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Consolo e alegria

Da edição de setembro de 2005 dO Arauto da Ciência Cristã


Eu nunca havia imaginado que o pesar fosse particularmente uma bênção, ou seja, algo digno de ser cultuado ou venerado. Havia considerado o pesar como um sentimento com o qual as pessoas tinham de lidar, a fim de superálo. Portanto, sempre havia imaginado a segunda bem-aventurança desta maneira: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mateus 5). Gosto muito dessa idéia de consolo, mas não compreendia por que os que choram haviam sido incluídos na lista dos bem-aventurados, visto que a lista inclui mansidão, justiça e pureza, qualidades que eu realmente esperava cultivar.

Meus professores da Escola Dominical, ao longo dos anos, lançaram alguma luz sobre o assunto, encorajando-me a ponderar sobre essa primeira palavra: bem-aventurado, em relação a outra tradução do original grego. A palavra makarios é também traduzida como feliz. Por conseguinte, “Felizes os que choram, porque serão consolados”, certamente fazia mais sentido. Mas, o fato de Jesus ter incluído essa promessa em seu Sermão do Monte, parecia indicar um propósito muito além da afirmação do óbvio.

Certo dia, ocorreu-me que, aquilo que eu tinha como certo, ou seja, que chorar não queria dizer um estado mental “sem saída”, não era necessariamente igual para todos. Da mesma maneira, embora eu estivesse bem certa sobre a fonte daquele consolo, outros poderiam querer saber: “consolados por quem ou o quê”?

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