A viagem estendera-se por mais de 48 horas ininterruptas, com mau tempo, perda de conexões e longos vôos internacionais. Pensei que qualquer bisavó, após ter passado por tudo isso, deveria estar exausta. Não era o caso da minha companheira de viagem, que era bisavó. Várias vezes eu quis carregar-Ihe a mala ou dar-Ihe o braço, mas ela dizia sempre: “Não, obrigada”. Por fim, encarou-me e disse-me, gentilmente, mas com firmeza: “Não me trate como uma criancinha!” Depois disso não insisti mais.
Nos dias subseqüentes, essa senhora e eu viajamos por um país onde as pessoas idosas costumam viver reclusas nas casas dos filhos e netos. As pessoas que encontrávamos ficavam muito impressionadas, bem impressionadas, ao conhecer uma bisavó que não só mora sozinha, mas ainda trabalha o dia inteiro, colabora como voluntária na igreja e na comunidade, e também viaja. “Ela tem idéias próprias,. .. tem vida própria”, observou nosso jovem guia. “Acho isso super legal!”
Não se trata apenas de essa senhora (que me é muito querida) ter um gênio independente. Nem que ela não aceitasse de bom grado alguma ajuda, se de fato precisasse. O que acontece é que ela respeita algo dentro de si mesma, algo que ela sente como uma dádiva de Deus: a sua individualidade espiritual, o seu direito de pensar e agir como filha de Deus. E ela espera que outras pessoas também respeitem essa individualidade. Afinal, isso significa honrar a Deus, que criou a ela e a todos nós.
Faça o login para visualizar esta página
Para ter acesso total aos Arautos, ative uma conta usando sua assinatura do Arauto impresso, ou faça uma assinatura para o JSH-Online ainda hoje!