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Rute — sempre se sentiu amada

Essa mulher moabita deixou sua terra natal, sem medo, devido ao que ela estava começando a aprender sobre Deus.

Da edição de maio de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


Será que uma história da Bíblia, sobre uma mulher que viveu milhares de anos atrás, pode ser realmente útil para uma mulher de hoje? O livro de Rute muito me ajudou. Descobri que não se trata meramente de uma história sobre uma mulher que foi muito devotada à sogra, abandonando sua terra natal para acompanhá-la. Nem tampouco é um relato sobre uma sogra que planejou o casamento de sua nora, viúva, com um parente próximo, de maneira que ele pudesse prover às necessidades de ambas.

O significado real da história de Rute, para mim, resume-se nas palavras de Mary Baker Eddy: "Lembra-te, não podes ser levado a nenhuma situação, por mais grave que seja, na qual o Amor não tenha chegado antes de ti e onde sua terna lição não esteja te aguardando. Portanto, não te desesperes nem murmures, pois aquele que procura salvar, curar e livrar, guiar-te-á, se buscares essa orientação" (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, pp. 149-150).

Conquanto elas fossem muito dedicadas umas às outras, a viúva israelita Noemi e suas noras, ambas também viúvas, não podiam mais permanecer juntas. Noemi estava retornando à sua terra natal. Portanto, ela disse às noras para voltarem às suas próprias famílias. Orfa despediu-se com tristeza e retornou à sua família "e aos seus deuses" (Rute 1:15).

Rute, porém, decidiu com firmeza que acompanharia Noemi e que o Deus de sua sogra seria o seu Deus. Durante os dez anos em que havia convivido com Noemi, Rute deve ter ficado impressionada com o que aprendera sobre o conceito hebraico de divindade — um Deus que não era um objeto material, nem um manipulador material, mas que era Espírito. O mesmo Espírito que havia guiado seu ancestral Abraão. Também me parece que, ao escolher prosseguir com Rute estava dando as costas a um senso material, não confiável, de amor. Ela não desejava o que a materialidade tinha a oferecer. Confiante de estar sendo guiada e protegida espiritualmente por Deus, ela não sentiu que lhe faltaria o amor.

Uma vez estabelecidas na velha casa de Noemi, Rute, com coragem, humildade e senso prático, foi apanhar as espigas caídas, num campo de cevada. A lei hebraica estipulava que as espigas e os grãos que os segadores deixassem cair no chão, podiam ser apanhados pelos pobres para seu alimento. Segundo minha interpretação dessa experiência, o orgulho não impediu Rute de desempenhar uma tarefa tão humilde. Ela não ficou temerosa, muito embora, como estrangeira desprotegida, ela pudesse se achar em situação de perigo — como insinuou o bondoso proprietário do campo, quando lhe disse: "Não dei ordem aos servos que te não toquem?" (Rute 2:9).

Sua fé na bondade de Deus foi comentada pelas pessoas e Boaz, o proprietário, ouviu esses comentários. Ele lhe disse: "O Senhor retribua o teu feito, e seja cumprida a tua recompensa do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas vieste buscar refúgio" (Rute 2:12). Quando Boaz anunciou sua intenção de casar-se com Rute (as mulheres não tinham nenhum direito nem posição social, se não tivessem um protetor do sexo masculino), os israelitas aprovaram.

Rute não havia tentado atrair Boaz com artimanhas. E Boaz havia expressado generosidade e cortesia com relação a ela, bem como sobriedade e integridade. As formalidades foram cuidadosamente cumpridas. A afeição verdadeira preocupa-se com o bem do outro, tanto quanto com o próprio bem; um não rebaixa o outro, não é dono do outro, nem compromete sua própria integridade espiritual.

Minha situação foi um pouco diferente da de Rute, mas a verdade espiritual foi a mesma. Achei-me, repentinamente, destituída de tudo, tendo apenas sessenta e cinco dólares e um carro velho. Estava longe daqueles que me conheciam bem. Mas não queria voltar aos velhos pontos de vista, à maneira materialista de fazer as coisas.

Tendo em mente a lição contida na história de Rute, declarei: "Não perdi nada." Na verdade, tinha perdido apenas a dependência do apoio material. Estava receptiva à orientação divina. Nem sequer me ocorreu ficar preocupada com o fato de que uma pessoa com mais de cinqüenta anos (especialmente mulher) não tivesse provavelmente muitas oportunidades de emprego. Eu literalmente não me preocupei com o dia de amanhã.

Lembrome, distintamente, de que me senti impelida a fazer as malas e pegar meu carro, não sabendo para onde a estrada me levaria, mas confiante de que estaria sob a orientação de Deus. Esse grandioso, todo-abrangente Deus de Abraão, que estivera com Rute, estaria também comigo. A bondade do Amor, a sabedoria da Mente, a praticidade do Princípio, estavam incluídas na minha identidade verdadeira como reflexo de Deus. Com essa verdade, jamais deixaria de me sentir amada. E desde aquela ocasião, há trinta e oito anos, sempre me senti amada — muito embora tenha sido guiada através de muitas circunstâncias que eram completamente novas para mim.

Um sentido mortal de amor necessita de um objeto; envolve possuir ou ser possuído. Sua atitude é: "Eu amo você; portanto, você precisa ser e fazer tudo exatamente como eu mandar". Pode incluir dúvida, medo, desapontamento, instabilidade e incoerência. O sentido espiritual de amor inclui a capacidade contínua de sentir a presença do bem, porque Deus está sempre presente e o homem é Seu reflexo, agora. Com esse ponto de vista, com essa expectativa do bem, quem jamais poderá deixar de se sentir amado?

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