Observe o que você pensa, um dia inteiro, e vai ver quanto tempo você gasta pensando em coisas contrárias à saúde e à harmonia. Há uns tempos decidi prestar atenção a isso e fiquei surpresa.
Por exemplo, por vezes eu me preocupava com o que o vizinho estava fazendo, ou me sentis rejeitada por pessoas que tinham sido injustas, ou me irritava com o noticiário da televisão.
Quando permitimos que esses pensamentos, ou os de doença e dor, ocupem nossa consciência, não é de surpreender que nos sintamos mal. O que fazer para impedir que a curiosidade, irritação, ofensa pelo que os outros fazem e dizem nos invadam? Ciência e Saúde oferece o perfeito antídoto: “Monta guarda à porta do pensamento. Admitindo somente aquelas conclusões cujos resultados desejas ver concretizados no corpo, tu te governas harmoniosamente” (p. 392).
À primeira vista, parece difícil. Mas se ficarmos atentos a essa recomendação, teremos mais saúde, paz, relações familiares e comerciais mais harmoniosas, etc. Precisamos reconhecer como equivocados todos os pensamentos ou crenças errôneas que batam à porta de nossa consciência. Precisamos opor-nos a eles e destruí-los com as verdades espirituais reveladas na Ciência da Verdade, a Christian Science.
Essa Ciência explica como utilizar verdades espirituais, os fatos do ser. Por exemplo, Deus é o Espírito perfeito, a única Mente, infinita; o homem é a imagem e semelhança de Deus, portanto é espiritual e perfeito, não é material nem destrutível. Deus sempre cuida de Sua criação espiritual, inclusive o homem. A Christian Science também nos ajuda a compreender que o estado material em que aparentemente vivemos, que inclui pecado, doença e mortalidade, não tem substância, mas é ilusão, um sonho de natureza transitória. É o produto da assim chamada mente carnal, supostamente o oposto de Deus.
Todos os pensamentos que não são bons, que pedem entrada na consciência humana, se originam nessa mente suposta, transitória. São mentiras, sugestões mentais agressivas, sem fundamento. Eis aí uma descrição correta, pois os pensamentos que incluem o mal, ou crenças errôneas em doença e dor são às vezes agressivos, sobrevêm como uma tormenta, exigindo atenção. Outras vezes são como um sussurro sutil, se apresentam como se fossem nossos próprios pensamentos. Se não estivermos atentos, podemos até concordar com eles, consentir naquilo que eles dizem e agir de acordo.
No Evangelho de João lemos que o grande Mestre, Cristo Jesus, disse: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10:10). A assim chamada mente mortal é o ladrão. Se a aceitarmos como se fosse nossa mente, crendo que suas sugestões sejam nosso próprio pensamento, talvez nos vejamos temporariamente despojados da harmonia. Literalmente, pagamos as conseqüências! Mas se reconhecemos a presença do Cristo, a verdadeira idéia de Deus, a agir na consciência humana, então experimentamos as bênçãos da paz, da vida abundante e da alegria. Os pensamentos cristãos, a revelar o amor e a supremacia de Deus, trazem cura.
Uma das alunas da Sra. Eddy, Annie M. Knott, relata o seguinte, sobre uma ocasião em que esteve em casa da Sra. Eddy, com outros alunos: “Concluindo, a Sra. Eddy disse que não devemos jamais ter medo do mal, não importa qual seja sua aparência. .. e continuou dizendo que quando o erro bate à porta, eles (seus alunos) às vezes a abrem para ver o que ele quer. ..; ela já teria sabido, de antemão, o que ele queria, e teria conservado a porta fechada; mas depois de os alunos abrirem a porta, tinham de expulsar o invasor. O importante era manter o erro do lado de fora” (We Knew Mary Baker Eddy, Boston: The Christian Science Publishing Society, p. 80).
Mas talvez perguntemos: “Como posso saber a diferença entre os assim chamados pensamentos da mente mortal e as idéias espirituais que se originam em Deus, a Mente divina?” Ciência e Saúde o esclarece, dizendo: “As idéias espirituais, como os números e as notas, partem do Princípio e não admitem crenças materialistas. As idéias espirituais conduzem à sua origem divina, Deus, e ao sentido espiritual do ser” (p. 298). Todos os pensamentos, então, que provêm de Deus, que são bons, amorosos, capazes de nos elevar, honestos, altruístas, cheios de coragem moral, que nos asseguram da totalidade de Deus e de nossa perfeição espiritual, são pensamentos genuínos. Os pensamentos que egoisticamente se voltam para o eu, ou que são visivelmente maldosos ou pecaminosos, ou que sugerem doença ou desarmonia como realidades concretas, são irreais, perturbadores, e não têm teor de verdade. São apenas sugestões, não são nosso próprio pensamento. Não podem causar-nos dano, se “montarmos guarda” e não os admitirmos como nossos nem permitirmos que ocupem lugar mental.
Distinguir, ainda que tenuamente, entre os pensamentos imortais e genuínos provenientes de Deus, e as sugestões que vêm da mente mortal, faz uma grande diferença em nossa demonstração da Verdade e do Amor divino, e na harmonia de nossa existência. Essa compreensão é necessária para nosso crescimento e progresso espiritual. Discernir melhor o erro, deixando-o do lado de fora, tornanos boas sentinelas à porta do pensamento humano. Aí saberemos quando um ladrão se aproxima. Não admitiremos as sugestões do mal e afirmaremos nosso domínio, divinamente outorgado, para rejeitá-las instantaneamente.
Uma vez notei uma inflamação na mão, que começou a coçar muito. Primeiro, dei muita atenção à sua aparência, querendo saber o que a teria causado, ou como se chamava. Mas logo reconheci que era um estado produzido pela sugestão mental agressiva de que a matéria é substância, de que é inteligente e pode ficar doente. Orei para resolver o problema e percebi que, apesar do testemunho dos cinco sentidos mortais, eles não acusavam a realidade senão numa falsa crença, sonho, a ilusão que se me apresentava à consciência como se fosse realidade. Já mais atenta, continuei a orar e me recusei a aceitar a sugestão desse estado doentio. Orei muito para perceber somente a presença de Deus, a Mente, e Seus pensamentos, para perceber a realidade do homem e do universo perfeitos e a natureza ilusória dessa situação. Compreendi que eu não estava desamparada. Por ser na realidade o reflexo de Deus, eu tinha o domínio que Deus me havia dado para negar esse erro que se apresentava como se fosse algo real que eu precisava combater. Como se tratava de uma crença falsa, um pensamento errôneo, podia ser corrigido e debelado pelo Cristo.
Distinguir entre os pensamentos provenientes de Deus e as sugestões que vêm da mente mortal, faz uma grande diferença em nossa vida.
Lembrei estas palavras da Sra. Eddy, do livro Pulpit and Press: “Sabei, portanto que tendes poder soberano para pensar e agir corretamente, e que nada vos pode despojar dessa herança e invadir o Amor” (p. 3). Continuei a reivindicar a totalidade de Deus, o Espírito, e o fato de que a Mente divina é única, é a minha verdadeira Mente; e a negar a pretensão do mal, de ter poder e presença. Logo fiquei completamente curada.
Esta declaração da Sra. Eddy serve de guia para os estudantes desta Ciência demonstrável: “Amados Cientistas Cristãos, conservai vossa mente tão cheia de Verdade e Amor, que o pecado, a doença e a morte nela não possam entrar. É claro que nada se pode acrescentar à mente que já está cheia. Não há porta pela qual o mal possa entrar, nem espaço que o mal possa ocupar na mente repleta de bondade” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 210).
Essas palavras guiam a humanidade rumo à harmonia eterna, nos mostram como estar mais atentos a cada momento do dia, para questionar os pensamentos que batem à porta da nossa consciência. Para o erro, não vamos abrir a porta. Em última análise, podemos estar conscientes somente daquilo que vem de Deus, da Verdade e do Amor. Na realidade, como a imagem da Mente divina, só podemos abrigar pensamentos que curam, abençoam e salvam. Isso é pensar de maneira genuína, é com isso que devemos ocupar nosso pensamento.
 
    
