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Caros leitores, diminuam a velocidade

Da edição de junho de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


Manhā de sábado. Uma vez mais eu cruzo a pesada porta de metal da cabina à prova de som e me acomodo na cadeira giratória. Abro então o livro que vou ler nas próximas duas horas durante a gravação semanal que faço, e digo a mim mesmo: “Não se apresse.”

Eu já trabalhava havia mais ou menos um ano como voluntário, lendo livros numa associação beneficente para portadores de deficiência visual, quando aprendi a importância de nos concentrarmos no que estamos lendo. Eu dizia para mim mesmo antes de começar: “Leia devagar, assimile a mensagem. Você vai estabelecer um relacionamento. Se você se deixar levar pelo corre-corre à sua volta e simplesmente ler as palavras do livro, vai deixar escapar algo importante.”

Podia ser qualquer tipo de livro: um manual sobre a venda de um produto, uma coleçāo de contos de autoria de um escritor africano ou um clássico da literatura infantil. Eu percebi que, ao procurar aprofundar-me no texto, eu chegava à metade de cada sessão de leitura nāo só mais familiarizado com o tema do livro, mas também conhecendo melhor seu autor.

Essa experiência me fez pensar no meu relacionamento com um velho amigo: Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de Mary Baker Eddy. O que mais eu poderia assimilar, se diminuísse o ritmo e lesse esse livro com mais atenção, procurando observar todas as mensagens que ele transmite, em vez de passar correndo por elas?

Então, quando voltei a pegar Ciência e Saúde para lêlo, agi como um leitor curioso que lê pela primeira vez, analisando cuidadosamente cada página antes de passar para a seguinte.

O que chamou minha atenção, logo no começo, foi o fato de a autora ter sido presidente de uma faculdade que ela mesma fundara, a qual havia sido autorizada a funcionar pelo governo do estado. Essa informação já me dizia que essa escritora tinha alguma experiência na área da educação, na administração de uma escola, na elaboração de cursos, no trabalho com professores, e também que já havia ministrado aulas. Essas qualificações, por si só, já tornariam a leitura interessante. Mas, na verdade, elas não constituem o principal assunto abordado no livro. O tema principal dessa obra é: como curar.

Esse livro explica o sistema metafísico de cura que Mary Baker Eddy descobriu, o qual originou-se no seu próprio estudo da Bíblia, na sua percepção espiritual e nas curas que ela realizou. Christian Science foi o nome que ela deu a esse sistema, que se baseia no poder que a Verdade, ou seja, Deus, tem para curar a doença e o pecado. Ciente de que suas idéias precisavam ser comprovadas, a autora acrescentou à parte final do livro 90 páginas escritas pelos próprios testemunhantes, atestando que é possível curar todo tipo de doença com a aplicação desse sistema.

Antes de continuar, voltei à página do título, com uma pergunta tardia: Por que ela havia fundado a faculdade? Que empreendimento colossal deve ter sido! Que conexão haveria entre essa escola e o livro? Pensei que talvez, em alguma parte do livro, ela respondesse a essas perguntas.

Continuando a ler, deparei com a seguinte frase: “Um livro apresenta pensamentos novos, mas não pode fazer com que sejam rapidamente compreendidos” (p. vii). Talvez ela tenha pensado na faculdade como uma maneira de acelerar a compreensão das pessoas sobre a Ciência contida em seu livro. Sem dúvida, durante as aulas os alunos têm a oportunidade de fazer perguntas e compartilhar idéias.

O que mais havia no Prefácio? Notei que a Christian Science não surgiu com um estalar de dedos. A autora descreve humildemente suas primeiras idéias sobre o assunto como “imaturas” e as compara a “balbucios infantis”, o que me fez concluir que ela registrara nessas páginas não somente a Ciência que havia descoberto, mas também sua jornada até chegar à descoberta. Que generosidade, convicção e amor pela humanidade ela demonstrou levandonos com ela nessa jornada!

Posteriormente a Sra. Eddy fez uma grande revisão em Ciência e Saúde, precedida por anos de estudo da Bíblia, curas, trabalhos escritos, palestras e aulas. Durante um período de sete anos, lecionou a Christian Science a milhares de alunos em sua faculdade. Por essa razão, ela deveria saber, por experiência própria, o que procura uma pessoa que está em busca de espiritualidade. Os leitores desse livro, ao buscar inspiração, cura e compreensão espiritual, vão se deparar com uma escritora que também empreendeu essa busca e lhes fala diretamente. Ela conhece o coração dos que buscam a Verdade, porque também a buscou, e deseja que seu livro sacie a fome dos que estão famintos pela Verdade, exatamente como aconteceu com ela mesma.

Quando cheguei ao fim do Prefácio, com cerca de seis páginas, senti que sabia um pouco mais sobre a autora. Nosso relacionamento estava mais forte.

Mas ainda estava faltando alguma coisa. Pensei: “Onde está a dedicatória do livro?” A maioria dos autores inclui uma em suas obras. Eu tenho em minha mesa dois livros, e ambos contêm dedicatórias. Será que Mary Baker Eddy omitiu essa mensagem pessoal?

Aparentemente não. No final do Prefácio (e não no início dele) a autora “...entrega estas páginas aos que honestamente procuram a Verdade”. Essa mensagem respondeu à minha pergunta.

Que honra! Compreendi então que o livro, que é como se fosse uma parte da vida dela, é dedicado a mim e a milhões de outras pessoas que procuram a Verdade. É como se ela estivesse nos dizendo: “Eu sei o que significa procurar a Verdade. Também sei o que essa Ciência tem a oferecer. Tudo o que está escrito nesse livro é para vocês. Vamos trilhar esse caminho juntos.”

Percebi que tenho uma grande jornada pela frente. Respirei profundamente e virei a página, pronto para seguir adiante. Eu não vou ter pressa, pois não quero perder nada.


Diretor da Edição Radiofônica do
Christian Science Sentinel

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