Durante uma viagem comprida de carro, deixei que minha irmãzinha Mara usasse meu toca-fitas portátil. Eu lhe disse que tomasse cuidado para não quebrá-lo. Eu já tinha tido outro toca-fitas antes, mas o de agora era muito melhor. Ela ouviu um pouco e acabou adormecendo no carro.
Pouco tempo depois, fomos com amigos fazer um piquenique. Levamos muitas coisas gostosas para comer. Enquanto comíamos, Mara puxou meu toca-fitas de uma sacola e começou a ouvir música. Eu fiquei brava e reclamei com meus pais, porque ela havia trazido o toca-fitas sem minha permissão. Eu disse a Mara: "Você vai quebrá-lo. Guarde-o de volta." Mas acabei deixando que ela ouvisse música.
Depois do almoço, resolvemos ir dar comida aos patos, no laguinho ali perto. Mara estava com o toca-fitas na mão e nos seguiu até o lago. De repente, o aparelho escorregou da mão dela e caiu na água. Eu vi meu toca-fitas cair até o fundo. Senti que ia explodir de raiva e dei um grito. Corri para minha mãe e contei o que tinha acontecido.
Depois eu pensei em Cristo Jesus e em como ele costumava perdoar. Ele não deixava que a raiva e o medo o impedissem de amar os outros. Pensei que nós estávamos tentando ser cada vez mais semelhantes a ele, seguindo seus ensinamentos. Ele prestava atenção a Deus e curava os doentes.
Também me lembrei de que as coisas materiais não são importantes, na realidade. Podemos perder as coisas materiais mas o Amor, que é Deus, está sempre conosco. O importante mesmo é ter pensamentos de amor, pois assim curamos e nos ajudamos uns aos outros, todos os dias. Um toca-fitas não podia destruir o amor e a paz entre mim e minha irmã. Nós duas temos um amor eterno que não pode ser destruído por um objeto material. Somos todos filhos de Deus, somos a expressão dEle.
Eu fui até onde Mara estava e disse: "Não fique triste, o que aconteceu não é realmente importante."
Mara respondeu que ela era uma menina ruim, mas eu lhe disse: "Não, você não é ruim. Não fique se sentindo culpada. O que importa é que você é boa, e que continuamos gostando uma da outra."
Depois disso, Mara e eu nos divertimos e não deixamos que nada estragasse nosso passeio.
Nota da mãe: Quando Ashley veio para nós como uma fúria, anunciando que a irmã havia deixado cair o toca-fitas no lago, ela estava transtornada. Pouco tempo depois, porém, notamos que ela estava de volta à beira do lago, com o braço em volta da irmã, parecendo consolá-la. Daquele momento em diante, ela continuou perfeitamente calma. Só à noitinha, quando me pediu para eu ler o relato que ela havia escrito do ocorrido, é que eu fiquei sabendo da cura que havia se dado em seu pensamento.
Um pouco antes, nesse mesmo fim de semana, ela havia perdido uma pulseira de prata e achávamos que talvez tivesse caído durante um passeio na mata. Na segunda-feira, telefonei a uma pessoa da família e pedi que procurasse a pulseira. Poucos minutos depois ela ligou, dizendo que havia ido diretamente ao sofá, levantado uma almofada e a pulseira estava lá.
Sei que o fato de Ashley ter-se libertado do senso de perda, com relação ao toca-fitas, abriu o caminho para a recuperação da pulseira. Eu sou muito grata porque as duas meninas aprenderam a se voltar para Deus na hora da necessidade e sabem orar com confiança ao seu Pai-Mãe Deus.
 
    
