Modern English (O Novo Testamento em inglês moderno). Phillips era vigário em uma paróquia da Inglaterra, durante a Segunda Guerra Mundial. Considerando que seus paroquianos corriam graves perigos, muito semelhantes aos enfrentados pelos primeiros cristãos, ele quis propiciar a sua congregação, especialmente ao grupo jovem, uma leitura das Escrituras que não fosse tão formal como a versão King James, mas que lhes infundisse coragem, num linguajar que pudessem facilmente compreender.

Por isso, enquanto as bombas caíam sobre Londres, Phillips dedicava-se a uma tradução contemporânea da Bíblia. Encorajado pelo escritor cristão C. S. Lewis, Phillips publicou seu Novo Testamento pouco a pouco, e sua obra tornou-se muitíssimo popular.

A Bíblia de Jerusalém, publicada originalmente em francês (1966), foi uma tradução lançada pela Escola Bíblica Dominicana em Jerusalém. Essa Bíblia foi a primeira versão católica da Bíblia, traduzida diretamente dos originais hebraicos e gregos. O texto em inglês foi preparado por vinte membros da Associação Bíblica Católica Britânica, inclusive J. R. R. Tolkien, autor do livro O Senhor dos Anéis.

Uma revisão dessa Bíblia, A nova Bíblia de Jerusalém, foi publicada em 1985. Essa nova versão utiliza termos que procuram não fazer distinção de gênero. Por exemplo, o versículo de Salmos que na versão tradicional diz: "Feliz o homem. . .", foi modificado para: "Quanta bênção recebe qualquer pessoa. . .".

Durante toda a década de 60, uma equipe de tradutores protestantes, na Inglaterra, se ocupou em compilar outra Bíblia em inglês moderno, que não fosse derivado do palavreado de Tyndale. A versão que daí resultou, The New English Bible (A nova Bíblia inglesa) visa a alcançar leitores jovens e pessoas interessadas no estudo individual da Bíblia, mais do que igrejas e congregações. Essa tradução, publicada originalmente em 1970, foi revisada e reeditada em 1989, sob o título The Revised English Bible (A Bíblia inglesa revisada).

TRADUÇÕES RECENTES, PARA UM PÚBLICO ESPECIAL

Uma tradução da Bíblia, considerada por muitos como um dos maiores sucessos editoriais, chegou às livrarias em 1971: The Living Bible, Paraphrased (A Bíblia viva, parafraseada).

Foi o trabalho de um só homem, Kenneth Taylor, que ficou encantado com o conceito de traduzir "idéia por idéia". Convicto de que todas as versões bíblicas têm orientações teológicas definidas, Taylor quis ser honesto a ponto de deixar bem claro, logo de início, qual é o ponto de vista teológico que o norteou, ou seja, "uma posição rigidamente evangélica". Durante a década de 70, sua tradução constituía 46 por cento das vendas de Bíblias nos Estados Unidos, e foi vertida para uma centena de outros idiomas.

The Good News Bible (A Bíblia Boas Novas) é uma tentativa das Sociedades Bíblicas do mundo todo de publicar uma versão em inglês que seja accessível a todos, não só aos que têm o inglês como língua materna, mas também aos que conhecem o inglês como segundo idioma. Os termos não usados na linguagem diária foram eliminados dessa versão de fácil leitura, publicada em 1976.

A Versão Inglesa Contemporânea, conhecida por CEV, é uma nova tradução, elaborada pela Sociedade Bíblica Americana. O Novo Testamento, com Salmos e Provérbios, já estão nas livrarias. O texto completo, traduzido diretamente do hebraico e grego, foi publicado em 1995. A princípio, essa versão era dirigida aos jovens, mas o linguajar claro e simples dessa tradução, que se mantém bem próxima dos textos originais, fez tanto sucesso entre os adultos, que a Sociedade Bíblica decidiu promovêla entre todos os que falam inglês.

Os aficionados da popular série televisiva Jornada nas Estrelas, gostarão de saber que está sendo estudada a possibilidade de traduzir a Bíblia para o "Klingon", idioma imaginário dos alienígenas retratados nesses filmes. Na primeira reunião do Instituto para o idioma Klingon, em Filadélfia, realizada em julho de 1994, foi nomeada uma comissão especial para traduzir a Bíblia para esse idioma.

VERSÕES ELETRÔNICAS DA BÍBLIA

A Sociedade Bíblica Americana está patrocinando um projeto multimilionário, que produzirá uma "tradução" em vídeo das histórias bíblicas. Projetada especialmente para jovens, essa versão reproduzirá dez ou doze histórias da Bíblia interpretadas do ponto de vista do fim do século XX. O primeiro segmento dessa série dá uma versão barulhenta, mas comovente, da cura do endemoninhado geraseno, realizada por Jesus. Ali, Jesus é retratado como um operário que usa calças jeans e o endemoninhado é um viciado em drogas que mora em um bairro pobre da cidade.

Está também em andamento uma versão televisiva do Antigo Testamento, com duração prevista de trinta horas. O capítulo inicial dessa série foi ao ar em princípio de 1994, nos Estados Unidos, focalizando a vida de Abraão. O ator Richard Harris interpreta o papel principal, de Abraão, e o filme foi rodado no deserto ao sul do Marrocos. Harris diz que esse papel mudou sua vida. "Foi uma experiência espiritual formidável," diz ele, "foi muito profunda e me sensibilizou bastante."

O CARÁTER UNIVERSAL DOS TEXTOS BÍBLICOS

Pessoas de "fora" dos meios cristãos tradicionais produziram algumas variantes contemporâneas dos Evangelhos. Stephen Mitchell, por exemplo, publicou The Gospel according to Jesus (O Evangelho segundo Jesus).

Mitchell, zen-budista e tradutor de antigos escritos chineses, considera que existe uma enorme compatibilidade entre os ensinamentos de Jesus e os de outras religiões. Ele diz: "Jesus fala em harmonia com os ensinamentos supremos de todas as grandes religiões: os Upanixades, o Tao Te Ching, os sutras budistas, os mestres zen, sufistas e hassideus." Mitchell observa que "quando as palavras provêm da mais profunda experiência espiritual, do coração purificado de doutrinas e credos, elas transcendem as fronteiras das religiões e se comunicam com todas as pessoas, homens e mulheres, escravos e livres, gregos e judeus". São esses aspectos universais das Escrituras que ele procurou trazer à tona naquela que denominou "versão essencial" da história evangélica.

O movimento para a tradução da Bíblia teve uma aceleracão explosiva a partir do início do século passado, graças, em grande parte, às Sociedades Bíblicas, surgidas nessa época. Em 1800, a Bíblia completa só existia em menos de cinqüenta idiomas. Agora, pode ser encontrada em 333 línguas. Havia porções da Bíblia traduzidas em apenas sessenta e oito línguas. Atualmente, há porções traduzidas em, pasmem, 2018 idiomas e dialetos. Essas publicações cobrem praticamente todos os continentes e alcançam quase todas as culturas e línguas da terra, desde o povo akhoe, da Namíbia, aos índios zunis do Novo México. E as Sociedades Bíblicas continuam a preencher os vácuos.

De certa forma, a Bíblia está, portanto, unindo o mundo numa linguagem universal, a do Amor divino. Juntas, as muitas versões das Escrituras representam hoje as multiformes maneiras pelas quais a Palavra da divindade está alcançando todos os homens, mulheres e crianças, curando, regenerando e reformando a todos.

Mary Trammell, nossa Redatora Adjunta, é especialista em estudos bíblicos. William Dawley tem grande experiência como jornalista.

Este artigo conclui a série "O poder transformador das Escrituras". A Sociendade Editora da Ciência Cristã pretende publicar uma versão ampliada da série inteira, sob a forma de livro, programado para sair em fins de 1996. Mais detalhes serão fornecidos às Salas de Leitura da Ciência Cristã no mundo todo e em edições futuras do Arauto.

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