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Nenhum filho pode se perder

Da edição de julho de 2000 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando soube que minha filha adolescente acabava de ser presa por furtar mercadoria numa loja, fiquei com o coração partido. Ela fora pega com um pacote escondido debaixo da jaqueta. Assim que nos encontramos frente a frente, uma da outra, eu chorei e, gritando, perguntei-lhe como pudera fazer uma coisa dessas. Ela ficou ali, sem dizer palavra, totalmente indiferente à minha reação.

Não era a primeira vez que ela agia de maneira insensata e irresponsável. A família toda já vinha enfrentando apuros e noites sem dormir, devido ao comportamento dela. Aliás, eu estava orando quando ligaram, avisando que ela tinha sido presa. Cheguei a duvidar da eficácia de minhas orações.

Assim mesmo, continuei a orar. Nas semanas seguintes, pesquisei a Bíblia e Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy. Um trecho de Ciência e Saúde, com o título marginal "Obstetrícia científica", deu-me um novo enfoque. "Uma idéia espiritual não contém um só elemento do erro, e essa verdade remove convenientemente tudo quanto é nocivo. A nova idéia, concebida pela Verdade e o Amor e deles nascida, está envolta em roupas brancas. Seu começo será humilde, seu crescimento vigoroso, e sua maturidade imperecível. Quando ocorre esse novo nascimento, a criança que nasce na Ciência Cristã, nasce do Espírito, nasce de Deus, e não pode mais causar sofrimento à mãe" (p. 463).

A compreensão de que essa filha era nascida de Deus e que, portanto, a sua verdadeira natureza era boa, razão pela qual não podia mais causar sofrimento algum nem a mim nem à nossa família, aliviou-me da carga pesada que eu sentia. Confortou-me enormemente a realidade espiritual de que ela é a filha de Deus e, portanto, só poderia ser uma bênção.

Nessa ocasião, eu li uma reportagem sobre furtos em lojas, um problema que estava aumentando entre os adolescentes. Pude ver que esse não era um problema unicamente nosso. Orar par minha filha especificamente foi um bom começo, mas eu poderia incluir também todas as famílias e todos os jovens, em minhas orações. Aquilo que era verdade para a minha menina, como filha de Deus, tinha de ser igualmente verdade para todos os filhos dEle.

Agarrei-me à verdade espiritual de que não falta à minha filha nenhum elemento da bondade de Deus. Ela não precisa alcançar a honestidade, a pureza, a integridade, a inocência e o amor, pois, como imagem e semelhança do Criador, ela já reflete todas essas qualidades, neste exato momento. E ela as reflete perfeitamente. Como filha de Deus, minha filha é espiritual, não material. Ela não pode ser hipnotizada pelo desejo de pegar coisas que não são dela.

Eu sabia que, em realidade, a minha filha não poderia ser atraída ou tentada a se afastar do Espírito, porque vive no Espírito. Ela vive no âmago do Espírito infinito, cercada pelo bem. Ao falar aos atenienses a respeito de Deus, o Espírito, Paulo disse: "Nele vivemos, nos movemos, e existimos" (Atos 17:28).

Num comentário sobre a Bíblia, comoveu-me a referência a outra mãe, que orou sem cessar em prol de um filho desgarrado. Este tinha uma vida imoral e dissoluta e a mãe, uma cristã devota, sofria com isso. Cansada e desanimada, ela foi visitar o bispo de sua igreja, implorando-lhe que falasse com o rapaz. Ele não quis, pois achava que o jovem não estaria preparado para ouvi-lo. Contudo, disse à mulher: "Vá em paz. Não pode acontecer que o filho dessas lágrimas venha a perder-se."

Anos depois, quando esse filho de fato se converteu, tornando-se um cristão dedicado, ela lhe contou que tinha aceitado as palavras do bispo como uma mensagem vinda do céu. O jovem — pelo qual a mãe havia orado com tanta persistência — tornou-se um dos líderes de maior influência no movimento cristão da antiguidade: Santo Agostinho. Ver William Barclay: The Gospel of Luke. (Filadélfia: The Westminster Press, 1975), p. 63; Santo Agostinho, Confessions, R.S. Pine Coffin, tradutor (Baltimore: Penguin Books, 1961), pp. 69-70. Essa história fez-me chorar de alegria. Não fora possível ao filho daquela senhora se perder, e isso também não iria ser possível à minha filha e a qualquer criança ou jovem.

Na nossa família, a transformação se processou no decorrer de vários meses. A atitude da garota para com os outros membros da família melhorou paulatinamente e a armadura em que se havia fechado foi caindo. Um ano mais tarde, ela começou a expressar gratidão com frequência, enviando-me mensagens de carinho que agora são preciosas para mim. Ela também me agradeceu por tê-la amado a ponto de ficar ao seu lado nessa época difícil. Tempos depois, ela encontrou emprego em cargos que exigiam honestidade e prestação de contas e ela desempenhou suas tarefas de maneira exemplar.

Ser um bom pai ou uma boa mãe, no mundo de hoje, é um dos maiores desafios que muitos de nós enfrentamos; contudo, a oração elimina essa carga de responsabilidade, na medida em que estamos dispostos a deixá-la. A oração sempre foi, e sempre será, a melhor coisa que podemos fazer para os jovens que estão aos nossos cuidados.

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