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Reflexões

A oração pode abrandar os efeitos adversos do clima

Da edição de abril de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


A vida no planeta requer água. O clima, um fenômeno atmosférico, é o que faz com que a água dos oceanos evapore e a distribui por sobre a superfície da terra. A vida floresce. As flores desabrocham. As florestas ficam mais verdes. Os animais e os seres humanos prosperam. Ao contribuir para tudo isso, o clima expressa um fato espiritual: Deus, que é Princípio divino, governa o universo por meio de uma lei. Essa lei divina mantém a oferta e a procura em perfeito equilíbrio. Proíbe excessos e extremos. Proíbe escassez e prejuízos. Preserva o equilíbrio harmonioso. Quando nos conscientizamos da perfeita lei da oferta e da procura estabelecida por Deus, conseguimos perceber a manifestação dessa compreensão em condições climáticas produtivas, não destrutivas.

É aqui que entra a oração. Ela nos põe em sintonia com a consciência divina, com a Mente única, que acalma e cura. Pode a oração, que é quase imperceptível na sua quietude, ter algum efeito sobre fenômenos de proporções globais como o clima? Sem dúvida! A oração tende a silenciar o barulho mental, que fica batendo tal qual granizo no telhado, procurando impedir-nos de ouvir a voz da harmonia divina. E então percebemos as santas coisas criadas por Deus, que são dignas de serem contempladas. Por exemplo, quando silenciamos as impressões limitantes e materialistas, conseguimos perceber que Deus controla Sua criação que é, em realidade, espiritual e totalmente harmoniosa. Percebemos que sob Sua lei da harmonia perfeita, elementos aparentemente contrastantes, como inatividade e ação, coexistem. Um não obscurece o outro. Ambos são necessários e não estão em conflito. Essa compreensão do que está realmente acontecendo na criação de Deus faz com que essa realidade se expresse de forma concreta para a percepção humana.

A realidade espiritual, na qual não há conflitos, é a verdade da existência, quer estejamos cônscios disso quer não. Mas é melhor ter consciência disso porque, do ponto de vista humano, o que é desejável para um caso, pode não sê-lo para outro. O velejador quer um dia com muito vento para poder velejar, enquan- to que o agricultor quer um dia sem vento para poder semear. Se a oração pedisse simplesmente a intervenção divina, quem ganharia: o velejador ou o agricultor? Mas e o esquiador, que não quer vento nem calmaria, mas só neve? Inevitavelmente haveria mais perdedores do que ganhadores. A oração, entretanto, no sentido mais verdadeiro, não é o caminho mental para a realização de uma mudança climática por meio de forças espirituais. É um saber silencioso, a compreensão da harmonia constante e do poder de Deus. Deus nunca está em disputa consigo mesmo. Compromissos conflitantes não se chocam em Deus ou em Seu universo espiritual, pois não existem conflitos nesse universo.

A Mente, Deus, cria o universo e o mantém de forma que ele seja totalmente útil. Nada que se origine em Deus se transforma em algo prejudicial.

A consciência espiritualizada consegue discernir esses fatos. Mas, o pensamento agitado por temores, rivalidades e irritações não os percebe. A oração é um meio de acalmar o pensamento que se agita e de reivindicar a consciência que percebe esses fatos, e que também percebe o que Deus é e o que Ele faz. Essa é a nossa verdadeira consciência, porque o homem é a imagem de Deus, a expressão da Mente divina. A Mente, Deus, cria o universo e o mantém de forma que ele seja totalmente útil. Nada que se origine em Deus se transforma em algo prejudicial.

Por não haver nada que esteja fora de Deus, e pelo fato de toda compreensão verdadeira ser de Deus, a oração feita com essa compreensão é maior do que o céu, maior do que o clima. A consciência plena da compreensão outorgada por Deus, refletindo o poder divino, reina soberana. Até fenômenos globais sofrem o efeito dessa oração. Ela nos eleva a uma perspectiva mais elevada, de onde temos uma vista panorâmica da criação do ponto de vista de Deus e percebemos que a harmonia, não a destruição, é a realidade. Por meio da oração inspirada por Deus podemos ver extremos se dissiparem, oferta e procura se equilibrarem, seguidos de um tempo mais calmo.

Certa vez, quando Cristo Jesus e seus discípulos cruzavam o mar, abateu-se sobre eles uma grande tempestade (ver Marcos 4: 35-39). Evidentemente, Jesus estava envolvido por uma inabalável tranqüilidade. Ele dormia. Desesperados, seus discípulos o despertaram. E o que aconteceu? A consciência imbuída de uma calma capaz de fazer parar a tempestade prevaleceu. Ele declarou: "Acalma-te, emudece!" E o relato continua, dizendo que "se aquietou o vento, e fez-se grande bonança".

Mas, quando Jesus falou, a quem ele se dirigiu? A Bíblia diz que "ele repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece!" Mas o clima não tem ouvidos. Se, por outro lado, Jesus estivesse se dirigindo ao pensamento, então seus atos se enquadrariam num padrão divinamente inspirado. Assim, a maneira de acalmar uma forte tempestade no mar compara-se à maneira de subjugar uma febre que esteja incomodando há algum tempo, ou acalmar uma multidão furiosa, que esteja pronta para apedrejar alguém. Numa ocasião ele poderia dirigir-se ao pensamento amedrontado da pessoa, em outra à cólera acumulada de uma multidão que se considerava virtuosa, em outra ainda à crença generalizada denominada forças da natureza e considerada lei material. Em todas as circunstâncias, acaso Jesus não foi, por meio do poder divino, tratando e transformando o pensamento subjacente, que entretinha noções imperfeitas de que o mal tivesse poder?

As implicações disso são profundas. Significa que os extremos meteorológicos são uma materialização dos excessos do pensamento mortal. E o remédio para o pensamento mortal e sua nociva materialização é o exato oposto: a consciência divina. A consciência do bem, da harmonia, do equilíbrio entre oferta e procura, é a consciência que Deus outorga ao homem. Até as pretensas leis materiais são subordinadas a essa consciência. Os ventos e as ondas obedecem à exigência dessa consciência, da Mente divina, para que haja harmonia.

Podemos provar isso. Não precisamos desafiar o universo inteiro. Só precisamos mudar o pensamento. E é melhor começarmos mudando o nosso. Não se trata de fazer de conta que o trovão e o raio não existem. Trata-se de vigiar nosso próprio pensamento, de ceder à pura consciência do governo perfeito de Deus. Se, por exemplo, tomássemos conhecimento de uma desavença na escola ou no escritório, entraríamos na briga, expondo-nos a ser atingidos por queixas e críticas? Ou será que poderíamos nos desvencilhar da crítica, da justificação própria e das queixas, e ajudar a acalmar o tumulto? A consciência plena de amor abnegado, refletindo a calma da Mente única, coloca-nos no lado que acalma furacões emocionais, não no que os alimenta. Isso pode começar simplesmente com nossa atitude de nos recusarmos a ficar nos envolvendo em comentários desagradáveis. Gradualmente o pensamento se volta para a face de Deus. Habitamos na atmosfera do Amor. Vislumbramos a harmonia de seu equilíbrio.

Esse equilíbrio não é mera suavidade. Não é monotonia. Se as coisas fossem sempre iguais, não haveria geleiras eternas, nem brisa seguida de calmaria, nem chuva e depois sol e outra vez chuva. Uma situação estática não é o plano de Deus. Sua lei de oferta e procura mantém a variação, mas não a violência em toda a Sua criação espiritual. Nosso claro reconhecimento disso abençoa toda a terra.

À medida que o amor abnegado permear nossa maneira de encarar as coisas, o tumulto mental cessará e a quietude da consciência divina despontará. O pensamento é purificado. Percebemos mais provas do Amor divino mantendo o perfeito equilíbrio.

Atendendo, por meio do Boston Globe, ao pedido de enviar "ao povo da Nova Inglaterra ... uma mensagem sobre o que o último Dia de Ação de Graças do século XIX deveria representar para todo o gênero humano," Mary Baker Eddy disse em parte: "...que o Amor divino, imparcial e universal, como é entendido na Ciência divina, constitui a coincidência do humano com o divino, a qual cumpre as palavras de: 'O reino de Deus está dentro de vós'; que a atmosfera da mente humana quando depurada do ego e impregnada do Amor divino, refletirá, em céus mais claros, menos raios, menos tornados e menos extremos de calor e frio, esse estado subjetivo purificado..." (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, pp. 264-265).

Suas palavras brotam da experiência. Uma recente biografia cita casos em que suas orações amenizaram condições extremas do clima. Por exemplo, Adelaide Still, uma colaboradora que trabalhava na casa da Sra. Eddy, registra: "Em várias ocasiões vi a Sra. Eddy dissipar tempestades; a primeira vez foi no dia 3 de agosto de 1907, no final da tarde. O céu estava encoberto e estava bastante escuro. A Sra. Eddy, sentada em sua cadeira no canto do seu estúdio, observava as nuvens com um leve sorriso e uma expressão de enlevo no rosto. Parecia ver além da tempestade e do que a rodeava e não acredito que estivesse consciente de minha presença. Em pouco tempo as nuvens se dividiram e se espalharam, e a tempestade dissipou-se em seu nada natural. Cerca de meia hora depois, levei-lhe o jantar e ela me disse: 'Ada, você reparou no céu?' Respondi-lhe: 'Sim, Sra. Eddy'. Disse-me então: 'Ela (referindo-se à nuvem) nunca existiu; a face de Deus nunca foi encoberta'." Isso está de acordo com o que outro estudante registrou, atribuindo à Sra. Eddy o seguinte comentário: "Quando queria dissipar um temporal, eu não dizia que 'não há trovões e raios', mas dizia: 'A face de Deus está aqui, e eu a vejo'." (Yvonne Caché von Fettweis e Robert Townsend Warneck: Mary Baker Eddy: Uma Biografia de Curas [Boston: The Christian Science Publishing Society, 1998], pp. 284-285).

Todos nós podemos ver mais da lei de Deus em ação. À medida que o sentido da identidade mortal de existência cede, à medida que o pensamento é purificado, à medida que abandonamos uma enganosa percepção material da vida e da criação, vislumbramos mais da atmosfera do Amor divino bem aqui, em perfeito equilíbrio, sem extremos prejudiciais.

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