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Faça a coisa certa!

Da edição de outubro de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Muitos conselhos e diretrizes úteis são, de fato, advertências sobre o que não se deve fazer: não passe no semáforo vermelho; não ultrapasse na curva; diga não às drogas, e assim por diante. No Manual de A Igreja Mãe, Mary Baker Eddy incluiu a "Regra para Motivos e Atos" e, na última frase, adverte para não fazermos uma série de coisas de maneira errônea. O texto diz: "Os membros desta Igreja devem vigiar e orar diariamente para se livrarem de profetizar, julgar, condenar, aconselhar, influenciar ou serem influenciados, erroneamente" (Art. 8°, §1°).

Eu conhecia esse texto havia muito tempo. Sabia-o até de cor. Querendo ser obediente, eu o repetia freqüentemente, se não todos os dias. Certo dia, no entanto, percebi quão longe eu estava de realmente obedecer. Não só deixara de revê-lo diariamente, mas minhas atitudes não correspondiam a essa regra. Poderíamos, por exemplo, ler uma receita todos os dias, sabê-la de cor, repeti-la seguidamente, mas isso nunca prepararia a massa e assaria o bolo. As instruções precisam ser colocadas em prática ou o resultado será nulo.

Como, então, eu poderia vigiar e orar de maneira eficaz e assim evitar fazer erroneamente várias coisas? Ao volverme à Mente divina para obter uma resposta, lembrei-me de que, quando era criança e estava aprendendo aritmética, eu não queria errar ao somar, subtrair, multiplicar ou dividir. E como fazia para não errar? Praticando constantemente o método correto de fazer as quatro operações. Quanto mais eu somava e multiplicava corretamente, tanto mais isso me livrava de fazer erros de cálculo.

Para "julgar pela reta justiça" precisamos mergulhar por baixo das aparências superficiais

Isso me pareceu lógico. Assim sendo, talvez houvesse uma maneira correta de profetizar, julgar, condenar, aconselhar, influenciar ou ser influenciado. Por isso, procurei trechos relativos a esses tópicos, na concordância da Bíblia e das obras da Sra. Eddy, e descobri que realmente há maneiras corretas de fazer todas essas coisas, assim como há advertências contra sua prática errônea.

Obtive uma melhor compreensão, com resultados práticos, ao estudar o termo profetizar, mas falarei disso mais adiante. Primeiramente, vejamos o Julgar. Cristo Jesus nos dá uma diretriz importante numa simples frase: "Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça" (João 7:24). Ele diz para não julgar de acordo com as aparências externas, pois isso, sem dúvida, seria julgar erroneamente. Mas, quantas vezes o fazemos sem perceber quão enganadoras são as aparências! Os sentidos físicos que não têm inteligência nem conhecimento da criação perfeita de Deus, não podem nos dizer a verdade sobre nada e sobre ninguém. Portanto, julgar a partir das aparências é julgar erroneamente.

Para "julgar pela reta justiça" precisamos mergulhar por baixo das aparências superficiais. Isso requer que nos perguntemos: "O que é espiritualmente verdadeiro a respeito dessa situação? O que é que Deus sabe acerca dessa situação? Como é que Ele a julga?" Quando permanecemos alertas para julgar a partir desse ponto de vista e mantemos nosso pensamento na realidade espiritual absoluta de um Deus perfeito e de Sua criação espiritual sem falhas, somos libertados da tentação constante de julgar erroneamente.

Condenar — o estudo dessa palavra foi interessante. Parecia-me ser tão negativa que eu esperava encontrar só advertências contra ela. Mas enganei-me. Minha pesquisa revelou que Jesus condenava severamente a hipocrisia, o materialismo e o pecado de toda espécie. E Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, adverte que se não condenarmos o erro, em verdade o estaremos nutrindo (ver p. 448). Para evitar que alimentemos o mal, temos de condená-lo, não como um fato, mas como uma falsidade. Isso significa condenar corretamente.

Condenar erroneamente é condenar pessoas; é disso que precisamos nos livrar. O exemplo de Jesus é tão claro. Ele não condenou nenhuma pessoa doente, demente ou pecadora. Ele condenou a doença, a demência, o pecado, repreendendo o diabo ou o mal, enquanto curava e restaurava a pessoa. Quando estamos alertas e condenamos o mal da maneira mais completa possível, afirmando com convicção sua falta de poder, sua irrealidade, sua total nulidade e completa separação da verdadeira natureza de qualquer pessoa ou coisa, não condenamos as pessoas e assim ficamos livres de condenar erroneamente.

Aconselhar— a sociedade atual está cheia de conselheiros: psicólogos, orientadores educacionais, consultores matrimoniais, financeiros, legais, e assim por diante. As pessoas estão acostumadas a procurar uma série de conselhos humanos. Alguns desses conselhos podem ser úteis, outros não. Como distingui-los? E quando alguém pede nossa opinião, como podemos saber se estamos dando conselhos corretos ou errôneos?

Uma maneira de fazer a distinção é observar se estamos expressando meras opiniões humanas. Ciência e Saúde tem muito a dizer acerca de opiniões pessoais e não é muito favorável a elas. Talvez tais opiniões se enquadrem no que o Salmista denomina de "os desígnios das nações": "O Senhor frustra os desígnios das nações e anula os intentos dos povos. O conselho do Senhor dura para sempre; os desígnios do seu coração por todas as gerações" (Salmos 33:10, 11).

Condenar erroneamente é condenar pessoas; é disso que precisamos nos livrar

"O conselho do Senhor" é o único conselho que merece nossa inteira confiança. Podemos estar certos de estarmos aconselhando corretamente, quando sugerimos que a pessoa recorra a Deus e lhe indicamos Suas leis e o bom resultado proveniente da obediência a elas; quando lhe asseguramos que a única Mente suprema sempre guia suas próprias idéias de maneira infalível, e que cada um de nós tem a capacidade outorgada por Deus de ouvir e seguir a orientação divina. Quando aconselhamos dessa maneira, livramo-nos da tentação de fazer valer nossas opiniões pessoais e de aconselhar erroneamente.

Influenciar — se o mundo está cheio de conselheiros, mais cheio ainda está de influências. E estas são mais sutis. Muitas vezes são mentais e invisíveis. Nem sempre percebemos qual é nossa influência sobre os outros. Ainda que não seja intencional, não deixa de ser uma influência. E se for incorreta, baseada na matéria ou nos sentidos, emanando da vontade ou das opiniões humanas, deve ser evitada. O remédio está em nos assegurarmos de que estejamos influenciando corretamente, fazendo o bem e vivendo mais de acordo com a nossa verdadeira natureza como a própria evidência de Deus. Conforme lemos em Ciência e Saúde: "Tua influência para o bem depende do peso que lançares no prato certo da balança. O bem que fazes e incorporas, te dá o único poder que se pode alcançar" (P. 192).

E quanto a ser influenciado? Ignorar ou ficar apático quanto às sugestões sutis ou agressivas que permeiam a atmosfera do pensamento humano, significa permitir que nós mesmos sejamos influenciados erroneamente. O Manual da Igreja inclui o dever diário de nos defendermos contra a "sugestão mental agressiva" (Art. 8°, § 6°). Uma maneira de fazer isso é reconhecer que não há outra mente além da Mente infinita, Deus; compreender que, como há só uma única Mente, não existe em realidade uma mente mortal agressiva que emita sugestões ou pense mal, nem há uma mente mortal suscetível de ser influenciada por tal sugestão ou pensamento errôneo.

Ao reconhecermos que a única influência sob a qual podemos estar, é a do Cristo, a influência divina sempre presente em toda consciência humana, em todo lugar; quando aceitamos o fato de que o Cristo é a mensagem vinda de Deus, a qual sempre nos indica o que é verdadeiro em nós e em todos os outros, livramo-nos de sermos influenciados erroneamente.

Voltemos ao termo profetizar. Temer o futuro, aguardar algum resultado negativo, ficar preocupado com os se e os mas, predizer qualquer desenvolvimento do mal, tudo isso seria profetizar erroneamente.

Qual a solução? Seja um verdadeiro profeta. Quanto a isso, o Glossário de Ciência e Saúde nos traz algumas definições espirituais esclarecedoras: "Elias. Profecia; evidência espiritual oposta ao sentido material; a Ciência Cristã, pela qual se pode discernir o fato espiritual referente a tudo o que os sentidos materiais percebem ..." e "Profeta. Um vidente espiritual; desaparecimento do sentido material ante a consciência dos fatos da Verdade espiritual" (pp. 585 e 593).

Um profeta vê espiritualmente. Com as lentes da Christian Science ele vê através das aparências materiais e percebe os fatos espirituais. Assim fazendo, ele constata o desaparecimento progressivo do sentido material das coisas e se torna mais e mais consciente do que é divinamente verdadeiro. E assim ele se livra de profetizar erroneamente e das conseqüências da falsa profecia.

Senti-me elevado e iluminado com essa pesquisa e com a inspiração que a havia motivado. Mostrou-me a maneira de obedecer mais cabalmente à advertência da " Regra para Motivos e Atos". A partir daí, essa regra tem brilhado para mim com uma nova luz.

Umas duas semanas depois desse estudo, comecei a sentir todos os sintomas de uma gripe. "Ah, não; de novo, não!" foi a minha reação, quando pensei na perspectiva de passar novamente pelo conhecido padrão de incêmodo e mal-estar, ligado à gripe. Imediatamente, porém, percebi que isso era profetizar erroneamente, era predizer o desenvolvimento do mal. Qual a solução? Ser um verdadeiro profeta. Ser um verdadeiro vidente espiritual. Ater-se conscientemente aos "fatos da Verdade espiritual", até poder constatar o desaparecimento desse senso material de ser, com seu sofrimento.

Ao reconhecermos que a única influência sob a qual podemos estar, é a do Cristo, livramo-nos de sermos influenciados erroneamente

Imediatamente, comecei a reivindicar os fatos espirituais. Afirmei minha relação eterna com o meu Pai-Mãe, Deus, por ser eu Sua semelhança e, portanto, espiritual e não material. Como tal, eu estava fora do alcance de qualquer influência proveniente das crenças populares de contágio ou de suscetibilidade a condições climáticas; estava livre de conceitos médicos sobre o desenvolvimento e a duração das doenças, e assim por diante. Eu só podia estar sujeito à influência do Cristo, a presença divina que sempre fala à minha consciência, informando-me da minha perfeição inexpugnável como imagem de Deus, da minha harmonia, saúde, integridade, aqui mesmo, agora mesmo, e esses fatos são a verdade para todos, em todo lugar.

Não me lembro exatamente do raciocínio que segui, mas era nesses termos e se expressava com vigorosas afirmações da verdade e negações do erro. Eu não estava disposto a aceitar as imposições do erro persisti nessa oração por alguns minutos. Estava me tornando mais semelhante a um verdadeiro profeta, a um vidente espiritual.

Não demorou muito mais do que o tempo que você levou ao ler essas linhas, para eu sentir que os sintomas estavam desaparecendo, até que fiquei inteiramente livre e assim permaneci. O sentido falso e material acerca de mim mesmo havia desaparecido "ante a consciência dos fatos da Verdade espiritual". Ao ser, em certa medida, como um verdadeiro profeta, eu havia me livrado de profetizar o desenvolvimento de um modelo de sofrimento e das conseqüências dessa falsa profecia. É uma cura de que sempre me lembro com muita gratidão pelas regras que a Sra. Eddy nos deu no Manual.

Cada um de nós tem o direito e o privilégio de ser um verdadeiro profeta, um juiz reto, um alerta condenador do mal, um conselheiro espiritual e uma influência purificadora. Não sofreremos então nenhuma influência a não ser a do Cristo. Estaremos obedecendo à "Regra para Motivos e Atos" de modo prático e significativo, de maneira a curar.

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