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Matéria de capa

A ação renovadora do Cristo

Da edição de janeiro de 2007 dO Arauto da Ciência Cristã


Novos começos têm seu atrativo especial. Não somente pelo prenúncio de tempos melhores, mas também por proporcionar a oportunidade de nos desfazermos daquilo com o qual não desejamos mais conviver. Quer seja uma lembrança ruim, uma visão negativa sobre nós mesmos ou um vício que desejamos abandonar, a libertação do passado pode ser motivo de grande regozijo.

Novos começos podem vir de formas tão variadas quanto as dificuldades que ajudam a eliminar. Contudo, o que é uma constante, caso a orientação espiritual seja procurada, é que um novo começo bem-sucedido envolve uma aproximação a Deus. Ao orar com humildade, com o intuito de reconciliar nossa vida com nosso Pai-Mãe Deus, descobrimos mais sobre nossa verdadeira natureza como imagem e semelhança desse Pai celestial e seguimos com mais empenho os ensinamentos e o exemplo de Cristo Jesus.

Um novo começo, que flui da nossa profunda percepção da realidade espiritual, não somente melhora nossa própria vida, mas influencia a sociedade inteira, traz à luz um pouco mais da criação eterna de Deus e revela, em certa medida, o reino dos céus na terra. Essa é a ação do Cristo, que reforma e cura a humanidade.

A Bíblia promete: “...se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Cor. 5:17). Também, no Glossário de Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy definiu o Cristo como: “A divina manifestação de Deus, que vem à carne para destruir o erro encarnado” (Ciência e Saúde, p. 583). Esse Cristo, ou a Verdade, atua diretamente onde o erro parece estar e prova que esse erro, quer seja uma mágoa do passado ou uma dificuldade recente, não tem nenhum poder. Ao contrário, o Cristo revela o que é verdadeiro e mostra que aquilo que parece ser uma nova evidência do bem, em realidade, estava presente ali o tempo todo.

Essa ação renovadora do Cristo é inteiramente espiritual. Uma mudança necessária não acontece como resultado de uma mera decisão humana de descartar-se do que é velho, mas implica em estarmos subjugados ao Divino. É somente o Cristo, a divina manifestação de Deus, que promete um novo começo genuíno.

Comecei a aprender essa importante lição, quando me libertei do vício de fumar. Havia caído na armadilha desse vício, enquanto estava na faculdade, onde um fabricante de cigarros distribuira amostras grátis. Contudo, após uns dois anos resolvi parar de fumar. Jogava fora maços de cigarros para, dias depois, comprar mais. Sentia-me culpada o tempo todo, porque naquela época as mulheres eram educadas a não fumar.

Quando meu marido e eu começamos a estudar a Ciência Cristã, recuperei a esperança de que poderia me livrar desse vício. Imediatamente, comecei a adquirir um senso mais puro sobre minha identidade espiritual e parei de me entregar à culpa. Estivera também orando com uma Praticista da Ciência Cristã, enquanto aprendia mais sobre essa Ciência, embora tivesse a impressão de que ela não se importava se eu fumava ou não. Certa vez, quando mencionei o vício, ela respondeu que eu tinha coisas mais importantes para pensar, indicando, como compreendo agora, que eu ainda tinha muito o que aprender sobre demonstrar a Ciência Cristã. Em outras palavras, havia mais coisas referentes à cura do que consertar um problema visível. Entretanto, tomei a decisão de parar de fumar e estava certa de que conseguiria dessa vez. De novo, falhei.

O Cristo revela o que é verdadeiro, e mostra que aquilo que parece ser uma nova evidência do bem, em realidade, estava presente ali o tempo todo.

Mas, por que, se meus desejos agora eram mais sinceros do que antes? “As correntes da natureza humana correm contra o curso correto...” escreveu Mary Baker Eddy, que descobriu a Ciência Cristã. Era óbvio que, no meu caso, a impulsividade humana havia de novo entrado de roldão a fim de correr contra o curso correto, exercitando a força de vontade para que eu largasse o vício. A declaração da Sra. Eddy continua mais além: "A lei do Amor diz: 'Não se faça a minha vontade, e sim a tua', e a Ciência Cristã prova que a vontade humana se perde na divina...” (Miscellaneous Writings, [Escritos Diversos], 1883-1896, p. 212).

Minha oração constante, a partir daí, foi a oração de Jesus: “...não se faça a minha vontade, e sim a tua” (Lucas 22: 42). As palavras de Jesus aqui correspondem à sua petição na Oração do Senhor: “...faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10). Na interpretação espiritual dada pela Sra. Eddy, lê-se: “Faze-nos saber que — como no céu, assim também na terra — Deus é onipotente, supremo” (Ciência e Saúde, p. 17). Estava descobrindo que existe de fato uma vontade, mas ela é divina. Esse sentido espiritual da Oração do Senhor indica o caminho para que nossa vida, ou seja, todos os nossos pensamentos e açães, estejam sob o controle dessa vontade divina. Podemos reconhecer a onipotência e supremacia de Deus aqui e agora, e não aceitar nenhuma outra influência que não seja a do Seu Cristo.

Com essa nova compreensão espiritual, resolvi não utilizar a vontade humana para deixar de fumar e, daquele momento em diante, nunca mais fumei um cigarro. Nem sequer parecia que eu havia parado de fumar; era como se nunca tivesse fumado. Os cigarros ainda estavam disponíveis, uma vez que meu marido só ficou livre do vício, um pouco mais tarde. Contudo, nunca fui tentada a acender um cigarro e nem penso em fazê-lo novamente. Uma vida de liberdade, inteiramente nova, estava diante de mim. O velho havia passado, como se nunca tivesse existido. Era como despertar de um sonho, no qual o vício havia somente parecido real até que compreendi que nunca havia feito parte de mim.

Esse despertar está poeticamente expressado em um verso de um hino que incita:

Ó Sonhador, desperta do teu sonho;
Ó tu, cativo, te ergue livre e são.
O Cristo rasga o denso véu do erro,
E vem abrir as portas da prisão.
Rosa M. Turner (Hinário da Ciência Cristã, 202)

Revestir-se do novo homem é um reconhecimento da perfeição duradoura da criação de Deus, o reconhecimento do Cristo, a verdadeira identidade de cada um de nós.

Que podemos despertar do sonho de estarmos cativos a velhas crenças sobre nós mesmos é uma promessa constantemente renovada. A afirmação bíblica: “...vos despistes do velho homem com os seus feitos” indica que a identidade mortal, com seus defeitos e fragilidades, não é o estado real de ninguém, nem agora, nem nunca. O ‘velho homem’, que está sendo despido, nunca teve uma identidade real. Era simplesmente uma ilusão, uma representação equivocada da individualidade real e eterna da criação de Deus. O versículo seguinte fala sobre revestir-se: “do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Colossenses 3:9, 10). Revestir-se do novo homem não significa trocar um mortal por um modelo material melhorado. É um reconhecimento da perfeição duradoura da criação de Deus, um reconhecimento do Cristo, a verdadeira identidade de cada um de nós.

Cristo Jesus, que melhor representou o homem real, tem sido um exemplo para milhões de pessoas ao longo dos séculos. É interessante o fato de que a celebração de um ano novo acontece apenas alguns dias depois que o nascimento de Jesus é comemorado e creio que aí se assenta o padrão para todos os novos começos. Que o Cristo entre em nossos corações e revele aquilo que é verdadeiro sobre a criação de Deus, inspirando assim uma nova vida a substituir a velha. Essa nova vida com certeza ajudará a elevar outras, também.

Não podemos deixar de nos regozijar nessa atividade do Cristo de despir o velho e vestir o novo, que um novo ano simboliza. Feliz Ano Novo!

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