No meu emprego anterior, eu trabalhei durante doze anos. Chegou uma época, porém, em que os negócios da empresa estavam indo muito mal. A direção resolveu, então, despedir muitos funcionários e eu fui um deles. Pediram para eu terminar um projeto na condição de profissional autônomo e, assim, pude continuar trabalhando e trazer o sustento para casa durante um certo tempo. Nesse período, consegui, então, me preparar um pouco mais espiritualmente, procurar mais a Deus, entender melhor o verdadeiro conceito de emprego. Pude modificar certos pensamentos prejudiciais, como a crítica, a justificação própria, substituindo-os pelo conceito de que somos filhos de Deus, a serviço dEle, para refletir Sua atividade.
Tive oportunidade de ponderar muito sobre o tema da fidelidade, pois na Bíblia lê-se que Deus é fiel. Porém, muitas vezes, não é fácil ser fiel a Deus. Entendi que ser fiel a Deus significa ter pensamentos que se baseiam na criação divina perfeita, no homem criado à imagem e semelhança de Deus. Foi assim que eu, gradativamente, melhorei minha postura mental, comecei a ver as coisas de uma maneira diferente, apesar de as notícias serem muito desalentadoras, como o alto índice de desemprego e muita gente perdendo todas as vantagens de um emprego com registro em carteira. Pedi a uma praticista da Christian Science para que me ajudasse. Uma praticista é alguém que se dedica profissionalmente a ajudar as pessoas através da oração.
Somos filhos de Deus, a serviço dEle, para refletir Sua atividade.
Aprendi a colocar a Deus em primeiro lugar em meu pensamento e comecei a receber dEle a inspiração sobre o que fazer. Quando terminei o projeto e fiquei sem trabalho, passei a ir todos os dias a um lindo parque perto da minha casa. Ali, junto à natureza, ao verde, com a tranquilidade e o silêncio do lugar, eu me sentia no “esconderijo do Altíssimo” como diz o Salmo 91. Para mim o “esconderijo do Altíssimo,” é representado pelo momento em que podemos colocar os pensamentos em ordem, substituindo os receios e medos pela verdade de nossa filiação divina. E também, pelo reconhecimento do nosso valor como filhos de Deus, como a imagem e semelhança dEle. Dessa forma, resgatamos o conceito espiritual de beleza, de produtividade, de lealdade. Nesse período, comecei a perceber mais notícias boas na televisão e nos jornais.
Tive a oportunidade de fazer diversas entrevistas de emprego, e continuava mandando meu currículo para várias empresas. Um dia, respondi a um anúncio no jornal e fui convidado a comparecer na firma. Nessa entrevista me informaram que eles tinham me chamado, não para o posto anunciado mas para outra vaga que iria ser aberta e para a qual eles viram que eu estava qualificado. É nessa empresa que estou trabalhando até hoje.
Uma coisa muito importante que aprendi nessa experiência está relacionada com um trecho da Bíblia, em Filipenses, que diz: “Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (2:13). Quando a gente coloca a Deus em primeiro lugar nos nossos pensamentos e nas nossas ações, o caminho se abre e se dissolve toda a névoa mental formada pelas preocupações, pela apatia, pela falta de perspectiva profissional, e vemos que Deus nos ilumina o caminho e efetua em nós tanto o querer como o realizar.
Nessa empresa, eu estou tendo muitas oportunidades profissionais de progresso, que não tinha no emprego anterior. Percebo que realmente ali é o meu lugar, neste momento.
Outra coisa boa é que eu pude ajudar um ex-colega, que também estava sem trabalho, a encontrar emprego. A vontade de Deus é sempre boa e nos permite beneficiar os outros com a nossa oração, e não só a nós mesmos.
Essa é uma experiência minha, porém ela pode servir também para outras pessoas. Cada experiência é diferente. Mas aquilo que é mais importante, ou seja, colocar a Deus em primeiro lugar em tudo o que se faz, isso é igual para todos.
São Paulo, SP, Brasil
