Render Homenagem E demonstrar carinho àquele ser querido que nos dá consolo, amor incondicional, ternura, proteção, alento e segurança é muito natural. Mesmo os que talvez não conheçam essa forma de afeto têm direito e podem vir a sentir o amparo e a ternura maternal, ao obter uma compreensão clara do que é Deus.
Há mais de um século, Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian (kris'tiann sai'ennss), escreveu, no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, um conceito que nos permite reconhecer a natureza de Deus como Mãe. No capítulo sobre a oração, a Sra. Eddy dá uma interpretação espiritual do Pai Nosso, cuja primeira linha, tão conhecida, é: "Pai nosso que estás nos céus." E ela o explica com a frase: "Nosso Pai-Mãe Deus, todo-harmonioso."Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 16. Que reconfortante é saber que esse amor nos envolve sempre, que Deus é nossa verdadeira Mãe!
A percepção espiritual das qualidades maternais de Deus nos permite vislumbrar uma dimensão de ternura e proteção incondicionais. Em Deus se originam as qualidades que encontramos expressadas na figura materna. Nele podemos todos confiar, sem nenhuma dúvida. Nele encontramos uma fonte inesgotável de afeto, orientação, compreensão.
Reconhecendo a Deus como Mãe, quando nos cabe ser mãe, podemos desempenhar melhor essa nobre função. Quando eu soube que estava esperando meu primeiro bebê, tive medo que a criança nascesse com algum defeito. Fui conversar com uma praticista da Ciência Cristã, pois não queria abrigar em meu pensamento essa sugestão agressiva. A praticista falou-me da natureza de Deus como Pai e Mãe e explicou-me sobre a origem verdadeira, espiritual, do homem. Comecei a compreender que todos somos filhos de Deus, o Princípio criador do homem e do universo. Ela me ajudou a ver que Deus forma e preserva em plena perfeição a individualidade e identidade de cada um de Seus filhos. Assim pude manter meu pensamento livre do medo. Senti-me fortalecida e cheia de confiança. Quando o bebê nasceu, era uma menina linda e saudável.
O estudo da Bíblia e do livro Ciência e Saúde foi de grande ajuda ao preparar-me para assumir as responsabilidades de mãe, pois alimentou meus pensamentos com a verdade sobre a relação entre Deus e o homem. Encontrei nesses livros a fortaleza necessária e a orientação de Deus, na criação de minhas cinco filhas.
Um dos pontos mais importantes para mim foi como cuidar da saúde das meninas. Ocupar-me da saúde delas não significava preocupar-me ou ter medo. A oração foi meu recurso para realizar esse propósito. Essa oração consistia em reconhecer a verdadeira filiação com Deus. É Deus quem cria e governa o homem. Portanto, a criança está sob o governo espiritual e harmonioso de Deus, não das leis discordantes da matéria. Confiei nesse fato e me mantive alerta para não abrigar receios e inseguranças provenientes da crença universalmente aceita de que a vida se origina num embrião, consiste em um corpo físico e está sujeita à desarmonia.
O resultado de orar dessa maneira foi muito valioso. Meu marido e eu não nos intimidamos diante das pressões exercidas pelo pensamento geral ou pela influência da mídia, que infundem pânico e assustam os pais. Nossas filhas tiveram uma infância feliz e saudável. Foram criadas e educadas dentro das normas de conduta moral e honesta, e desde bem pequenas aprenderam, na Escola Dominical da Ciência Cristã, as verdades espirituais de sua filiação com Deus. Apoiar-se em Deus era natural para elas. As moléstias infantis, febres e dores de ouvido foram superadas por meio de nossa oração dedicada, ou com a ajuda de um praticista. Sempre verificamos rápido e completo restabelecimento.
O pensamento infantil é receptivo ao bem, a tudo o que é correto. Ensinar nossos filhos que é natural amar a Deus e confiar nEle faz com que isso seja espontâneo na vida da criança, e a protege. Eu me inspirava nesta frase de Ciência e Saúde: "Toda a educação das crianças deve visar à formação de hábitos de obediência à lei moral e espiritual, com os quais a criança possa enfrentar e vencer a crença nas pretensas leis físicas, crença essa que engendra as moléstias." Ibidem, p. 62.
Precisei também discernir o fato de que o amor materno inclui disciplina, ou seja, a necessidade de estabelecer limites e restrições nas ações e conduta das crianças. Toda mãe, ao cumprir a preciosa incumbência de educar e guiar seus filhos, muitas vezes tem de expressar essa forma de amor. O Apóstolo Paulo já o havia dito: "Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico, aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça." Hebreus 12:11.
O amor incondicional não significa aceder a todos os pedidos da criança, ou consentir em todas as exigências. Educar significa guiar, trazer à tona aquilo que há de melhor e mais nobre, ou seja, a verdadeira imagem e semelhança de Deus. Também significa conduzir pelo melhor caminho. O senso comum reflete a inteligência de Deus, a Mente divina. Não dar consentimento àquilo que não é benéfico é uma forma de educar com amor.
Assim se instrui a criança para que, quando adulta, esteja preparada para seguir a orientação divina. Deus atende a todas as nossas orações, embora nem sempre do modo como nossa vontade por vezes quer determinar. Invariavelmente, quando isso acontece, Ele também indica outra solução melhor, como o revelam as palavras de Provérbios: "Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas." Provérbios 3:6.
Uma das maneiras pela qual tive de reconhecer a Deus como Pai-Mãe, foi perceber que nossos filhos não são propriedade nossa, pois na realidade são filhos de Deus. Obedecemos a Deus quando permitimos que expressem sua verdadeira identidade espiritual, de forma independente, mas com a consciência de que eles podem encontrar em Deus a resposta a suas necessidades. Dessa maneira, como pais e mães, cumprimos nossa missão, implantando no pensamento das crianças o conceito correto sobre a saúde, a inteligência, a boa conduta e o êxito.
Essa forma de oração me ajudou a entender que a possessividade não se justifica no amor expressado com inteligência. Quando minha filha mais velha terminou a escola secundária, teve a oportunidade de fazer uma viagem de fim de curso, com seus colegas. Pela primeira vez, ela estaria longe da família e da nossa supervisão. Não havia professores nem outros pais para acompanhar o grupo, e custou-me bastante dar-lhe permissão para esse passeio. Tive de superar o sentimento de separação e de preocupação com os inconvenientes e perigos geralmente associados à conduta dos adolescentes. Junto com meu marido, concluímos que não era justo privá-la dessa experiência, mas sim que precisávamos reconhecer a presença de Deus em toda parte e confiar na percepção espiritual que havíamos incutido em nossa filha. Durante a viagem da mennia, orei muito, afirmando que ela estava todo o tempo sob o amoroso cuidado e proteção de Deus, seu verdadeiro Pai-Mãe. Ela voltou contando sobre inesquecíveis momentos harmoniosos e felizes. Quando as outras filhas fizeram essa viagem, eu estava livre de ansiedades e sabia que elas estariam protegidas e bem cuidadas.
O infinito amor com que Deus cuida de seus filhos é eterno, indelével, se aplica a todos nós. É o verdadeiro amor de mãe. Podemos sempre recorrer a Deus, Seu amparo está permanentemente ao nosso alcance. E a Sra. Eddy o define muito bem, ao dizer: "... o amor de mãe não pode expressar-se em palavras; talvez não tenha expressão de forma material, mas perdura para sempre, através do tempo e das circunstâncias, como parte e porção suprema de seu ser." Miscellaneous Writings, p. 160. Essa verdade abençoa a todos, pois todos podem recorrer ao infinito amor de "Nosso Pai-Mãe Deus, todo-harmonioso", quer recebam, quer não, o carinho materno expressado humanamente.
Como alguém a quem sua mãe consola,
assim eu vos consolarei;. . .
Isaías 66:13
