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Resistir à tentação

Da edição de outubro de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Os relatos da Bíblia sobre a tentação de Jesus, no deserto, não dão nenhuma indicação de que o tentador — descrito como Satanás — tenha encontrado a mínima receptividade no pensamento do Mestre. É verdade que a tentação de trair sua missão, estabelecida por Deus, veio a Jesus ainda uma segunda e uma terceira vez. Contudo, Jesus rejeitou todas as três, imediatamente. Quando a terceira tentação se apresentou sob a forma de um flagrante convite a violar o Primeiro Mandamento, Jesus respondeu: "...Retira-te, Santanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto." Então o diabo o deixou e "eis que vieram anjos e o serviram" (Mateus 4:10, 11).

Como é que o Mestre conseguia resistir tão prontamente à tentação? Talvez porque estivesse constantemente cônscio de sua própria identidade de Filho de Deus. Não havia nele nenhuma característica ou disposição que pudesse ser influenciada por alguma persuasão enganosa. Jesus refutou a noção de que um reino material e um poder temporal pudessem acrescentar um til ao domínio, dado por Deus, que ele já possuía.

Ao descobrir a Ciência do Cristianismo, Mary Baker Eddy chegou à conclusão de que as obras de cura de Jesus tinham como fundamento sua aceitação absoluta da totalidade e da bondade de Deus, bem como a consciência de que ele próprio, como Filho de Deus, estava incluído nessa totalidade e bondade por ver a todos como filhos e filhas de Deus, ele foi capaz de reivindicar essa perfeição e inteireza para todos aqueles com quem entrava em contato. Isso resultava na cura da doença, do pecado e até da morte.

Eu havia ido ao mercado para comprar alpiste; apanhei três sacos e seria fácil levar dois a mais e pagar só três

Recentemente, tive uma experiência que me chamou a atenção para a minha própria capacidade de resistir à tentação. Eu havia ido ao mercado local para comprar alpiste. O vendedor estava atendendo outro freguês, portanto, como faço muitas vezes, pedi a chave do depósito que fica do lado de fora da loja. Abri o cadeado e apanhei três sacos de alpiste. Eu os estava levando até o carro, antes de voltar à loja para pagar, quando me ocorreu que seria fácil levar um ou dois sacos a mais, colocá-los no carro e depois pagar apenas três. A loja trabalha no sistema de confiança mútua e o vendedor jamais o saberia.

Mas, ao mesmo tempo, eu estava absolutamente seguro de que jamais faria tal coisa. Rejeitei a tentação instantaneamente. Sem luta, sem discussão por que a sugestão não teve nenhum poder sobre mim? Porque eu estava também absolutamente seguro de que eu era honesto e um ato desonesto não exercia sobre mim a mínima atração.

Minha recusa em furtar dois sacos de alpiste que custam seis dólares, não foi uma grande coisa. Naquele momento, porém, reconhecendo a total falta de poder daquela tentação, percebi que havia mais implicações nessa facilidade com que eu havia instantaneamente resistido à tentação; como reflexo completo e íntegro do meu Criador, eu tinha forçosamente a mesma capacidade de resistir a tudo que fosse dessemelhante dEle, não somente à desonestidade.

Eu tinha, igualmente, o direito de rejeitar a tentação de perder a paciência, de ficar doente, ou de acreditar em leis de contágio. No trânsito, eu tinha o direito de me recusar a pensar mal dos outros motoristas. Também podia resistir a um impulso de luxúria, ou à tentação de acreditar na falta de algum bem, e, até mesmo, de temer a morte. Compreendi que qualquer uma dessas tentações era tão estranha à minha natureza, quanto era estranha à minha natureza, quanto era estranha à natureza de Deus. Elas não faziam parte dEle, portanto, não faziam de mim como Sua imagem e semelhança. Eu podia rejeitá-las com a mesma autoridade que havia de-monstrado, tão naturalmente e sem esforço, com relação à sugestão impotente de furtar alpiste.

Como imagem e semelhança da Mente, eu incluo, não somente honestidade, mas também pureza, autocontrole, integridade, bondade, coragem, inteligência, vigor, eternidade, compaixão. Essas qualidades também fazem parte da minha identidade espiritual, tanto quanto a honestidade que eu reconheci tão automaticamente. Elas são todas minhas, para serem reivindicadas como direito de nascença, pois foram concedidas por meu pai-Mãe Deus.

Essa experiência deu-me uma compre-ensão mais firme da minha identidade espiritual. Aquele vislumbre da razão pela qual o Mestre podia repudiar sugestões satânicas com tanta autoridade, tem sido um "socorro bem presente" ao enfrentar várias tentações.

Deus é aquele que tudo sabe, portanto não há nenhum outro conhecimento além do dEle. Não existe nenhuma mente satânica com o poder de corrompernos por conseguinte, se resistir à tentação parece às vezes difícil, não seria simplesmente porque estamos acreditando que haja mais de um Deus, mais de uma Mente?

Pode ser refutada toda sugestão de que haja um poder enganador, chamado Satanás, ou de que haja uma mente enganada, chamada "eu", que possa aceitar o mal. Como descendência de Deus, nós temos o direito, a autoridade, de conhecer a nós mesmos como Ele nos conhece — Sua pura, perfeita, impecável e indestrutível expressão, individualmente completa.

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