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Vendem-se doenças

Da edição de maio de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


Não faz muito tempo, alguém me perguntou se eu já havia notado quantas vezes as doenças são vendidas ao público. À primeira vista, isso me causou surpresa. Vender a doença? Mas, depois de minha amiga ter feito esse comentário, comecei a prestar atenção aos anúncios publicitários e constatei que ela estava certa.

Além dos anúncios de produtos relacionados a certas doenças, a televisão apresenta reportagens com descrições detalhadas de doenças, possíveis tratamentos e estatísticas sobre sua cura e sua incidência. O que realmente chamou minha atenção, porém, foi um artigo de um jornal bem conhecido, sobre um anúncio publicado numa revista dirigida a pessoas de alto poder aquisitivo, na Arábia Saudita. O anúncio, pago por uma clínica americana, mostrava a foto colorida de um alegre cliente, usando o traje típico do Oriente Médio.

Esse anúncio relatava o terrível dia, na vida desse homem, no qual sofrera um infarto e procurara aquela clínica para tratamento. Descrevia uma operação bem sucedida e explicava que a clínica podia ajudar outros com o mesmo problema. O artigo do jornal revelava, porém, que o "paciente" da foto não era, na realidade, um paciente. Ele era "uma figura fictícia ... seu depoimento era a invenção criativa de um publicitário do Oriente Médio". Sua história era uma "combinação biográfica", inspirada em casos semelhantes.

Em resumo, através da descrição de detalhes da doença e de seus sintomas, com a ajuda de um modelo fotográfico, eles estavam vendendo essa doença ao público incauto. Foi aí que eu comecei a compreender um pouco melhor o que minha amiga queria dizer com a "venda da doença".

Embora o enfoque varie, dependendo do anúncio, muitas vezes há uma fronteira tênue entre informar o público sobre uma doença e verdadeiramente encorajá-lo a aceitar certos sintomas como algo "normal" na vida humana. Por exemplo, aparecem vários anúncios referentes a gripes e resfriados, quando se aproxima o inverno, como a criar uma expectativa de que a doença seja inevitável.

O fato mais importante e não divulgado, é que a doença não é inevitável e que ela pode ser evitada, se ficarmos atentos ao que pensamos e aceitamos como lei biológica. Encher a mente humana com descrições de doenças, debilidades ou desordens físicas, faz com que as pessoas fiquem aterrorizadas. Temer ou valorizar algo, faz que fiquemos sujeitos a ele.

Mary Baker Eddy, a autora de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, um livro que explica a terapêutica espiritual e a prevenção e cura da doença, escreve: "Por que declarar que o corpo está doente e descrever essa doença à mente, como quem estivesse saboreando uma guloseima, mantendo-a sempre diante do pensamento tanto do médico como do paciente? Devemos compreender que a causa da doença vinga na mente humana mortal, e que sua cura vem da Mente divina imortal. Devemos impedir que as imagens da doença tomem forma no pensamento, e devemos apagar os contornos da moléstia já delineados nas mentes dos mortais" (pp. 174-175).

Considero a oração uma eficiente maneira de impedir que imagens de doenças ganhem terreno no meu pensamento. A oração me permite aceitar somente aquilo que eu desejo se manifeste em minha vida. Faz com que o pensamento se concentre em tudo o que foi criado por Deus, o bem, afastando as imagens de doença e seus sintomas. A oração nos possibilita discernir espiritualmente o que é bom e está baseado na lei divina do Amor. Isso impede a doença de aparecer na consciência e de tentar governar nossa vida.

Ao contrário do que diz a crença popular, a causa da doença não está na matéria, nem é o resultado de condições físicas. A causa da doença é inteiramente mental, como explica a Christian Science. Ela se origina primeiramente no medo. É por isso que ela precisa ser tratada através daquilo que elimina o medo.

A compreensão espiritual faz isso, ao nos dar a convicção de que Deus, o bem, é a fonte e o preservador de toda verdadeira existência e de que o homem — o nosso verdadeiro ser — é feito à semelhança de Deus, inteiramente bom e espiritual.

Se estivermos inundados por imagens de doenças, não precisaremos temer nem valorizar nenhuma delas. Elas podem ser eliminadas através do pensamento espiritual correto — pensamentos de Deus, da Mente divina, que vêm a nós pela oração. Cada um de nós é responsável por aceitar ou rejeitar o que for dessemelhante de Deus, o bem. Portanto, é tarefa nossa ter certeza de que estamos livres da ilusão de imagens perturbadoras e de predições alarmantes. Para isso, volvemonos nos em oração à fonte de tudo o que é real e verdadeiro — e isento de doenças — Deus, a Mente divina.

Muitas vezes, quando estou enfrentando a tentação de acreditar na doença, recorro ao Salmo 91 como base de minha oração. Os versículos 1, 2 e 10 me ajudam a lembrar onde todos nós, na realidade, habitamos: "O que habita no esconderijo do Altissimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio ... Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda."

Para mim, a recomendação de "habitar" significa manter meu pensamento em Deus. Ajuda-me a lembrar que, como filhos de Deus, cada um de nós está à Sua sombra e aos Seus cuidados. Declarar esses fatos em minhas orações, fortalece minha confiança em Deus. O medo desaparece. Tenho a certeza de que nenhum mal pode vir a atacar-me.

O homem está sempre no "esconderijo do altissimo", onde não há compra e venda de doença e onde estamos seguros.

Cada versículo do Salmo 91 pode servir de orientação para orar. Afirmar que Deus é nosso refúgio e fortaleza não é só um bom pensamento positivo. Mais do que isso, significa ceder à força de Deus, reconhecendo nossa coexistência com Ele. Quando nos volvemos a Ele em nossas orações, pedindo ajuda, comprovamos que Sua "verdade [é nosso] pavês e escudo" (versículo 4) — nossa proteção contra a doença e todo mal. Nós sentimos Sua presença. Aliás esse Salmo nos inspira a não ter medo, a apoiar-nos em Deus.

Estar em comunhão com Ele, coloca nossos pensamentos e nossa vida sob Seu governo. Isso dissipa o medo. Refuta qualquer poder oposto ao Seu poder e conforta-nos. Às vezes, nossas orações são simples e humildes petições. Outras vezes, podem ser declarações fervorosas do todo-poder de Deus. Qualquer forma que tiverem, quando são fundamentadas espiritualmente, estão cheias de poder e trazem consigo a boa vontade de Deus para com todos.

Mantenho um versículo no pensamento: "Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos" (versículo 11). Os anjos de Deus são Seus pensamentos, Sua direção, Sua proteção. Reconhecer Seu controle sobre mim, ajuda-me a sentir Sua presença e poder. Não estou sozinha, lutando. Ao contrário, estou sempre com Deus, que me guarda em Seus caminhos.

Essas são apenas algumas maneiras de orar, usando o salmo 91. Ele está repleto de versículos de cura. Não importa o que estejamos enfrentando, podemos compreender espiritualmente que o homem, o filho de Deus, está sempre "no esconderijo do "Altíssimo", onde não há compra e venda da doença. Esse é o estado de consciência, onde permanecemos em segurança.

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