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O Evangelho de Marcos em nossa vida

Chegada em Jerusalém e problemas no Templo

Marcos 10:46–11:33 (Parte 17)

Da edição de junho de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


Nesta parte, Jesus chega a seu destino: Jerusalém. Sua entrada, repleta de características messiânicas, é precedida por uma cura de cegueira. A ocorrência com um homem cego, que deseja desesperadamente enxergar, vai contrastar com o fato de muitas outras pessoas, à volta de Jesus, permanecerem espiritualmente cegas, embora capazes de ver fisicamente. É uma cura que dará ânimo aos leitores, enquanto eles prosseguem através da iminente turbulência dos últimos dias de Jesus na terra.

10:17–31 Passando por Jericó, que ficava a cerca de vinte e quatro quilômetros de seu destino, Jesus, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, depararam-se com Bartimeu, cego mendigo, que estava assentado à beira do caminho e, ouvindo que era Jesus, ... pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Esse é um título messiânico, que evoca a imagem do restaurador de Israel. E, embora a multidão o repreendesse, tentando silenciar seus lábios, ele cada vez gritava mais. Esse cego desejava ver.

Parou Jesus e disse: Chamai-o. O povo então disse ao mendigo: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama. A reação do homem foi imediata. Lançando de si a capa de mendigo, sobre a qual as pessoas jogavam as esmolas, levantou-se ... e foi ter com Jesus. Ele tinha a expectativa de ser curado.

Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Bartimeu respondeu sem hesitação: Mestre, que eu torne a ver, resposta essa que traduzia a implícita confiança em que Jesus realizaria esse seu desejo. Ele não ficaria desapontado. Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. Devido à sua fé, ele tornou a ver e seguia a Jesus estrada fora, exemplificando a reação natural de quem consegue "enxergar".

11:1–11 Uns dois ou três quilômetros antes de Jerusalém, Jesus tomou a iniciativa de preparar sua entrada na cidade. Normalmente os peregrinos entravam a pé, mas Jesus enviou ... dois dos seus discípulos a uma aldeia, onde achariam preso um jumentinho que ainda não havia sido montado por ninguém. Desprendei-o e trazei-o, disse-lhes Jesus. Se fossem questionados sobre a razão de estarem fazendo isso, eles deveriam responder: O Senhor precisa dele, realizando, dessa forma, aquilo que o Antigo Testamento havia predito, aludindo a essa entrada do Messias. Ver Zacarias 9:9.

Será que Jesus está finalmente disposto a buscar o status elevado de Messias e reivindicar o título que fora percebido claramente até por um cego? Vejamos.

Tudo aconteceu exatamente como Jesus dissera. Eles acharam o jumentinho preso, e enquanto o conduziam, alguém indagou sobre o que faziam. Eles responderam conforme as instruções de Jesus; então, os deixaram ir.

O aparato messiânico chegou ao apogeu, quando as vestes foram colocadas sobre o jumentinho, criando um trono improvisado, e também espalhadas pela rua. Muitos estendiam ... no caminho ... ramos que haviam cortado dos campos, preparando, em verdade, um cortejo real. Ver 2 Reis 9:13. As pessoas presentes que iam adiante dele e também aquelas que vinham depois clamavam: Hosana! que queria dizer, Salve! Também ecoaram hinos de louvor: Bendito o que vem em nome do Senhor e o reino que vem ... de Davi, nosso pai! Eram apelos para que Deus agisse, interviesse, irrompesse na história humana com mão poderosa. Que se inicie a era messiânica!

Contudo, Jesus não marchava sobre a guarnição romana, pronto para uma batalha. Ao contrário, ele entrou ... no templo, tendo observado tudo. Sua missão era espiritual, não política. Mas nada foi dito nesse momento. Já era tarde e ele saiu para Betânia com os doze.

11:12–21 Na manhã seguinte, no caminho de volta para Jerusalém, Jesus teve fome. E, vendo de longe uma figueira com folhas, foi ver se encontraria figos, mas não encontrou nenhum, porque não era tempo de figos. Contudo, disse Jesus: Nunca jamais coma alguém fruto de ti! E seus discípulos ouviram isto.

Quando chegaram à cidade, Jesus entrou no templo, passou a expulsar os que ali vendiam e compravam; derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. Embora o câmbio da moeda e a venda de animais fossem serviços essenciais aos peregrinos, as autoridades religiosas tinham uma longa história de práticas financeiras desonestas. Mantendo o controle do mercado, eles podiam estabelecer qualquer preço. A cobiça pelo dinheiro muitas vezes superava em muito a reverência. Na verdade, o que eles faziam era enganar as pessoas no pátio do Templo e entrar neste para glorificar a Deus. Essa hipocrisia não podia continuar. Jesus declarou que a casa deveria ser chamada casa de oração para todas as nações, no entanto tinha se transformado em um covil de salteadores. A atitude de Jesus era um protesto contra a manifestação exterior de consagração sem que houvesse um compromisso íntimo por parte deles.

O significado de suas ações e de suas palavras não foi perdido com os principais sacerdotes e escribas que ouviam estas coisas e procuravam um modo de lhe tirar a vida; pois o temiam, porque toda a multidão se maravilhava de sua doutrina. No entender deles, Jesus era popular demais, excessivamente bem sucedido e tremendamente perigoso. Se eles não reprimissem logo essa ameaça, os romanos interviriam. Nenhum deles queria isso.

Jesus e seus discípulos voltaram a Betânia para o pernoite. E, passando eles pela manhã, viram que a figueira secara desde a raiz. Então, Pedro, lembrando-se, falou: Mestre, eis que a figueira que amaldiçoaste secou.

Com essa segunda referência à árvore, a limpeza do limpeza acaba ficando no meio da história da figueira. Essa é uma forma de dar realce às duas histórias e mostra a relação que existe entre elas. Mas com que objetivo? Geralmente, entende-se que a árvore representa Israel e é amaldiçoada por não dar fruto. Da mesma forma, o Templo é purificado por não dar o fruto da verdadeira adoração.

Mas, não era época de figos! Por muitos anos, os estudiosos da Bíblia argumentaram se deveria ou não haver figos na figueira, na época da Páscoa, ainda que não estivessem prontos para serem comidos. Mas essa linha de pensamento não leva a nada. Marcos diz que ainda não era época de figos. Apesar disso, Jesus se aproximou da árvore em busca deles e "amaldiçoou" a planta por não encontrar nenhum. Jesus esperava encontrar figos, mesmo que não fosse a estação apropriada.

No contexto do Antigo Testamento, nas profecias que previram a era messiânica, talvez exista uma explicação para isso. Entre os sinais que deveriam caracterizar a era messiânica, havia as colheitas constantes, vinhas e árvores que sempre dariam fruto. Ver Zacarias 8:12, Ezequiel 34:27; 36:8–11; Jeremias 31:12; Levítico 26:4–6. A figueira em questão estava crescendo exata-mente no lugar identificado por Ezequiel como o local dessas ocorrências. Ver Ezequiel 47:1–12. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém confirmou que ele se considerava o Messias. Tudo indicava o começo de uma nova era. Mas não havia fruto na árvore! Será que Jesus amaldiçoou a árvore por ter ficado decepcionado?

Contudo, impávido, não hesitou em seu curso. Ele imediatamente entrou no Templo e tomou a atitude que refletia as profecias do Antigo Testamento quanto à restauração do Templo ao seu propósito legítimo. Ver Zacarias 3:6,7; 6:12; 14:21; Malaq. 3:1–3. As citações de Jesus sobre "uma casa de oração" e "um covil de salteadores" são de Isaías 56:7 e Jeremias 7:11. A observação de que a figueira tinha realmente secado, provou a eficácia do pronunciamento de Jesus. Este continuaria a seguir em frente, colocando sua confiança em Deus.

11:22-26 Assim, não é por acaso que, imediatamente após o incidente da figueira, há uma lição de fé — fé que pode mover montanhas. Essa também é uma alusão sutil a outro sinal messiânico — o das montanhas se dividindo em duas e se movendo em direções opostas. Ver Zacarias 14:4.

Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer ... assim será com ele. No contexto da oração, isso afirma que, quando uma pessoa se torna receptiva à visão espiritual, as coisas que pareciam impossíveis se tornam possíveis. Interessante é que Marcos coloca essa afirmação logo depois da frustração ocasionada pela figueira. Jesus fala com confiança sobre acreditar em Deus. Ele diz verdadeiramente: Tudo quanto em oração pedirdes (ele não diz: se orardes), crede que recebestes, e será assim convosco. Apesar do que vemos, apesar de tudo o que acontece, continuemos a confiar em Deus, porque Ele merece nossa confiança. A admoestação final de Jesus lembra as palavras da Oração do Senhor. Quando orardes, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se não perdoardes, também vosso Pai celestial não vos perdoará as vossas ofensas.

11:27–33 Mais tarde, quando Jesus estava andando ... pelo templo, vieram ao seu encontro os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos e lhe perguntaram: Com que autoridade fazes estas coisas? (Eles se referiam ao fato de Jesus ter virado as mesas, no Templo.) Ou quem te deu tal autoridade para as fazeres? Eles eram as autoridades no local e, com certeza, não haviam dado tal autorização. Além do mais, era direito e responsabilidade deles manter a ordem e o decoro no Templo e, por isso, eles exigiam uma resposta.

Mas Jesus respondeu com outra pergunta: O batismo de João era do céu ou dos homens? Ele estava, dessa forma, estabelecendo uma relação entre a autoridade dele e a de João. A mensagem de João se referia "àquele que estava para vir". Marcos deixa bastante claro que Jesus era "aquele". Mas os adversários debatiam e discorriam entre si, conscientes do dilema em que se encontravam. A pergunta de Jesus só permitia duas respostas: ou João agia com poderes outorgados por Deus ou não, isto é, ou sua autoridade era divina ou era meramente humana. Se eles respondessem: Do céu, Jesus diria: Então, por que não acreditastes nele? E ele afirmaria que sua autoridade tinha a mesma origem. Todavia, eles perceberam que não podiam simplesmente dizer que o batismo de João era dos homens, porque temiam o povo, que realmente considerava João como profeta.

Para eles, era um dilema que tinha pouco a ver com a verdade; eles estavam apenas interessados em preservar sua própria posição. Por isso, disseram: Não sabemos. Essa não é exatamente a verdade, pois a discussão deles sugere que eles sabiam que João tinha realmente autoridade divina; eles simplesmente se recusavam a aceitar esse fato. E Jesus replicou: Nem eu tampouco vos digo com que autoridade faço estas coisas. Assim, a questão foi deixada em aberto.

Nos próximos segmentos, as autoridades vão continuar suas tentativas de apanhar Jesus em alguma armadilha e desacreditá-lo. Mas Jesus vai conseguir se sair bem, sempre, deixando-os, por isso, cada vez mais furiosos. Os sinais messiânicos continuarão a ser o pano de fundo para os eventos que culminarão na crucificação. As coisas estão chegando a um ponto crítico.

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