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Um presente de aniversário

Da edição de abril de 1999 dO Arauto da Ciência Cristã


Muitas vezes procuramos soluções e respostas para situações difíceis. Damos os passos que acreditamos estar corretos, usando os recursos humanos ao nosso dispor, mas nem sempre encontramos a resposta. Pode ser que tenhamos deixado de lado o mais importante recurso que todo indivíduo tem sempre ao seu alcance: a oração.

A oração é algo simples: consiste em pensar em Deus, lembrar-nos do que Ele é e o que faz por Seus filhos. Compreender algo novo sobre Deus e nosso relacionamento com Ele é uma forma de oração na qual não estamos pedindo nada.

Uma boa forma de aprender como orar é ler na Bíblia os relatos de curas. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy nos dá uma recomendaςão muito válida: “A Bíblia contém a receita para toda cura” (p.406). Essa “receita” consiste numa forma de pensar, num entendimento espiritual de algum trecho, e não no repetir palavras ou recitar passagens conhecidas. A inspiração lógica, compreensível, de um trecho que nos fala ao coração e que nos ilumina o pensamento pode transformar nossa experiência e melhorar as condições em que vivemos. É interessante ver como os episódios descritos na Bíblia, ou os exemplos que ela nos apresenta na forma de relatos de acontecimentos ou parábolas, são válidos e aplicáveis na nossa experiência de hoje. O Princípio que a Bíblia ensina e sobre o qual se baseiam as curas nela apresentadas é o mesmo hoje em dia, e transforma nossa vida de forma prática e demonstrável.

Numa ocasião isso aconteceu comigo. Um trecho especial adquiriu grande importância para mim, pois falou ao meu coração num momento muito difícil. Eu havia sido demitida do meu emprego, depois de 16 anos de trabalho e em plena ascensão profissional. Encontrava-me muito triste, posso dizer que até deprimida, porque não aceitava a situação de desemprego e de exclusão. Sempre tive muitos amigos e quase todos continuavam ocupando posições profissionais de “grande influência política”, ou mesmo empresariais. Eu alimentava esperanças e tinha a expectativa de que seria ajudada, em algum momento. Dediquei meu tempo a reuniões com esse objetivo e me empenhei nisso. Cada semana que se passava e nada acontecia, uma nova onda de desânimo tomava conta do meu pensamento e eu tinha de me esforçar para sair desse túnel mental escuro.

Numa das Lições Bíblicas semanais dessa época encontrei este trecho no evangelho de João: “.. . havia uma festa dos judeus, e Jesus subiu para Jerusalém. Ora, existe ali, junto à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco pavilhões. Nestes, jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos, [esperando que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo tempo, agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a água, sarava de qualquer doenςa que tivesse]. Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado? Respondeulhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Então, lhe disse Jesus: Levantate, toma o teu leito e anda. Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôsse a andar” (João 5: 1—9).

Nessa semana eu estava aniversariando. Quando li o versículo 5: “Estava ali um homem, enfermo havia trinta e oito anos”, foi como um despertar. Nessa semana eu estava completando exatamente 38 anos. A coincidência me fez ler o texto com mais atenςão (eu fazia a Liςão Bíblica quase que por teimosia, pois meus pensamentos fugiam durante a leitura).

Li várias vezes, porque no primeiro momento achei gostoso. Logo meu pensamento mudou, saindo daquela autocomiseraςão, para um cenário bíblico bonito, cheio de detalhes. Transportei-me para aquela cena.

Foi como a aςão do anjo, agitando a água do tanque. Até ali eu havia me deixado estar num estado mental imóvel, esperando que alguém fizesse algo por mim, exatamente como aquele paralítico. Confiando em homens, aguardava ajuda. No relato bíblico, o paralítico não só esperava que alguém o ajudasse, mas também aceitava que tinha de ser num momento único, quando, segundo se acreditava, o anjo agitava a água. Só nesse momento é que o primeiro que fosse colocado no tanque seria curado, ou seja, essa bênςão privilegiava uma única pessoa. Era uma espécie de corrida em busca do bem.

De repente, percebi que, de certa forma, eu estava fazendo a mesma coisa. Estava parada, esperando que alguém me pegasse pela mão e me colocasse novamente em alguma situaςão ou condiςão que me reintegrasse à camada dos “bem-aventurados”, de onde eu achava que havia sido excluída.

Em resposta à pergunta de Jesus: “Queres ser curado?”, o enfermo responde com tamanha tristeza e desilusão, que nos causa muita compaixão. Percebi que era assim que eu estava me comportando, achando que “eu não tinha ninguém” que me ajudasse ou me colocasse “em algum lugar” e assim continuava ali, parada.

Durante minha leitura desse trecho pude ver o quanto Deus nos ama, pois o Cristo, “a idéia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana”, estava sempre comigo. (Ver Ciência e Saúde, p.332). Eu era uma filha amada de Deus e não podia estar excluída de nada, pois minha coexistência com Deus me impossibilitava de estar distante do bem. O amor divino estava me suprindo, naquele momento e sempre, de todo o bem. Senti o Cristo falar na minha consciência: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”.

Foi uma cura maravilhosa. Saí do estado depressivo. Parei de questionar por que fulano ou sicrano não me ajudavam. Passei a viver com muito mais confianςa e liberdade. Recuperei a autoestima e a confianςa. Percebi que estava sendo abenςoada a todo o momento, pois não precisava de ninguém, nem para agitar a água, por assim dizer, nem para me pôr nela, pois o Cristo dispensava tudo isso e estava sempre em minha consciência. Foi o melhor presente de aniversário que ganhei na minha vida.

As curas cristãs não necessitam de nenhuma encenaςão prévia (como a da água agitada pelo anjo). Elas acontecem naturalmente, porque revelam a harmonia natural da vida e são livres de simbologia.

Após esse despertar, passados uns cinco meses mais ou menos, reingressei no mercado de trabalho. Curiosamente, foi um amigo que se lembrou de mim e me indicou para uma entrevista. Foi um trabalho provisório, por contrato, mas já não me permiti a sensaςão de ficar excluída.

A partir daí minha vida profissional retomou um ritmo natural. Mudei outras vezes de emprego, fiz coisas diferentes de minha formaςão acadêmica, exerci várias funςões. Nunca mais me faltou trabalho ou suprimento.

O hino número 160 do Hinário da Christian Science, cuja letra é de autoria de Mary Baker Eddy, nos ensina:

“P'ra te guiar, só no Amor confiarás ...”

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