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Existe uma raça superior?

Da edição de julho de 1996 dO Arauto da Ciência Cristã


A Sra. Combs Era uma mulher negra, sob cuja direção eu trabalhei alguns meses, como voluntária, num centro comunitário da cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos. O centro, no qual a Sra. Combs dirigia as atividades infantis, estava situado num bairro pobre, onde a maioria das famílias era negra. Na época eu era adolescente, sempre vivera num bairro de classe média, de população branca. Portanto, essa experiência foi para mim muito, importante e educativa.

Certo dia, após as crianças terem saído, eu ajudava a Sra. Combs a arrumar a sala, enquanto falávamos a respeito das necessidades especiais das crianças que diariamente vinham participar das atividades do centro. A certa altura, referi-me a elas como "crianças carentes". Meu comentário fez a Sra. Combs parar o que estava fazendo. Com muita ternura, amor e firmeza, ela me olhou bem nos olhos e disse que cada uma daquelas crianças tinha os mesmos privilégios de todos os outros filhos de Deus. É lógico que ela se referia a privilégios que transcendem os direitos humanos, embora eu, na ocasião, não soubesse bem quais eram. Dias depois, ela me deu a oportunidade de ver um exemplo claro do que ela queria dizer.

Levou-me a visitar a casa de uma das crianças. A menininha era sem dúvida pobre, sob o aspecto econômico; usava o mesmo vestido todos os dias. Mas todos os dias sua roupa estava impecavelmente limpa e engomada, o cabelo penteado e amarrado com fitas, os sapatos engraxados, e o semblante era radiante. Dignidade e alegria transpareciam por todo o seu ser. Estava sendo criada pela avó e ambas moravam num conjunto de moradias populares, feitas de folhas de zinco, que mais pareciam latas de conserva cortadas ao meio. O que vi, ao entrar naquela casa, foi totalmente inesperado. Embora não houvesse nenhuma riqueza material, a casa era excepcionalmente rica em beleza, calor e conforto. Ali estava uma mulher, criando sua neta numa atmosfera que expressava a herança espiritual do homem em dignidade e retidão, bem no meio da pobreza e da discriminação. E ela o fazia com muita alegria. Ainda hoje tenho muito a aprender com seu exemplo.

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