"O conhecimento dos textos originais e a disposição de abandonar as crenças humanas (estabelecidas por hierarquias e instigadas às vezes pelas piores paixões dos homens), abrem o caminho para que a Ciência Cristã seja compreendida, e fazem da Bíblia o mapa náutico da vida, no qual estão assinaladas as bóias e as correntes curativas da Verdade." (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 24.)
No espírito dessas palavras de Mary Baker Eddy, oferecemos as seguintes anotações relativas às Lições Bíblicas deste mês, publicadas no Livrete Trimestral da Christian Science para o período de abril, maio e junho.
29 de maio – 4 de junho
DEUS, A CAUSA ÚNICA E O ÚNICO CRIADOR
Abrirei rios nos altos desnudos e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em açudes de águas e a terra seca, em mananciais. Plantarei no deserto o cedro, a acácia, a murta e a oliveira; conjuntamente, porei no ermo o cipreste, o olmeiro e o buxo. (Isaías 41:18, 19)
Nesses versículos, o profeta mostra que a ação de Deus reverte completamente tudo o que é mau ou prejudicial para o homem, mesmo o mal considerado "natural". Assim, brota água onde parecia não haver água e crescem árvores no deserto e no ermo.
Ele envia as suas ordens à terra, e sua palavra corre velozmente. (Salmos 147:15)
Os monarcas da época se empenhavam muito para estabelecer um sistema de mensageiros que levasse suas ordens de um lugar a outro do reino. A velocidade desse serviço era um ponto de honra para o rei e sinal de poder. Por isso o Salmista fala dessa velocidade da palavra de Deus. Um comentarista escreve que "a palavra de Deus, como um rápido mensageiro, executa Seu propósito, pois para Ele ordenar é o mesmo que realizar (ver Gênesis 1:3 e Salmos 33:9).
E os que erram de espírito virão a ter entendimento, e os murmuradores hão de aceitar instrução. (Isaías 29:24)
"Murmurador" é o que fala em voz baixa. O vocábulo original hebraico tem, além desse, o significado de "caluniador". Na linguagem figurada da Bíblia, é possível que o profeta tenha assim identificado as pessoas que, por falsidade, ou por falta de autoridade moral, emitem suas opiniões em voz baixa, talvez não querendo ser instruídos com fatos contrários às suas opiniões.
5 – 11 de junho
DEUS, O PRESERVADOR DO HOMEM
Então, fez sair o seu povo, com prata e ouro, e entre as suas tribos não havia um só inválido. (Salmos 105:37)
Esse versículo faz referência à saída do Egito, quando o povo de Israel recebeu dos egípcios prata e ouro e foram compelidos a ir embora, como desejavam. Os egípcios haviam ficado apavorados com a décima e última praga e, enquanto antes haviam resistido a libertar os escravos hebreus, no fim até lhes deram prata e ouro, para que eles fossem embora mais depressa (ver Êxodo 12:35, 36).
De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua. (Salmos 121:6)
Em todas as culturas há superstições ligadas à influência da Lua. Mesmo no Português, o termo "lunático", que significa literalmente "sujeito à influência da Lua", é usado para indicar um desequilíbrio mental. Por isso é importante essa afirmação do Salmista. Ela também transmite a idéia de que, se Deus protege de dia e de noite, Ele protege então o tempo todo.
Tinha eu quarenta anos quando Moisés, servo do Senhor, me enviou de Cades-Barnéia para espiar a terra; e eu lhe relatei como sentia no coração. (Josué 14:7)
Aqui é feita referência a um acontecimento narrado nos capítulos 13 e 14 do livro de Números. O povo de Israel havia fugido do Egito e estava chegando ao limiar da Terra Prometida. Moisés enviou doze homens a espiar a terra de Canaã, para ver se poderiam entrar nela. Dez voltaram dando parecer desfavorável e só dois, Josué e Calebe, incentivaram o povo a ter confiança na promessa divina e seguir em frente.
12 – 18 de junho
É O UNIVERSO, INCLUSIVE O HOMEM, EVOLUÍDO PELA FORÇA ATÔMICA?
Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito e como matara todos os profetas à espada. Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias a dizer-lhe: Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles. (1 Reis 19:1, 2)
Jezabel era a filha de um rei fenício e, como tal, era sacerdotisa do culto pagão a Baal. Tendo se casado com Acabe, rei de Israel, ela trouxera consigo um séquito de sacerdotes pagãos e havia instituído a prática do culto a Baal entre o povo judeu. Contra isso se insurgira o profeta Elias. É interessante notar que a rainha mandou avisar Elias de suas intenções de matá-lo, em vez de simplesmente mandar guardas para prendê-lo. Podemos deduzir disso que ela não tinha autoridade para tal, ou talvez temesse a reação do povo.
Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu. (Mateus 9:9)
Mateus estava sentado na coletoria porque era coletor de impostos, isto é, era um publicano, portanto desprezado pelo povo judeu por estar a serviço dos romanos. Os publicanos geralmente cobravam mais do que era devido, a fim de embolsarem a diferença, por isso eram ricos, na maioria das vezes. Assim sendo, quando Mateus deixou esse trabalho para seguir a Jesus, fez uma renúncia talvez mais difícil do que os outros apóstolos que eram pobres pescadores. Os demais evangelhos se referem a Mateus como Levi, mas naquele tempo era comum os judeus terem dois ou até três nomes, pois não tinham sobrenome.
19 – 25 de junho
CHRISTIAN SCIENCE
Anseio, Senhor, por tua salvação; a tua lei é todo o meu prazer. (Salmos 119:174) (Conforme aversão King James)
A Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada, diz: "Suspiro, Senhor, por tua salvação..." Acontece, porém, que "ansiar" é um verbo mais próximo do significado original hebraico. Ele significa "anelar com ardor e fervor", desejar de todo coração, ao passo que "suspirar por uma coisa é desejá-la com langor, sofrendo por não possuí-la ainda".
Olha para Sião, a cidade das nossas solenidades; os teus olhos verão a Jerusalém, habitação tranqüila, tenda que não será removida, cujas estacas nunca serão arrancadas, nem rebentada nenhuma de suas cordas. (Isaías 33:20)
O povo de Israel havia vagado pelo deserto por quarenta anos e, nesse período, havia sempre morado em tendas, que eram fixadas para passar a noite e eram levantadas pela manhã, a fim de seguir viagem. Muitos segmentos da população de pastores continuou morando em tendas, pois seguia os rebanhos para onde houvesse água e pastagens. Assim sendo, quando o profeta fala de uma "tenda que não será removida", transmite a mensagem de que se chegou ao objetivo da jornada e não há necessidade de continuar vagando. Chegou-se também ao lugar onde a água e a pastagem nunca terminam e não há mais necessidade de procurá-las.
Bibliografia
Strong's Exhaustive Concordance of the Bible;
The One Volume Bible Commentary de J. R. Dummelow;
Psalms — Treasury of David;
Commentary on the Old and New Testaments, de Jamieson, Fausset e Brown;
Quem é quem na Bíblia Sagrada, de Paul Gardner;
Dicionário de Sinônimos, de Antenor Nascentes.
