A experiência que vou relatar ocorreu há uns dez anos, quando eu morava na cidade do México. Meus filhos eram pequenos, os gêmeos tinham sete anos e a menor nove meses, de modo que cuidar deles me dava bastante o que fazer. Eu também trabalhava fora, e no serviço me pressionavam muito. Naquela ocasião estava para chegar um novo funcionário importante e eu precisava preparar todas as visitas, documentos e outros itens necessários. Quase não me dava tempo de fazer tudo.
No dia seguinte à visita desse funcionário eu viajaria para a Flórida com dois dos meus filhos, para visitar minha mãe. Ao retirar-me do jantar de encerramento das reuniões com esse funcionário, depois de estar sentada várias horas, tive uma sensação estranha nas pernas.
Quando cheguei à Flórida, não podia caminhar normalmente. Quando minha mãe me perguntou o que estava acontecendo, não soube o que responder. A situação começou a piorar, fiquei com as articulações inchadas, nos joelhos, tornozelos e cotovelos. Perdi a força nas mãos e afinal não conseguia andar. Eu sentia muitas dores e tivemos de alugar uma cadeira de rodas. Fiquei assustada e me perguntei como poderia cuidar de meus quatro filhos, nessas condições.
Diante do desespero, recorri a Deus em oração. Comecei a examinar meus pensamentos e logo me deparei com essa sensação de estar sob pressão, que eu experimentara nas semanas anteriores no trabalho. Eu havia relegado minhas orações e a Deus a um último lugar, entre as coisas que eu precisava fazer. Nesse momento percebi que minha prioridade era minha relação com Deus, de estar perto dEle e em comunhão com Ele. Quando enfrentei o grande medo de não vencer esse problema, lembrei que a Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde: “O medo é a fonte da doença, e dominas o medo e o pecado através da Mente divina; logo, é pela Mente divina que vences a moléstia” (p. 391).
Esta passagem de Isaías também me foi de muita ajuda: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (41:10). Tive a certeza de que Deus não me abandonaria em nenhum momento, porque Ele é o Espírito onipotente e eu podia confiar em meu Pai-Mãe, Deus.
Orei dessa maneira e pedi ajuda a um praticista da Christian Science, que me deu apoio em oração.
A situação começou a progredir lentamente. Durante o dia minha mãe me levava a uma praiazinha onde havia sombra e ali eu conseguia andar um pouquinho. Mas de noite me sentia fraca. Aí fiquei com medo de não estar fazendo progresso, mas recebi inspiração deste trecho de Ciência e Saúde: “Passo a passo, os que confiam nEle hão de verificar que ‘Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações’ (p. 444). Vi que eu não podia duvidar do poder de Deus, ainda que não visse progresso, mas que tinha de manter muito firme a minha confiança em Deus. Também no livro dos Atos lemos, na Bíblia: “... nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (17:28). Se nos movemos em Deus, pensei, eu também tenho o direito a poder mover-me normalmente. Essa é como uma promessa para todos e eu não sou exceção.
Depois de umas quatro semanas, comecei a melhorar. E em seis semanas eu estava completamente curada. A essa altura, eu já estava convencida de que não pode haver derrota nem fracasso, ou falha em Deus, e eu sabia que chegaria ao fim desse problema e me curaria. Lembro muito bem desta lei em 1 Coríntios: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (15:57). Essa vitória era a que eu buscava e que eu sabia que viria, porque Deus jamais nos falha. E assim foi. Melhorei até o ponto de a doença desaparecer completamente. Desde aquela época estou perfeitamente bem.
Foi um período de crescimento espiritual, em que obtive melhor compreensão sobre a liberdade. Antes eu me sentia como prisioneira, era muito limitada em tudo o que eu queria fazer. A oração me fez ver que o estado que Deus nos outorga é de liberdade espiritual e ninguém no-lo pode impedir ou privar-nos dessa liberdade. Estudei também em Ciência e Saúde esta passagem: “Cidadãos do mundo, aceitai a ‘liberdade da glória dos filhos de Deus, e sede livres! Esse é vosso direito divino!” (p. 227). Se esse é meu direito divino, pensei, vou valer-me dele, pois foi assim que Deus nos criou. Ele nos criou livres e nos deu domínio. Essa experiência me deu muita fortaleza espiritual.
Ballwin, Missouri, E.U.A.
 
    
