Ao longo dos anos, tenho me apoiado nas lembranças de meus pais a respeito da minha primeira cura na Christian Science, que aconteceu quando eu tinha dois anos e estava hospitalizada, correndo risco de vida. Embora fosse pequena demais para lembrar-me de como a Christian Science salvou-me a vida, tenho uma nítida lembrança do dia em que Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras mudou minha vida.
Certo dia, quando eu tinha sete anos, meu pai havia pedido à minha professora da segunda série do ensino fundamental, que me desse mais uma chance de passar para a próxima série junto com os outros alunos da minha classe. Lembro-me da bondade e da sinceridade da professora, naquela pequena cidade do Texas. Ela havia me dedicado uma atenção muito especial para que eu pudesse alcançar os outros alunos, que estavam organizados em três grupos de leitura, de acordo com sua capacidade: havia o grupo dos “pardais”, o dos “sabiás” e o dos “rouxinóis”. Apesar de toda a ajuda especial que eu havia recebido, eu não conseguia ler e não poderia participar de nenhum dos grupos.
O resultado da reunião com a professora, foi que meu pai e eu fomos para casa levando uma lista de palavras que eu precisava dominar. Ficou acertado que, se eu conseguisse aprender a ler aquelas palavras até o fim do semestre, para o qual faltavam apenas algumas semanas, eu poderia passar de ano. Lembro-me de que meu pai parecia esperançoso e determinado ao pegar a lista. Eu também me sentia assim.
Entretanto, aquela atitude mudou algumas horas depois, quando minha reação aos esforços sinceros de meu pai foram lágrimas e um grande sentimento de frustração. Apesar de todo o amor e encorajamento que eu sentia da parte de meus pais, eu simplesmente não conseguia ler e temia que a professora estivesse certa. Meu pai, então, colocou a lista de lado e disse algumas palavras que jamais esquecerei:
“Não admira que você não possa ler isso. É muito chato! Vou ensinar você a ler uma coisa importante, que lhe fará bem. Você vai aprender a ler um livro que irá ajudá-la por toda a vida!” Após dizer isso ele apanhou Ciência e Saúde e o abriu na primeira página do primeiro capítulo, cujo título era “A Oração”. Ele leu em voz alta para mim, explicou o significado das palavras e das idéias, e então me pediu que repetisse depois dele, palavra por palavra, linha por linha.
Existem 118 palavras nos dois parágrafos daquela primeira página. Ela começa assim: “A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus...” Muitas das palavras eram mais longas do que as que constavam da minha lista de leitura, e certamente não faziam parte do meu vocabulário infantil. Mas eu repetia depois de meu pai, à medida que ele pronunciava vagarosamente aquelas que ele classificava como palavras muito importantes, como “espiritual”, “compreensão”, “absoluta”, “amor abnegado” e “cristianização”. Eu não me lembro exatamente quanto tempo isso levou, mas depois que ele relacionou minha vontade de aprender a ler com a declaração de Mary Baker Eddy no segundo parágrafo que diz que “o desejo é oração” e que “nenhuma perda nos pode advir por confiarmos nossos desejos a Deus”, as lágrimas já haviam secado há muito tempo e eu já havia voltado a sentir esperança. Ler Ciência e Saúde era importante e interessante!
O que aconteceu no dia seguinte, só consigo explicar como sendo uma cura da Christian Science. Eu estava muito confiante e mal podia esperar para ir à escola. Com grande entusiasmo, corri para a professora anunciando que eu podia ler Ciência e Saúde! (Havíamos trabalhado apenas com a primeira página, mas eu a tinha na ponta da língua).
Não posso imaginar o que a professora deduziu daquela declaração. O que eu me lembro claramente é que minha nova capacidade para ler foi testada primeiramente no grupo dos “pardais”, depois no dos “sabiás” e finalmente no dos “rouxinóis”, tudo em um único dia. Como era fácil ler as histórias de Dick, Jane e Spot com meus colegas de classe, depois de haver “lido” um livro importante como Ciência e Saúde, e sem figuras! Lembro-me de que os colegas de classe ficaram maravilhados e entusiasmados comigo. Os dois momentos mais importantes do dia foram quando minha professora disse à classe toda que ela nunca havia ouvido falar de alguém que tivesse passado num único dia por três grupos de leitura, e quando ela me levou até a sala do diretor e me pediu que lesse para ele.
Nunca mais tive problemas com leitura e, depois disso, a cada ano durante o ensino fundamental meus pais eram consultados para saber se desejavam que eu pulasse uma série, o que parecia um milagre para os amigos que sabiam que eu quase havia repetido o ano!
Essa experiência e o estudo contínuo da Christian Science serviram de estrutura e de base para minhas atitudes e minha conduta quando me tornei professora do ensino médio. Recusei-me a limitar ou rotular qualquer aluno, sabendo que toda criança é a expressão completa de seu Pai-Mãe Deus. Presenciei muitos “milagres”, tanto na condição de professora como na de mãe, e sou grata por saber que cada um é verdadeiramente o resultado natural da expressão da Mente divina. Prezo muito as lembranças dos meus tempos de professora e de aluna, e muito especialmente a lembrança daquele dia em que meu pai colocou aquela terrível lista de palavras de lado e me deu o livro Ciência e Saúde. Ele tinha toda a razão quando disse que era um livro importante que iria me ajudar por toda a vida. Eu ainda sei de cor cada palavra daquela primeira página!
Los Altos Hills, Califórnia, E.U.A.
