Às vezes, meu irmão relata um episódio que presenciou nos tempos de colégio, que até chega a ser cômico. Entretanto, leva-me a pensar sobre o que pode acontecer, quando entregamos nossas decisões aos outros. Sua classe tinha um professor que sempre usava um lenço para enxugar o suor. Isso era freqüente e motivo de muita gozação por parte dos alunos. Uma menina da turma, porém, tinha muita aversão a esse lenço.
Certo dia, o professor, que sabia hipnotizar pessoas, cedeu aos pedidos dos alunos para que o fizesse em sala de aula. Escolheram, então, a garota que não gostava do lenço, para ser hipnotizada. Ela aceitou e, durante seu transe hipnótico, obedecendo ao comando, pegou o lenço, passou-o em seu rosto e o cheirou, fato esse que arrancou muitas risadas dos colegas. Quando ela saiu do transe e lhe contaram o que havia feito, não pôde acreditar.
Existem muitas formas pelas quais se pode perder o domínio de si mesmo e, para que isso aconteça, não é preciso que alguém balance um objeto na frente dos olhos, até entrar em transe. Perde-se o domínio e a individualidade, quando se busca alegria e bem-estar na matéria, como, por exemplo, fazendo uso de cigarros, bebidas alcoólicas, drogas de qualquer tipo, remédios que viciam, jogos e apostas em dinheiro, pornografia, uso excessivo da Internet ou alguns equipamentos eletrônicos. A pessoa passa a ser dominada pelo desejo e não pelo bom senso, a ponto de estragar a saúde e, às vezes, de cometer atos ilícitos. Os viciados, hipnotizados pelo pensamento e pelo falso domínio do corpo, acreditam no prazer que as drogas ou objetos do vício oferecem, podendo se tornar ridículos, ficar na mão de outros ou até mesmo sofrer abusos.