“O tigre e o dragāo” não é um filme convencional de artes marciais no estilo kung fu. Trata-se de um filme de caratê para pessoas que talvez nem mesmo gostem desse tipo de luta. É um filme de ficção ambientado na China do século XVIII. Os personagens têm o poder mágico de desafiar a gravidade, saltando sobre bambuzais e deslizando por sobre os telhados da cidade de Pequim, onde se passa grande parte de história. Surpreendentemente, as cenas de luta não são violentas; mas, sim, a bela combinação de uma ginástica graciosa com movimentos semelhantes aos de um balé. A coreografia é tão magnifica que os produtores do filme “Matrix” certamente vão correr para suas pranchetas antes de começar a filmar a seqüência do filme.
Não são apenas as cenas de ação que tornaram “O Tigre e o Dragão” um sucesso de público e critica. A história, repleta de nuanças mitológicas e mensagens edificantes, é igualmente envolvente.
Logo no inicio, conhecemos Li Mu Bai (Chow Yun Fat), um valoroso guerreiro que nada pode fazer pelo amor não correspondido de Shu Lien (Michelle Yeoh), uma mulher que expressa muita graça até mesmo como chefe de uma firma de segurança. No entanto, qualquer esperança de paz é logo dissipada quando Shu Lien descobre que uma antiga espada, que estava sob seus cuidados, foi roubada. Ela decide recobrar a espada que está em poder de um misterioso guerreiro de máscara negra, apesar da suspeita de Li Mu Bai de que seu arquiinimigo, Raposa Jade, possa estar envolvido no roubo. As investigações de Lien levam-na a crer que o ladrão mascarado é Jen, uma jovem aristocrata que busca desesperadamente a aventura como forma de fugir de um casamento arranjado que em breve deve ocorrer. Logo descobrimos que Jen, com efeito, está sob a influência maléfica de Raposa Jade, que tenta manipular a jovem com a promessa de ensinar-lhe uma forma de arte marcial de elite e de oferecer-lhe uma vida mais emocionante. É o orgulho obstinado de Jen e sua impetuosidade juvenil que a tornam suscetível à manipulação de Raposa Jade. Sua auto-estima é baseada na coragem física e não na compreensão de sua natureza espiritual. Ela acredita ser invencível e sua atitude e comportamento arrogantes têm trágicas conseqüências. Mesmo nessas circunstâncias, Shu Lien mostra uma tremenda capacidade de perdão, que inspira a todos. Ela é capaz de perceber que Jen é, no fundo, uma boa pessoa que perdeu a noção de sua verdadeira identidade, e não teme censurar os impulsos negativos de Jen. “Qualquer que seja o caminho que você escolher na vida, seja leal a si mesma”, é o conselho que dá a Jen.
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