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Matéria de capa

Sozinha, à noite, no parque...

Da edição de julho de 2001 dO Arauto da Ciência Cristã


Fiz o curso superior na Universidade de Colúmbia, na cidade de Nova Iorque. Como eu vinha de uma cidade pequena, não estava habituada às "regras" para se viver numa cidade grande.

Quando estava havia algumas semanas na escola, certa noite, já bem tarde, decidi dar um passeio pelo parque que ficava próximo ao meu quarto. Desejava refletir sobre alguns desafios que eu vinha enfrentando, como nova aluna de uma grande universidade na maior cidade do país.

Durante minha adolescência, eu sempre costumava dar esses passeios, para ficar um pouco sozinha e orar a Deus. Nessa noite, em particular, eu queria refletir mais profundamente sobre o que a Bíblia me dizia a respeito de meu relacionamento com Ele e de Seu lugar em minha vida.

Enquanto caminhava, absorta nesses pensamentos, um homem forte, repentinamente, postou-se na minha frente, bloqueando meu caminho, de maneira ameaçadora.

A primeira coisa que veio ao meu pensamento foi algo que está no livro que, para mim, é o companheiro da Bíblia — Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: "Todas as criaturas de Deus, que se movem na harmonia da Ciência, são inofensivas, úteis e indestrutíveis" (p. 514). Eu consegui aplicar essa idéia à situação em que me encontrava. O homem era uma das "criaturas de Deus". Eu era uma das "criaturas de Deus". Não importava qual era a situação de cada um de nós em relação ao outro, Deus nos havia criado inofensivos, úteis e indestrutíveis. Esse homem e eu ficamos ali, muito próximos, envolvidos por esse pensamento de que não poderíamos fazer mal a ninguém, éramos úteis e indestrutíveis.

Honestamente, não me lembro de como aconteceu, mas, quando percebi estávamos sentados num banco do parque. Ele me falava sobre sua vida e sobre o Harlem, o bairro onde havia crescido. Eu lhe contei um pouco sobre minha vida também. Ficamos sentados por algum tempo, conversando.

Depois de algum tempo, disse-lhe que precisava voltar para meu quarto. Ele perguntou se poderia me acompanhar e veio comigo. Para mim, o ponto mais importante nessa experiência ocorreu quando nos despedimos e ele me disse, muito amavelmente: "Sabe, você não deveria andar pelo parque sozinha, tão tarde da noite."

O que guardei daquele incidente foi a percepção da pureza, união e harmonia que Deus deu a todos nós. Se alguém nos visse, sentados no banco, pensaria que havíamos nos encontrado lá para conversar. Naquele momento, todos os tipos de barreira decorrentes das diferenças em nossa condição sócio-econômica, opiniões políticas, passado, gênero e raça foram eliminados, devido à convicção de que todos os filhos de Deus são inofensivos e vivem em união.

Enquanto caminhava, absorta em meus pensamentos, um homem forte, repentinamente, postou-se na minha frente, de maneira ameaçadora.

Essa experiência transformou minha vida, porque continuei morando na cidade de Nova Iorque por mais de vinte anos, sem nenhuma preocupação com minha segurança. Isso não quer dizer que não me tenha deparado com outras situações que possam ser encaradas como perigosas.

Certa ocasião, pude ajudar uma jovem que havia sido agredida pelo namorado. Quando isso aconteceu, eu era a única pessoa na rua, além do casal. Eu estava a caminho de casa, tarde da noite, após um longo dia de trabalho. Enquanto caminhava, refletia sobre o fato de que somos filhos amorosos de Deus e pensava no significado prático dessa compreensão em nossa vida. E o que pensei naquele momento, em que o rapaz empurrou a namorada contra o muro, foi que nós poderíamos compartilhar o fato de que ele também era capaz de expressar e já, em verdade, expressava, a natureza gentil e amorosa de Deus. Ao fazer isso, percebi que tanto seu comportamento como toda a situação se modificaram.

Quando rememoro essas experiências, volta-me a convicção do papel de seres inofensivos, úteis e indestrutíveis, que nos é inerente na criação de Deus.

Qual o significado de mover-se "na harmonia da Ciência"? Para mim, significa que a realidade da harmonia pode ser demonstrada na vida humana. Que a existência do bem é um fato científico, um fato demonstrável. Naquela noite, na faculdade, a última coisa que eu esperava era encontrar alguém no parque com quem terminaria sentando num banco para conversar. Contudo, quaisquer que fossem as intenções iniciais daquele homem, ou mesmo as circunstâncias em que eu estivesse, a única realidade era a harmonia que existia entre nós.

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