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Reflexões

MUDE SUA MANEIRA DE ENCARAR O MUNDO E ELE NÃO PARECERÁ TÃO ASSUSTADOR

Da edição de abril de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando assistimos ao noticiário local na televisão, pode parecer que moramos num lugar perigoso, cheio de acidentes de carro, incêndios e assassinatos. Todas os dias os telespectadores recebem uma quantidade de "informações" que pouco contribuem para que eles se tornem cidadãos mais conscientes, e que também não ajudam a melhorar o conceito que eles têm dos moradores da cidade.

Há mais de vinte e cinco anos trabalho do outro lado das câmeras, com telejornalismo, atividade essa que, às vezes, mais parece um meio de transmissão de entretenimento do que de informação. Contudo, normalmente vou para casa orgulhoso do trabalho que fiz e satisfeito por ter atendido à necessidade que o telespectador tem de ser informado sobre o que está acontecendo. Isso se deve à minha maneira de encarar o mundo e de definir o que acontece nele. Também tem a ver com a minha perspectiva a respeito a humanidade e com a forma como eu interpreto os acontecimentos.

Durante a maior parte de minha carreira profissional trabalhei como âncora e apresentador de programas na televisão. Atualmente comando um telejornal diário, escrevo uma coluna semanal e tenho um programa semanal de negócios. No entanto, geralmente não começo meu dia buscando notícias que possam ser usadas no noticiário que apresento à noite. Porcuro orientar minha perspectiva, ajustando meu pensamento para que toda decisão que eu tomar seja conscientemente filtrada através de lentes espirituais. Vou explicar melhor.

Quando eu era garoto freqüentei uma Escola Dominical da Christian Science. Eu gostava muito das histórias que contavam como Jesus curava tudo: desde problemas com fenômenos atmosféricos até doenças crônicas. Aprendi que isso era possível devido à forma de ele encarar o mundo e o gênero humano, ou seja, a cura era conseqüência da maneira como Jesus encarava as coisas.

Do ponto de vista de Jesus o homem não era um coitado propenso à doença, a acidentes e à desgraça. Onde outros viam sofrimento e injustiça ele via apenas a perfeição. Isso não acontecia porque ele quisesse ver as coisas dessa forma. Era a maneira natural como ele as via. Ele compreendia simplesmente que nosso ser real não é mortal mas, como disse muitos anos depois Mary Baker Eddy, a fundadora da Christian Science, o homem é "a imagem e semelhança espiritual de Deus: a representação completa da Mente" (Ciência e Saúde, p. 591).

Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy também amplia a definição do nosso ser: "A Vida não está na matéria, nem é de matéria. Aquilo que se chama matéria é desconhecido para o Espírito, que inclui em si mesmo toda substância e é Vida eterna" (p. 469).

Ao estudar as obras de Jesus e a Ciência divina que governava a vida dele, compreendi que a morte, a doença e até mesmo o pecado são desconhecidos para Deus. Se a vida e o ser de alguém se originam em Deus, aquilo que Deus não conhece também não é do conhecimento dessa pessoa. Essa afirmação não se baseia em mera teoria, mas nas leis espirituais que governam tudo, desde o universo até nossa própria vida.

É essa a perspectiva que estabeleço para mim todos os dias, quando oro e me preparo para o trabalho. À medida que organizo meu pensamento para a enxurrada de notícias que vou receber, reconheço que todas as idéias que são expressas fluem de Deus para o homem, não de uma pessoa para a outra. Não vejo um gênero humano imperfeito e falível. Vejo uma humanidade nobre e boa, diretamente alinhada com o poder e a inteligência de Deus.

Com minha perspectiva assim estabelecida posso filtrar a torrente de telefonemas e de informações que recebo. Não estou à procura de histórias que apelem para a curiosidade mórbida, como a violência gratuita ou bisbilhotices. Ao contrário, estou em busca de acontecimentos e idéias importantes que tenham conteúdo e que despertem os impulsos naturais mais elevados das pessoas.

Analiso a história e procuro detectar elementos que possam estar por trás da informação principal.

Na Escola Dominical aprendi que o único propósito da humanidade é expressar as qualidades de Deus. Como jornalista e Cientista Cristão praticante, acredito que meu propósito é o de informar como essas qualidades atuam no mundo.

Minha função é ajudar a revelar e a corrigir noções incorretas sobre acontecimentos locais e mundiais, e também conduzir o pensamento das pessoas a perspectivas mais elevadas. Isso não quer dizer que eu simplesmente ignoro as "más notícias" ou que as notícias que eu escrevo ou transmito são chatas. De forma alguma! O crime e a violência, por exemplo, fazem parte de muitas notícias que precisam ser transmitidas. Mas eu não estou interessado em simplesmente informar os fatos relacionados com um assassinato ou um acidente rodoviário. Analiso a história através da lente espiritual e procuro detectar elementos que possam estar por trás da informação principal. Será que nessa notícia existe alguma lição a ser aprendida ou será que o acontecimento pode ajudar o telespectador a compreender melhor algum aspecto relacionado com o governo ou com a comunidade?

Partindo desse raciocínio e usando uma boa técnica narrativa, procuro apresentar notícias que elevem as pessoas, sejam informativas e agradáveis à vista.

O telespectador também pode adotar uma perspectiva mais esclarecida e assistir ao noticiário sem deixar-se levar pelo desespero. Em primeiro lugar é preciso tornar-se um espectador mais criterioso. É necessário rejeitar o boato e o sensacionalismo e aceitar o que é confiável e verdadeiro.

Por que lemos os jornais e assistimos ao noticiário na televisão? Certamente para estar a par dos acontecimentos em nossa cidade e no mundo. Mas será que não existe um objetivo mais elevado para essa busca de informação? Mary Baker Eddy atendeu diretamente a esse propósito ao fundar o jornal The Christian Science Monitor. Erwin Canham, muito conceituado no mundo editorial e que por muitos anos foi redator chefe do Monitor, destacou a postura do jornal de "confiança no bem", a qual contribui para a regeneração da humanidade. Além de comunicar às pessoas o que está acontecendo, o bom jornalismo explica o significado desses acontecimentos e isso ajuda os leitores ou telespectadores a se tornarem cidadãos mais bem informados.

A notícia, então, torna-se um motivo para otimismo, mesmo quando o mundo parece ter tantos problemas como fome, doença e corrupção na política. Se essas são as informações que as notícias nos trazem, será que devemos aceitá-las como fatos verdadeiros? Se eu acredito que as leis de Deus governam tudo, então eu não posso aceitar informações que afirmam a supremacia de falsas leis da natureza, do acaso ou que me transmitam fatos incorretos sobre a condição humana. Se a consciência de Deus está no controle e ela é a única consciência, não posso ser enganado a ponto de acreditar que o mundo está sucumbindo devido ao capricho de bilhões de consciências conflitantes que competem entre si.

Resumindo, se eu consigo perceber a realidade que Jesus via, não posso ser influenciado, ludibriado ou me deixar deprimir pelas notícias veiculadas na imprensa. No entanto, se não consigo perceber essa realidade, então estou fazendo uma contribuição em favor dos problemas do mundo e não ajudando a corrigi-los.

Isso acontece com qualquer pessoa que tome conhecimento das notícias: seja ela um repórter, um telespectador ou alguém que seja mencionado. Tudo depende da nossa perspectiva. Se nosso ponto de vista está fundamentado no otimismo, no desejo de curar e na expectativa do bem, então nem nossa cidade nem o mundo precisam parecer assustadores.

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