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Reflexões

Eu reescrevi a história da minha vida

Da edição de agosto de 2002 dO Arauto da Ciência Cristã


Parecia um dia como qualquer outro. Acordei e comecei a orar. Mas nesse dia aconteceu uma coisa diferente. Ao invés de pensamentos inspirados, comecei a me lembrar de cenas da minha infância. Eu não tinha o hábito de ficar me lembrando de acontecimentos passados. O meu dia tinha de continuar, mas eu não conseguia encontrar o botão para “desligar” aquelas imagens!

À medida que essas lembranças iam desfilando pelo meu pensamento, comecei a imaginar o que elas significavam. Eu havia orado para aceitar Deus como a única influência na minha vida. Nessas recordações eu me via como uma criança cujo desenvolvimento tinha se baseado em circunstâncias, na influência de professores, pais e amigos, e até mesmo na ordem de nascimento e na ascendência. Será que a oração poderia trazer à tona algo que necessitasse ser curado? Decidi continuar a orar e verificar isso.

Faz-se necessário dizer que eu tive uma infância feliz. Evidentemente, o que eu precisava esclarecer era a maneira como eu encarava a mim mesma. Se eu me encarasse de alguma forma que não fosso como a própria semelhança espiritual de Deus, mesmo que eu me considerasse um ser mortal feliz, eu estaria entretendo uma noção incorreta a meu respeito. A não ser que eu “reescrevesse” minha infância com base na realidade espiritual, isto é, na influência de Deus, eu estaria aceitando influências que não eram legítimas. O que não se baseia no Deus que é totalmente bom, não é legítimo.

Algumas publicações dizem que nossa vida é definida pelos “momentos marcantes” do nosso passado, e que estes determinam a maneira como encaramos a nós mesmos.

Os momentos marcantes de minha vida eram materiais ou espirituais? Envolviam eventos humanos bons e ruins, ou começavam e terminavam com Deus? A escolha era minha.

Percebi que eu não tinha de me submeter a uma auto-análise ou corrigir qualquer coisa que tivesse acontecido em minha infância. Eu precisava apenas tomar uma posição a favor daquilo que era verdadeiro do ponto de vista espiritual, daquilo que havia sido causado por Deus. Assim, passei a submeter cada lembrança que me vinha ao pensamento ao teste da Verdade, ao teste de Deus. O teste consistia na seguinte pergunta: As lembranças que eu estava tendo seriam o efeito da boa influência de Deus em minha vida? Se eu concluísse que alguma coisa indicava a presença de Deus, eu a mantinha como parte da história da minha vida. Se eu concluísse que não, eu a eliminava, da mesma forma como eu elimino parágrafos que não sejam bons ou úteis quando estou escrevendo no computador.

Por exemplo, conservei o amor da minha família como parte da minha vida. Trata-se do reflexo direto do amor de Deus por mim. Eliminei, porém, a angústia de aprender operações com números decimais com um professor que não tinha nenhuma paciência. E continuei colocando à prova toda recordação que me vinha ao pensamento. Se ela não honrasse a Deus, reconhecendo que Ele é Tudo, eu a eliminava. Realçava e eliminava, como fazia no computador.

Naquele dia, consegui compreender muito melhor que Deus é a única causa da existência. Porém, somente algumas semanas depois é que pude avaliar a dimensão do que acontecera.

Uns vinte anos antes eu havia feito uma lista mental de cinco características que eu desejava eliminar. Uma delas era a procrastinação. (Não, eu não vou dizer as outras!) Desde essa época eu observava o meu progresso. Pouco antes daquela manhã em que comecei a me lembrar dos fatos passados, eu havia notado que, mesmo após todos aqueles anos de oração e esforços para me libertar daquelas características, aqueles cinco traços de caráter ainda não haviam sido eliminados. Eles pareciam fazer parte da minha natureza. Com certo desânimo, eu havia orado um pouco mais especificamente para vencer aqueles problemas, a fim de poder dedicar-me a outros aspectos de minha vida que necessitavam de crescimento.

Não importa quão difícil tenha sido o seu passado, quão terríveis os seus pecados, ou os erros que você tenha cometido, você pode começar tudo de novo a partir de hoje.

De repente, compreendi a razão do que acontecera naquela manhã. Pareceu uma resposta à minha oração. Percebi que, desde aquele dia eu não havia tido o menor problema com a procrastinação ou com as outras características que me incomodavam. Elas simplesmente haviam desaparecido, de uma só vez. Eu mal podia acreditar naquilo!

O que teria acontecido? Não estou bem certa. Posso apenas concluir que, durante aquela manhã em que eu “reescrevi a minha biografia”, a minha predisposição para aquelas falhas específicas foi simplesmente eliminada. Eu não sei, nem sinto a necessidade de saber, como foi que isso aconteceu. Basta saber que elas jamais haviam feito realmente parte de mim, pelo fato de eu ser a semelhança de Deus. Por não serem mais encaradas como parte legítima do meu passado, essas falhas não tinham mais nenhuma influência sobre o meu presente.

Eu espero que minha experiência possa ajudar outras pessoas que estejam lutando para se livrar de alguma característica indesejável, que pareça fazer parte integrante delas e da qual elas tenham a impressão de não poder se desfazer. Não importa quão difícil tenha sido o seu passado, quão terríveis os seus pecados, ou os erros que você tenha cometido, você pode começar tudo de novo a partir de hoje. As Escrituras definem essa atitude como “abandonar o velho pelo novo”.

Talvez você não tenha o mesmo tipo de experiência que eu tive, mas a sua necessidade será atendida. Mary Baker Eddy, a fundadora desta revista, escreveu em sua autobiografia intitulada Retrospecção e Introspecção: “É preciso revisar a história humana, e apagar o registro material” (p. 22). De uma forma ou de outra, cada um de nós irá reescrever sua própria vida de acordo com o plano perfeito de Deus. Reconhecer que somos exatamente a semelhança de Deus é a obra da nossa vida.

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