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A resposta tranqüila

Da edição de maio de 1996 dO Arauto da Ciência Cristã


"Não Seja Insolente com ele", costumava dizer minha mãe. Isso porque meu pai gostava muito de discutir e ele reforçava, com regras inflexíveis, sua posição como chefe da família. Um irmão e uma irmã haviam saído de casa por esse motivo. Mas comecei a perceber que, por baixo da rude aparência externa, escondiam-se qualidades boas. Muito tempo após seu falecimento, o excelente conceito de trabalho que ele tinha e a ética profissional que ele praticava ajudaram-me grandemente durante toda a minha carreira. Nem sempre conseguia evitar responder ao que ele dizia mas, com meu esforço de dar uma resposta tranqüila, começou a desenvolver-se uma atmosfera mais calma entre nós.

Quietude e tranqüilidade! A Bíblia louva essas qualidades. Lemos em Isaías: "Na tranqüilidade e na confiança [está] a vossa força" e "O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça repouso e segurança, para sempre." Isaías 30:15; 32:17. Tais qualidades, portanto, como a quietude e a tranqüilidade, têm origem em Deus, e são elas que exprimem a natureza de Deus, não o caos, a confusão, a turbulência, a agitação.

O cenário humano, porém, parece muito afetado por condições caóticas — divórcio, dissensões, contendas. Relacionamento tenso entre governos e acusações contundentes entre grupos divergentes parecem muitas vezes ser a norma geral. Famílias se desfazem e se separam em estado de conflito. Onde é que a pessoa encontra refúgio, em tais ocasiões? Onde se pode encontrar a paz?

A paz se acha em seu lugar de origem: Deus. A paz começa a fazer parte de nossa experiência à medida que colocamos em prática as qualidades que demonstram o poder de Deus, tais como segurança, serenidade, calma. Como podemos viver essas qualidades a cada dia, mesmo diante de provocações? Pela percepção de que já são nossas, agora e para sempre, por reflexo. A Ciência Cristã ensina que Deus é bom, é Tudo e é a fonte de tudo o que é bom. Deus criou o homem espiritual e perfeito, à Sua própria imagem e semelhança. Como reflexo de Deus, o homem pode manifestar somente as qualidades do seu Criador. Elementos tais como a desobediência, a atitude contenciosa, a tendência à desordem, não se originam em Deus e, em realidade, não têm lugar para existir, porque Deus é Tudo e preenche todo o espaço. A provocação e a indisciplina podem ser vistas como fundamentalmente irreais, porque não emanam de Deus.

Algum cético poderá dizer: "Não acredito nisso. Eu vivo lutando com os outros o tempo inteiro. Preciso agir assim. Se não, todos se aproveitarão de mim." Pode parecer muito difícil, quase impossível, expressar as qualidades de paz e quietude em meio a ofensas, rancores ou agressões. Mas podemos começar por rejeitar os argumentos que se nos apresentam assim fortes e vívidos, afirmando que o poder de Deus, Sua presença e tranqüilidade são a única coisa que existe a nosso redor. Não deveríamos reagir àquilo que é uma mentira. As características opostas a Deus não passam de uma mentira. Podemos saber que, como a Mente divina, Deus, preenche todo o espaço, não há lugar para algo que não seja Deus e Seu homem. A persistência nessa maneira correta de pensar e de viver proporciona resultados sanadores.

O Mestre, Cristo Jesus, mostrou o poder da quietude, especialmente quando acompanhada de oração. A Bíblia narra como ele se afastava para orar e dedicava a noite toda à oração. A Bíblia conta também como ele subia a um monte sozinho, ou se levantava, muito cedo, de manhã, para orar. Depois de tais períodos ele voltava ao povo e curava muita gente. Numa ocasião especial, ele convidou os seus discípulos: "Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto." Marcos 6:31. Pouco antes de ser traído e crucificado, Jesus, no Jardim de Getsêmani, se volveu em quietude e em oração ao Pai. Grande valor atribuía ele à quietude e à oração, sabendo que ele tinha necessidade dessas coisas para cumprir sua missão, sua própria libertação daqueles que procuravam destruí-lo.

Nós também devemos tomar tempo para orar na quietude. Ao cultivar nossa compreensão da tranqüilidade e da paz inerentes ao homem como dádivas de Deus, progredimos na prática e na demonstração do poder inabalável de Deus, o Amor. Essa espiritualidade é necessária para rechaçar e negar o que se lhe opõe, qualidades que não são de Deus, como o tumulto e a turbulência, manifestadas quer em nós mesmos, quer em outros ou nas circunstâncias ao nosso redor.

Não fosse pela calma obediência a Deus e pela oração consagrada de Mary Baker Eddy, não teríamos a Ciência divina revelada por Deus, tal como ela a deixou registrada no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde. Ela explica noutro livro: "Não fui eu mesma, mas o poder divino da Verdade e do Amor, infinitamente acima de mim, que ditou 'Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras'. Venho aprendendo o sentido mais elevado desse livro, desde que o escrevi." The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 114.

O que está escrito nesse livro nos habilita a enxergar por trás das charadas dos sentidos materiais e a vislumbrar a realidade espiritual revelada nas obras sanadoras de Cristo Jesus. É preciso prática persistente para assimilar essa lição. O testemunho dos sentidos materiais nunca é verdadeiro. Saber demonstrar calmamente o fato espiritual faz com que ele se manifeste cada vez mais em nossa experiência. Cultivar o hábito de responder e reagir calmamente, com um propósito de cura, significa retribuir o mal com o bem e amar nossos inimigos. Negar que o mal exista, ajuda-nos a compreender que o que deve mudar é o conceito errôneo sobre aquele que parece ser um inimigo. Compreendemos que a fachada do erro é somente uma máscara maquiavélica, não o homem real e espiritual. No meio a controvérsias e caos, podemos perceber a presença e o poder de Deus, harmonizando a situação.

O que precisa realmente aquietar-se é o pensamento, não alguma situação externa. O fato espiritual sempre existiu. O homem perfeito, a verdadeira identidade de cada um, sempre permaneceu intacta. A atitude tranqüila de compreendermos realmente que é a Mente que governa todo aspecto de nossa experiência, acalma a agitação provocada pelo medo humano e faz aparecer a realidade espiritual.

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