Buscam-se armas de defesa cada vez mais poderosas, em face de um mundo que aparenta ser cada vez mais violento. Em um nível alarmante, os cidadãos, inclusive os jovens, munem-se de revólveres e rifles de alto poder destrutivo. Também as nações, tanto pequenas como grandes, criam e aperfeiçoam horríveis armas de destruição em massa. O jornal The Christian Science Monitor registrou recentemente: "O Iraque entregou documentos às Nações Unidas, detalhando um extenso programa secreto para início de uma operação de guerra com um sofisticado sistema de atuação". (23 de agosto de 1995)
Entretanto, as armas fabricadas pelo homem jamais provaram ser suficientemente poderosas para destruir os pensamentos humanos discordantes que geram a violência e a guerra. Pelo contrário, seu uso tende a reforçar e perpetuar esses pensamentos. Podemos nos fazer, então, as perguntas que a Sra. Eddy colocou à consideração da humanidade, no livrotexto da Ciência Cristã: "Porventura os meios materiais são o único refúgio contra os acasos fatais? Porventura não haverá permissão divina para vencer toda espécie de discórdia pela harmonia, pela Verdade e pelo Amor?" Ciência e Saúde, p. 394.
"Vencer ... a discórdia pela harmonia, pela Verdade e pelo Amor" pode soar como um projeto inovador. Mas, não é Deus que confere ao homem harmonia paz? E, não é Deus, a Verdade e o Amor, todo-poderoso? Sim! Quer dizer, então, que a discórdia não tem poder sobre Deus e, portanto, não tem poder legítimo sobre nós. Portanto, sem dúvida, temos permissão divina para vencer a discórdia pela harmonia. Pode ser importante perguntarmo-nos: "Estaremos dando nosso consentimento àquilo que Deus nos permite fazer?" O apóstolo Paulo aconselha os cristãos na epístola aos Filipenses: ".. . em tudo,. .. sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus." Filip. 4:6, 7. E na epístola aos Colossenses, diz: "Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração. .. ." Coloss. 3:15.
A verdadeira paz é a harmonia de Deus refletida no homem, a idéia espiritual de Deus. A confiança em Deus e um coração em harmonia com Ele são armas apaziguadoras e poderosas que vencem até mesmo os pensamentos humanos de discórdia que levam à violência e à guerra. A narração bíblica da vitória do profeta Eliseu sobre o exército sírio, na cidade de Dotã, é uma ilustração desse poder. Ver 2 Reis 6:8–23.
O rei da Síria estava empenhado numa batalha para conquistar Israel, mas Eliseu frustrou, com sucesso, os esforços do rei. Eliseu estava tão harmonizado com o amoroso propósito de Deus, que pôde discernir as intenções e movimentos do rei da Síria e alertar antecipadamente o rei de Israel a fim de evitar as armadilhas sírias. O rei sírio, descobrindo que Eliseu era um dos responsáveis pelo fracasso de seus planos, designou espiões para encontrá-lo. Quando Eliseu foi localizado em Dotã, o rei enviou "cavalos, carros e fortes tropas; chegaram de noite e cercaram a cidade."
Pela manhã, ao levantar-se e ver o iminente perigo à sua volta, o servo de Eliseu teve medo, porque não via meios de escapar. Mas Eliseu, completamente confiante no poder de Deus, disse ao servo: "Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles." Eliseu compreendeu que o medo era a arma com que os sírios os derrotariam. Porém, o poder e a presença de Deus, não o medo, estavam dominando no coração de Eliseu, e ele orou a Deus para abrir os olhos de seu servo para que visse o todo-poder de Deus. "E ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu."
Naquele dia, não houve batalha sangrenta em Dotã. Pelas orações de Eliseu, o exército sírio ficou temporariamente cego para que os soldados não reconhecessem Eliseu; este convenceu-os a procurarem "o homem" na cidade errada, conduzindo-os a Samaria, a capital de Israel. Uma vez em Samaria, Eliseu pediu a Deus para que lhes restaurasse a visão. Depois disso, convenceu o rei de Israel a, não só poupar suas vidas, mas, também, a alimentá-los com um "grande banquete" e mandá-los de volta a seu senhor. Depois que o rei da Síria soube do efeito poderoso das orações de Eliseu, "não houve mais investidas na terra de Israel." As armas de Eliseu haviam sido sua inabalável confiança em Deus e um coração em tamanha harmonia com Ele, que nada podia amedrontá-lo.
"O medo", escreve a Sra. Eddy, "é arma na mão de tiranos." Miscellaneous Writings, p. 99. Porém, a arma que está na mão dos pacificadores de Deus é a absoluta convicção do poder do Amor divino, o Amor que destrói o medo. Confiar no Amor e manter nosso coração unido ao Amor pela humildade, pela pureza e pela coragem moral constitui a mais segura defesa contra qualquer discórdia humana. Tal é o coração verdadeiramente sincero, o tipo de coração de que a Sra. Eddy fala, quando diz: "As armas da intolerância, da ignorância e da inveja tombam ante um coração sincero." Ciência e Saúde, p. 464.
Podemos volver-nos a Deus, em nosso coração, e em nossas preces, para aprender mais sobre Seu todo-poder. Então, em vez de um medo que se propaga e de uma propensão concomitante de esforços progressivos para nos munirmos de meios meramente materiais de defesa, dominaremos tanto o medo como o preconceito e a falsa crença com a Verdade e o Amor, com a harmonia, a paz, de Deus. E, a cada vez que o fizermos, promoveremos a causa da paz, não apenas em nossa vida, mas no mundo.
