É comum ver nos jornais notícias preocupantes sobre o desrespeito à natureza, juntamente com previsões sombrias de desastres ecológicos. Uma causa sempre mencionada é a cobiça pelo lucro rápido, que leva a empreendimentos de elevado custo ambiental. Existe, porém, um outro aspecto, bem menos lembrado. E o descaso e a indiferença por parte de muitos. Trata-se do nosso relacionamento pessoal e individual com a natureza. Será que é uma relação de amor?
Eu aprendi que a natureza pode enriquecer a experiência de todos os que se detêm a observá-la. Da minha janela, eu admiro as flores e os pássaros que, com sua beleza e harmonia, enfeitam a paisagem. Muitas vezes, na correria de nosso dia-a-dia, esquecemo-nos de parar e apreciar, nem que seja um pouco, esses pequenos portadores de valiosas mensagens.
Cristo Jesus claramente recomenda que observemos as "aves do céu" e "os lírios do campo". Lemos na Bíblia, que ele disse, no Sermão do Monte: "Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta" (Mateus 6:26). E logo a seguir: "Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles" (vv. 28, 29). Nas aves e nas flores, Jesus percebeu a mensagem divina do amor de Deus por todos nós. Ele viu a prova do cuidado incessante e incondicional de Deus.
Se estivermos igualmente alertas, perceberemos mais e mais mensagens divinas, não só nos pássaros e nas flores, mas na natureza toda. A Sra. Eddy diz, em Ciência e Saúde: "A natureza inteira ensina o amor que Deus tem pelo homem ..." (p. 326). A oração, isto é, a disposição de ouvir o que nosso Pai-Mãe Deus tem para nos dizer, torna-nos receptivos aos ensinamentos implícitos na natureza que nos cerca.
Há uns quatro anos, meu marido e eu estávamos em viagem, na estrada. Ele estava ao volante do carro, quando, de repente, começou a sentir dores no peito e um malestar generalizado. Pediu-me que o ajudasse em oração. Ambos nos volvemos a Deus e, tanto mentalmente como em voz alta, reconhecemos a onipresença divina, afirmamos que o ser de cada um de nós é espiritual e perfeito, por ser criado à imagem e semelhança de Deus. Também cantamos alguns hinos do Hinário da Ciência Cristã, que nos vinham à mente.
De repente, uma árvore á beira da estrada chamou a atenção de meu marido. Ele parou o carro e descemos. Era uma árvore majestosa, altíssima, que se destacava na paisagem por seu porte e beleza. Ostentava algumas flores brancas, no topo. Ela representou para nós uma mensagem de força e tranquilidade. Meu marido comentou como era maravilhoso ver que cada folhinha, ainda a menor delas, e cada flor, mesmo no ramo mais alto, estava recebendo a seiva de que precisava. E não havia um coração para governar a circulação. Por que o filho de Deus iria depender de um coração material para ter vigor e bem-estar? Esse pensamento foi realmente uma mensagem divina, pois imediatamente o mal-estar e a dor sumiram. Continuamos a nossa viagem, exultantes e agradecidos. Esses sintomas nunca mais apareceram.
Para nós, aquela árvore simbolizou, de forma visível, o fato espiritual de que cada idéia de Deus, onde quer que esteja, continua unida ao Pai, recebendo continuamente toda a "seiva" de que necessita. Assim como cada folha e cada flor compartilham da mesma natureza e substância da árvore, cada criatura de Deus usufrui das qualidades divinas que o Criador supre. Por estar dessa forma permanentemente unido a Deus, o homem por Ele criado, bem como cada elemento do universo, permanecem a salvo de todo mal, imunes a tudo que seja estranho à natureza divina.
Podemos aprender a "ler" as mensagens de Deus contidas na natureza. Isso contribuirá para que o nosso relacionamento com a natureza seja de amor e comunicação; contribuirá para eliminar a exploração dos recursos naturais; fará com que o nosso cuidado e respeito por ela seja espontâneo e sem esforço.
